quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cientistas explicam como nasceram as primeiras estrelas do Universo


Concepção artística de como seriam as primeiras estrelas do Universo (Foto: David A. Aguilar/CfA)




O Universo, logo após o seu nascimento, era um lugar bem chatão. Só existia uma nuvem difusa composta por hidrogênio e hélio -- os dois elementos mais simples -- e nada mais. Nada de planetas. Nada de estrelas. Nada de nada. Mas eis que a gravidade começou a operar sua magia, e, de algum modo, nasceram as primeiras estrelas. Um trio de cientistas do Japão e dos Estados Unidos agora parece ter descoberto como isso aconteceu. O achado é produto de uma sofisticadíssima simulação. Com um supercomputador de última geração, a equipe encabeçada por Naoki Yoshida, da Universidade de Nagoya, reproduziu em computador o que teria acontecido no cosmos em seus primeiros anos de vida. Ou melhor, num pequeno pedaço do cosmos, para que coubesse na simulação. O processo exigiu basicamente introduzir as leis da física e as condições conhecidas do universo nessa época e, daí em diante, apenas observar o computador realizando seus cálculos e mostrando como os gases hidrogênio e hélio se comportavam. "É por isso que nos referimos à simulação como 'ab initio'. Por exemplo, não usamos nenhuma equação a priori para o gás. Para uma dada temperatura e densidade, o estado do gás no momento seguinte é determinado por processos microscópicos como reações químicas", explica Yoshida ao G1. Qual não foi a satisfação do grupo ao observar que, depois de um tempo, houve aglomeração dos átomos num espaço cada vez mais comprimido -- o que os cientistas chamam de protoestrelas. Com um centésimo da massa do Sol, essas protoestrelas devem ter sido as "sementes" ao redor das quais surgiram as primeiras estrelas maduras -- astros gigantescos, com massa equivalente a dezenas de sóis como o nosso. Infelizmente, não foi possível conduzir a simulação além da etapa de protoestrela. Isso porque a temperatura sobe muito a partir daí, e se torna cada vez mais necessário tocar a simulação em doses menores de tempo -- o que exigiria tempo demais para vê-la se desenrolar diante dos olhos dos cientistas. Afinal, ninguém está disposto a passar milhares de anos vendo o que vai rolar antes de finalizar o estudo. "E claro que há outro obstáculo real -- em algum ponto, precisamos implementar a queima nuclear", afirma Yoshida, referindo-se ao processo que faz com que a estrela "acenda" e comece a produzir sua energia. De toda forma, o avanço é gigantesco. Primeiro, porque demonstra como realmente devem ter surgido as primeiras estrelas -- astros essenciais para tornar o Universo um lugar verdadeiramente interessante. Afinal, foram elas as fornalhas que produziram em seu interior, durante a queima nuclear, elementos mais pesados, como oxigênio e carbono. São átomos essenciais para a existência de planetas como a Terra e seres vivos como nós. Mas o que talvez seja mais interessante para os cientistas é que essa é a primeira simulação bem-sucedida feita "ab initio" que dá uma pista de como as estrelas nascem. Embora os astrônomos tenham uma idéia vaga de como isso ocorre, os detalhes ainda não estão claros. E tentar simular o surgimento de uma estrela no Universo de hoje é complicado demais; com uma química cósmica mais complexa como a atual, fica difícil incluir tudo numa simulação. Por isso, o trabalho de Yoshida e seus colegas é um ótimo início. "A condição singular do Universo primordial, onde as condições iniciais e a física que as governa são simples, pode nos fornecer uma pedra de Rosetta cósmica, permitindo finalmente destravar o velho problema da formação das estrelas", afirma o astrofísico Volker Bromm, da Universidade do Texas em Austin, em comentário publicado junto com o estudo de Yoshida e seus colegas na edição desta semana da revista "Science".

Globo on line

Sonda Phoenix 'bebe' água de Marte

A equipe da Nasa responsável pela sonda Phoenix acaba de anunciar que conseguiu "provar" um pouco da água de Marte. Para a surpresa dos cientistas, que esperavam mais uma amostra seca em sua última tentativa de levar solo marciano a um dos instrumentos da sonda, havia alguns cristais de gelo de água em meio à areia do planeta vermelho.





Imagem panorâmica, composta por mosaico de fotografias obtidas pela Phoenix (Foto: Nasa)

É o primeiro processamento químico feito pela sonda do gelo no planeta vermelho. A análise é feita no instrumento Tega, uma espécie de forno que "cozinha" as amostras em várias temperaturas diferentes e analisa sua composição com base nas moléculas que evaporam. Resultados empolgantes devem surgir conforme os dados forem analisados, nos próximos dias. Quiçá a Phoenix poderá até detectar certos compostos orgânicos -- tijolos de que a vida é feita -- em meio às amostras. A Nasa aproveitou a ocasião para noticiar a decisão de ampliar a missão da espaçonave. Originariamente destinada a operar por 90 dias, a Phoenix está em "boa saúde" e por isso ganhou uma extensão de 30 dias em seus trabalhos. A agência espacial americana também divulgou uma nova imagem panorâmica do local onde a sonda pousou, próximo ao pólo Norte marciano.
Globo on line

Eclipse total do Sol

Você gostaria de acompanhar um eclipse total do Sol na Rússia? É fácil, basta acessar o site www.nasa.gov/eclipse. A Nasa e a Universidade da Califórnia montaram uma parceria para transmitir esse eclipse ao vivo na internet. Ele deve acontecer entre 7 e 9 da manhã do dia 01 de agosto. A totalidade, a melhor parte do eclipse, deve ocorrer entre 08:08 e 08:10 da manhã, todos horários de Brasília.


Este post foi publicado em Observatório, Quinta-feira, (31/07/2008), às 13h51.

Solar Eclipse: Friday, August 1st

On Friday, August 1st, the Moon will pass directly in front of the Sun producing a total solar eclipse. The narrow path of totality stretches from arctic Canada through Greenland, Siberia, and Mongolia, and comes to an end in China, where millions of people will witness the event. Even more people will see the partial eclipse, visible from almost all of Europe, the Middle East, India, Asia and a corner of North America. The action begins at approximately 09:20 UT (5:20 am EDT) when the Moon's shadow first hits Earth in northern Canada and begins its rapid sweep toward China.> > Visit http://spaceweather.com for photos, webcasts, timetables and full coverage of the eclipse.

Marco Aurélio Álvares da Silva

O olho do gato

Estrelas nascem, vivem e morrem em um ciclo que se parece muito com o ciclo de vida de seres humanos. Algumas estrelas vivem mais, outras menos. Tudo depende da quantidade de massa que elas têm. Aquelas com muita massa (mais de 10 vezes a massa do Sol) dão um show no momento derradeiro e explodem em supernovas. Já aquelas com menos massa (como o nosso Sol) morrem de uma maneira mais pacífica, mas deixam para trás verdadeiros tesouros no céu, as nebulosas planetárias. O termo nebulosa planetária não caracteriza planetas, mas sim um dos estágios finais da vida de estrelas com pouca massa. Ele é decorrente de observações antigas, com equipamentos que ainda não forneciam imagens nítidas. Assim, quem as observava achava que esses objetos poderiam ser planetas. Por razões históricas, ninguém mexeu no termo.



Uma dessas nebulosas é esta, conhecida como o “olho do gato”, mas que vem a ser a nebulosa planetária NGC 6543, a 3.000 anos-luz de distância, na constelação do Dragão. NGC 6543 não é exatamente uma novidade para os astrônomos, mas essa última imagem em raios X obtidas pelo Chandra (nesta composição, representada pela coloração azulada) trouxe novidades.

Logo ali no centro, aquela mancha branca é na verdade uma estrela prestes a se tornar uma anã branca, rodeada por uma nuvem de gás aquecido a vários milhões de graus. Uma comparação entre a imagem em raios X e a imagem do Hubble (em vermelho e roxo) mostra que a composição química na região central é diferente da composição química do gás mais distante, que está mais frio.

Acelerado pelo vento da estrela central (uma gigante vermelha, provavelmente), o gás adquire velocidades de quase 5 milhões de quilômetros por hora, mas ninguém sabe ao certo como são formadas as estruturas vistas nesta imagem. Várias teorias existem, considerando a presença de uma estrela companheira, jatos ou até mesmo um sistema planetário, mas até agora não há nenhuma explicação definitiva Mas, sabemos que a estrela central deve ser tornar uma anã branca em alguns milhões de anos.

P.S. Você gostaria de acompanhar um eclipse total do Sol na Rússia? É fácil, basta acessar o site www.nasa.gov/eclipse. A Nasa e a Universidade da Califórnia montaram uma parceria para transmitir esse eclipse ao vivo na internet. Ele deve acontecer entre 7 e 9 da manhã do dia 01 de agosto. A totalidade, a melhor parte do eclipse, deve ocorrer entre 08:08 e 08:10 da manhã, todos horários de Brasília.

Este post foi publicado em Observatório, Quinta-feira, (31/07/2008), às 13h51.

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