Tão temidas na Terra, as mudanças climáticas acontecem de forma natural e absolutamente espetacular a cada três meses em um planeta fora do Sistema Solar: quando, em razão de sua órbita, se aproxima de sua estrela, ele aquece nada menos que 700 graus em apenas seis horas. Pela primeira vez, o surpreendente aquecimento foi testemunhado por especialistas e pode servir para compreender características atmosféricas em momentos de aquecimento, revela matéria publicada nesta quinta-feira no jornal O Globo.
- Esta é a primeira observação de clima tão alterado em um planeta que não pertence ao Sistema Solar - afirmou Gregory Laughlin, principal autor do estudo publicado na edição de ontem da revista científica britânica "Nature".
O HD8606b é um gigante de gás com um tamanho quatro vezes superior ao de Júpiter, que orbita ao redor de uma estrela situada a 200 anos-luz da Terra. Depois de analisarem as informações proporcionadas pelo telescópio Spitzer, da Nasa, e medir a luz infravermelha irradiada pelo planeta, os cientistas conseguiram determinar que sua temperatura passou de 527 graus Celsius para 1.277 graus Celsius em um período de seis horas. O HD8606b tem uma temperatura média abrasadora de 525 graus Celsius, mas, as variações são extremas, como revelaram as medições. - Esta é a primeira observação de clima tão alterado em um planeta que não pertence ao Sistema Solar - afirmou Gregory Laughlin, principal autor do estudo publicado na edição de ontem da revista científica britânica "Nature".
Os efeitos desse enorme aumento de temperatura poderiam ser descritos como uma explosão. À medida que a atmosfera de aquece e expande, produz fortes ventos, da ordem de 18 mil quilômetros por hora. Os ventos, devido à rotação em órbita, formam tormentas em grande escala, que só começam a serenar quando o planeta se afasta de seu sol.
O Globo