Da France Presse - Astrônomos anunciaram, nesta quarta-feira (8), que seis flashes ultrabrilhantes detectados no espaço foram de antigas estrelas que explodiram, formando uma nova classe de supernova.
"Temos uma nova classe de objetos que não podem ser explicados por qualquer um dos modelos que vimos antes", disse Robert Quimby, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), que realizou a sondagem sobre as estranhas explosões.
Imagens da nova classe de supernovas (Foto: Caltech/Robert Quimby and Nature)
A maioria das supernovas ocorre quando uma estrela maciça fica sem combustível, seu núcleo entra em colapso e explode, deixando para trás uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.
Também há um tipo mais raro no qual os fluxos de massa de uma estrela em processo de envelhecimento, chamada estrela vermelha, para uma "anã-branca", o núcleo quente e denso de uma estrela antiga, que eventualmente colapsa em si mesma e, então, explode.
Mas seis supernovas observadas por Quimby e sua equipe não tinham nenhuma das assinaturas químicas destas supernovas conhecidas.
A pesquisa começou em 2005, quando Quimby localizou uma supernova, chamada SN 2005ap, que era 100 bilhões de vezes mais brilhante do que o Sol e revelou-se duas vezes mais brilhante do a recordista anterior.
Quase ao mesmo tempo, o telescópio espacial Hubble descobriu uma supernova, também com um espectro químico incomum, chamada SCP 06F6.
Isto levou à formação de uma equipe especial para vasculhar os céus em busca de "transientes", como são chamados os fhashes efêmeros, combinando a potência óptica de telescópios robustos instalados em Califórnia, Havaí e Ilhas Canárias.
Quatro novos objetos foram adicionados à rede da supernova, todos com a assinatura incomum de falta de hidrogênio. Todos foram encontrados em galáxias pequenas, compostas por alguns poucos bilhões de estrelas, conhecidas como galáxias anãs.
Em estudo publicado na revista científica Nature, a equipe disse que as supernovas recém-descobertas são extremamente quentes, com temperaturas que chegam a 20.000 graus Celsius e sua onda explosiva viaja pelo espaço a uma velocidade de 10 mil quilômetros por segundo.
Além disso, elas levam muito tempo para desaparecer - cerca de 50 dias - contra alguns dias ou algumas semanas no caso de supernovas 'comuns', cujo brilho é produzido pelo decaimento radioativo.
O que causa seu brilho, no entanto, permanece sem resposta.
Uma teoria é que a fonte seja uma estrela "pulsante", uma estrela muito grande que libera cápsulas de gás livre de hidrogênio. Quando a estrela explode como uma supernova, a explosão aquece as cápsulas a temperaturas incandescentes e isto causa sua luminosidade.
"Estas supernovas são muito interessantes porque são 10 vezes mais brilhantes do que outras e nos permitem investigar mais profundamente o espaço e o tempo de volta aos primeiros 10% de idade do universo", explicou a astrônoma francesa Françoise Combes, em um comentário.