terça-feira, 5 de março de 2013

Planeta Vênus é visto através de Saturno por sonda espacial da Nasa

Segundo planeta do Sistema Solar é considerado 'irmão gêmeo' da Terra.
Imagens a milhares de km de Saturno foram tiradas de novembro a janeiro.

Do G1, em São Paulo

O planeta Vênus, considerado pelos astrônomos o "irmão gêmeo" da Terra – pelo tamanho, massa, composição e órbita dos dois –, pôde ser visto através dos anéis de Saturno pela sonda espacial Cassini, da Nasa.

A imagem abaixo, feita em luz visível a 802 mil km de Saturno, foi captada em 10 de novembro de 2012 e divulgada esta semana. Ela revela as cores verdadeiras dos dois planetas.

Vênus aparece através de Saturno (Foto: Nasa/JPL-Caltech/Space Science Institute) 
Vênus vira um ponto branco através dos anéis de Saturno
 (Foto: Nasa/JPL-Caltech/Space Science Institute)
Em outra foto, o segundo planeta do Sistema Solar aparece ao longe no espaço interplanetário, como um ponto branco na parte superior e direita do centro da imagem, acima da faixa branca do anel G de Saturno, o sexto planeta do nosso sistema. Mais abaixo, o ponto brilhante que aparece perto do anel E é uma estrela distante.

Vênus aparece através de Saturno (Foto: Nasa/JPL-Caltech/Space Science Institute) 
Segundo planeta do Sistema Solar é visto na parte superior 
(Foto: Nasa/JPL-Caltech/Space Science Institute)
A foto acima foi tirada com filtros de luz vermelho, verde e azul, que foram combinados para criar essa visão de cor natural. O registro foi feito no dia 4 de janeiro, a uma distância de 597 mil km de Saturno.

Vênus é um planeta "nublado", coberto por espessas nuvens de ácido sulfúrico, o que o torna muito brilhante. Sua visibilidade máxima daqui da Terra é atingida algumas horas antes do nascer do Sol, razão pela qual é conhecido também como estrela da manhã ou estrela d'Alva.

Junto com Mercúrio, Terra e Marte, Vênus é um dos planetas rochosos do Sistema Solar. Além disso, tem uma atmosfera formada por dióxido de carbono que atinge cerca de 500° C e uma pressão na superfície cem vezes maior que a da Terra.

A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ISA).

Cientistas dizem ter identificado 'nascimento' de planeta gigante



Do G1, em São Paulo

Pesquisadores utilizaram um telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) para fazer o que pode ser a primeira observação direta do "nascimento" de um planeta. Segundo os cientistas, um disco de gás e poeira próximo a uma estrela jovem, chamada HD100546, pode estar envolvendo o planeta gigante que está em formação.

Se confirmada, a descoberta vai ajudar a entender melhor a formação de planetas, dizem os pesquisadores. A estrela HD100546 está a 335 anos-luz de distância da Terra, e o planeta em formação possivelmente é um gigante gasoso similar à Júpiter, segundo dados do ESO.

Concepção artística mostra a formação de planeta gigante dentro do disco de poeira circulando ao redor da estrela (Foto: Divulgação/L. Calçada/ESO) 
Concepção artística mostra planeta em formação envolto por disco de poeira e gás
 (Foto: Divulgação/L. Calçada/ESO)
 
"Até agora, a formação de planetas tem sido um tópico desenvolvido essencialmente por simulações de computador", disse o pesquisador Sascha Quanz, líder do estudo que descobriu o "protoplaneta", ao site do Observatório Europeu do Sul.

"Se a nossa descoberta for confirmada como realmente um planeta em formação, então pela primeira vez os cientistas poderão estudar de forma empírica o processo de formação planetária e a interação entre um planeta em formação e o seu meio circundante, desde a fase primordial", afirmou Quanz.

Imagem do telescópio Hubble mostra a nuvem de poeira ao redor da estrela HD100546. O ponto laranja é o recém-descoberto 'protoplaneta' (Foto: Divulgação/Ardila/ESO/Nasa/ESA) 
Imagem do telescópio Hubble mostra a nuvem de
poeira ao redor da estrela HD100546. O ponto
laranja identifica planeta em formação
 (Foto:
Divulgação/Ardila/ESO/Nasa/ESA)
 
O "candidato" a planeta foi identificado como uma tênue mancha no disco de gás e poeira, através de imagens feitas pelo Telescópio Muito Grande (Very Large Telescope ou VLT, em inglês), do ESO, e pelo telescópio Hubble, da agência espacial americana (Nasa).

Várias características do disco situado em torno da estrela respaldam a hipótese de haver ali um planeta em formação. Estruturas no disco de poeira que devem ter sido causadas pela interação com o corpo celeste em formação foram detectadas.

Além disso, há regiões em volta do "protoplaneta" que estão sendo aquecidas, provavelmente pelo processo de formação planetária, segundo os cientistas.

Os pesquisadores apontam cautela, no entanto, e ressaltam que para afirmar com que o planeta está realmente em formação é necessário realizar mais observações.

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