quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Projeto quer estimular a astronomia em países em desenvolvimento

Doação de 7 mil telescópios está entre ações planejadas.Iniciativa marca Ano da Astronomia.

Claudia Bojunga Especial para o G1


“Desenvolvendo Astronomia” (Developing Astronomy) é o nome de um projeto criado pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) para estimular esse ramo da ciência nos cantos mais remotos do planeta, como alguns países em desenvolvimento ou aqueles com problemas de acesso à tecnologia. O plano para o desafio foi apresentado durante a 27ª assembléia da organização, que está sendo realizada no Rio de Janeiro desde o dia 4 e vai até esta sexta-feira (14).

As ações implementadas são as mais variadas. Preveem, por exemplo, a distribuição de 7 mil telescópios, além de ajuda financeira para espalhar a astronomia pelo globo. Países como Nigéria, Mongólia, Nepal e Uruguai foram contemplados com recursos que serão usados, entre outras coisas, na realização de workshops destinados a professores, na preservação do conhecimento indígena sobre astronomia e na produção de educação em astronomia nas línguas locais, entre outras medidas.

“Aproveitamos o momento do Ano da Astronomia para iniciar o projeto. A ideia é que seja apenas o começo”, comenta o sul-africano Kevin Govender, astrônomo e coordenador do projeto.

Medidas simples também podem fazer a diferença: “Estamos preparando, por exemplo, um CD com todas as informações do congresso para levar à África do Sul e distribuí-lo, já que há muitos locais no país com problemas de acesso à internet”, conta Govender.

O levantamento do estágio astronômico em que se encontram os países também é fundamental: indica a quantidade de astrônomos profissionais de determinada comunidade, a presença da astronomia nas escolas e quanto o público tem acesso ao assunto.

É graças à pesquisa que se descobre para onde a estratégia da União Astronômica Internacional deve estar direcionada e o que precisa ser feito. “Se um astrônomo consulta esses dados antes de visitar uma localidade que não tem física astronômica, por exemplo, pode se preparar para fazer uma palestra sobre o assunto”, explica Govender.

Os países em desenvolvimento com dificuldades econômicas e pouco acesso à tecnologia são os que apresentam a maior precariedade nesse sentido. “Não há astronomia profissional em Angola. Havia um observatório amador, mas depois da independência de Portugal em 1975, parou de funcionar”, relata o astrônomo angolano Jaime Vilinga. Desde então, a astronomia foi um campo praticamente nulo. “As pessoas na África que vão estudar fora de seus países voltam e não conseguem trabalhar na área”, diz.

É difícil conseguir investimentos em astronomia diante de problemas como a fome"

As perspectivas começaram a mudar apenas com um eclipse solar em 2001 que atraiu a atenção de cientistas internacionais. “É difícil conseguir investimentos em astronomia diante de problemas como a fome”, relata Vilinga.

Em São Tomé e Príncipe, a situação não é muito diferente. “Lá nem os professores tem formação,” conta astrônoma portuguesa Maria Cruz, que lecionou no país.

Ao mesmo tempo, com um céu menos ofuscado pela poluição luminosa, características dos grandes centros industriais, a relação da população com as estrelas era muito mais estreita. “Os estudantes faziam perguntas baseadas em sua observação que me impressionavam e às vezes eu nem sabia responder.” Justamente grande parte dos locais que têm o céu com a maior quantidade de estrelas são aqueles com pouco ou nenhum investimento em astronomia profissional.

Trio Encélado, Europa e Titã podem ter abrigado vida no passado. Esse foi o tema da palestra do astrônomo francês Regis Courtin, do Observatoire Paris-Site de Meudon, apresentada na 27ª Assembléia da União Astronômica Internacional. “Um pequeno corpo, mais ou menos do tamanho da Inglaterra”, foi como Courtin definiu Encélado, o menor satélite de Saturno, com 500 km de diâmetro. Essa lua tem um oceano de água salgada embaixo de uma camada de gelo no seu polo sul. A sonda Cassini registrou imagens de gêiseres de vapor e gás, que indicam ainda que há reservatórios de água no planeta.

Sobre Europa (que tem 3.138 km de diâmetro), Courtin comentou: “Há uma forte evidência de que há um oceano líquido embaixo de sua superfície, além disso pode ter tido oxigênio disponível.”

Bem maior do que Encélado, Titã, a maior lua de Saturno, tem 5.151 km. “É quase do tamanho de um planeta”, disse Courtin. O satélite também tem pistas de que tem um oceano interior com parte de gelo e outra de material rochoso.

Chuva de meteoros é vista em parque nos EUA

Chuva de meteoros Perseid pode ser vista anualmente em agosto.Eles frequentemente deixam um rastro gasoso de grande luminosidade.

Do G1, em São Paulo


A chuva de meteoros Perseid é vista anualmente em agosto quando a Terra passa diretamente no fluxo de escombros deixado pelo cometa Swift Tuttle. O cometa completa sua órbita a cada 130 anos, a última vez que passou pela Terra foi em 1992. Os meteoros de Perseid, vistos em Los Padres National Forest, na Califórnia, são brilhantes e frequentemente deixam um rastro gasoso de grande luminosidade. (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)

Mars Reconnaissance Orbiter obtém nova visão da Cratera Victória, em Marte

Angulação inédita permite observar melhor encostas de cratera.Sonda orbital passou imagens que orientaram jipe-robô Opportunity.

Do G1, em São Paulo


Angulação inédita. (Foto: NASA/JPL-caltech/Univ. do Arizona)


O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, a agência espacial americana, divulgou essa imagem da Cratera Victória, na região de Marte conhecida como Meridiani Planum. Ela foi obtida pela câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) do Mars Reconnaissance Orbiter. Pelo ângulo em que foi registrada, é como se tivesse sido tirada a partir da janela de um avião. Com imagens tiradas exatamente de cima, fica difícil visualizar o material geológico nas encostas da cratera, que tem 800 metros de diâmetro. O HiRISE, operado pela Universidade do Arizona, fornecera imagens que orientaram o trabalho do jipe-robô Opportunity, a sonda sobre rodas que explorou a borda e o interior da cratera durante cerca de um ano, até escalar sua encosta e voltar à superfície em agosto do ano passado.

Astrônomos de todo o mundo esperam por chuva de meteoros

Terra cruza trajetória de fragmentos do cometa ‘Swift-Tuttle’.Melhor lugar para ver fenômeno é no campo, longe das luzes das cidades.

Do G1, em São Paulo

Astrônomos e curiosos de todo o mundo estão com suas lentes de última geração apontadas para cima desde o início da madrugada desta quarta-feira (12). Eles tentam observar e captar imagens de uma chuva de meteoros, estrelas cadentes ou corpos brilhantes que viajam pelo espaço.


Observadores tentam apreciar o show a partir de aldeia búlgara de Avren, ao leste da capital Sofia. (Foto: Petar Petrov/AP Photo)

Esse é o período em que a Terra cruza a trajetória do cometa “Swift-Tuttle”, que vai deixando fragmentos e grãos pelo espaço. Parte dessa sujeira cai na Terra, e provoca o fenômeno. Muitos já tentam apreciar o show.

Os especialistas esperam ver mais de 100 meteoros por hora em várias partes do mundo, especialmente em campo aberto e regiões longe das grandes cidades. Na América do Norte, esta é a melhor época para observar luzes riscando o céu.



A maioria dos meteoros não é maior do que uma ervilha, que queima ao entrar na atmosfera da Terra. Para vê-lo, portanto, é preciso estar distante das luzes ou com um bom equipamento de observação. (Foto: Petar Petrov/AP Photo)

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