terça-feira, 30 de junho de 2009

Em observatório do Vaticano, cientistas deixam anjos de lado e estudam os astros

Padres e leigos trabalham juntos em centro de pesquisa no Arizona (EUA).Especialidade dos astrônomos é formação de estrelas e galáxias.

George Johnson
Do 'New York Times'

O “Requiem” de Faure está tocando ao fundo, seguido pelo Kronos Quartet. Periodicamente, a música é interrompida por um arpejo eletromecânico – como um riff de jazz numa clarineta –, à medida que os motores direcionam o telescópio para cima e para baixo. Uma noite de observação da galáxia está prestes a começar, no observatório do Vaticano em Mount Graham, no Arizona.




Galáxia a 102 milhões de anos-luz da Terra, em imagem obtida pelo observatório do Vaticano (Foto: Divulgação/NYT)
“Peguei. Certo, está ótimo”, diz Christopher J. Corbally, padre jesuíta e vice-diretor do Grupo de Pesquisa do Observatório do Vaticano, sentado na sala de controle fazendo ajustes. A ideia não é procurar anjos ou profecias, mas realizar uma astronomia técnica que combata a percepção de que ciência e catolicismo são necessariamente conflitantes. No ano passado, num discurso de inauguração de uma conferência, em Roma, chamada “Ciência 400 Anos Depois de Galileu Galilei”, o Cardeal Tarcisio Bertone, secretário de estado do Vaticano, louvou o antigo opositor da igreja como “um homem de fé que viu a natureza como um livro escrito por Deus”. Em maio, como parte do Ano Internacional da Astronomia, um centro cultural jesuíta em Florença, Itália, conduziu “um re-exame histórico, filosófico e teológico” do caso de Galileu. Porém, no esforço de reabilitar a imagem da igreja, nada fala mais alto que o artigo de um astrônomo do Vaticano, publicado, digamos, em revistas científicas como "The Astrophysical Journal" ou "The Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".

Hierarquia técnica Numa clara noite de primavera no Arizona, o foco não é teologia, mas a longa lista de tarefas mundanas que traz um telescópio à vida. Enquanto rastreia o céu, o pesado instrumento desliza por um círculo de óleo pressurizado. Bombas precisam ser ativadas, contadores checados, computadores reiniciados. O sensor eletrônico do telescópio, similar ao de uma câmera digital, precisa ser resfriado com nitrogênio líquido para evitar que seus megapixels se atrapalhem com o ruído quântico. Enquanto Corbally corre de estação a estação, apertando botões e puxando alavancas, parece menos padre do que astrônomo, ou até mesmo um engenheiro de manutenção. Finalmente, quando tudo está pronto, as estrelas refletidas pelo espelho de seis pés são traduzidas em bits eletrônicos, logo reconstituídos como luz em sua tela de vídeo. “Grande parte da observação, hoje em dia, significa olhar monitores e mexer com computadores”, explica Corbally. “As pessoas dizem, ‘Ah, deve ser tão maravilhoso ficar lá, olhando para o céu’. Respondo que é muito bom, caso você goste de ver TV.” Usando calças jeans e camisa de trabalho, ele não é um homem que veste sua religião para todos verem. Nenhuma graça é oferecida antes de um rápido jantar na cozinha do observatório. Na verdade, o único sinal de que o Telescópio de Tecnologia Avançada do Vaticano é fundamentalmente diferente dos outros de Mount Graham, lar de um complexo astronômico internacional operado pela Universidade do Arizona, é uma placa do lado de fora da porta. “Esta nova torre para estudo das estrelas foi erguida neste pacífico local”, diz a placa, em latim. “Qualquer um que aqui buscar, dia e noite, os pontos remotos do espaço, que o use alegremente, com a ajuda de Deus”. Naquele ponto, a religião é deixada de lado – e a ciência começa.

Puramente prático O interesse da Igreja Católica Romana nas estrelas começou com preocupações puramente práticas quando, no século XVI, o Papa Gregório XIII recorreu à astronomia para corrigir o fato de que o calendário juliano havia perdido a sincronia com o céu. Em 1789, o Vaticano inaugurou um observatório na Torre dos Ventos, posteriormente recolocado em uma colina atrás da Basílica de São Pedro. Na década de 1930, astrônomos da igreja se mudaram para Castelgandolfo, residência do Papa no verão. Quando a iluminação – do tipo elétrico – de Roma se espalhou para o campo, a igreja começou a procurar um topo de montanha num canto escuro do Arizona. Construir em Mount Graham foi uma luta. Os apaches consideraram o observatório uma afronta aos espíritos da montanha. Ambientalistas disseram que era uma ameaça a uma subespécie de esquilo. Houve protestos e ameaças de sabotagem. Foi somente em 1995, três anos depois que o edital da Inquisição contra Galileu foi suspendido, que o novo telescópio do Vaticano fez suas primeiras observações científicas. Recentemente, o alvo eram três galáxias em espiral – números 3165, 3166 e 3169 no Novo Catálogo Geral – a cerca de 60 milhões de anos-luz da Terra, um pouco ao sul da constelação de Leão. Sentada numa mesa ao lado de Corbally estava Aileen O'Donoghue, astrônoma da Universidade de St. Lawrence, em Canton, Nova York, que está interessada em como essas massas gravitacionais puxam umas às outras, criando o equivalente estelar das marés. “Expondo, 30 minutos”, diz ela. Enquanto soam as baladas celtas na sala de controle, dados são sugados por discos rígidos, e uma coluna de números desce em seu monitor. O'Donoghue, que foi criada como católica, é autora de “O Céu Não é um Teto: A Fé de um Astrônomo” (The Sky Is Not a Ceiling: An Astronomer's Faith, tradução livre), onde descreve como perdeu e reencontrou Deus “na vastidão, na estranheza, na abundância, na aparente falta de sentido, e até mesmo na violência deste incrível Universo”. Pessoalmente, ela não chega perto de ser tão intensa. Enquanto espera que uma imagem carregue, ela vai até uma varanda para olhar o céu não-processado. O Aglomerado da Colmeia, uma das primeiras coisas que Galileu viu com seu telescópio, está cintilante na constelação de Câncer. A seu lado está Leão, onde O'Donoghue está procurando as marés gravitacionais.

O céu que importa “É o céu de verdade que importa”, diz O'Donoghue. Ela descreve como faz seus alunos irem para fora e olharem a Ursa Maior em diferentes momentos da noite. “Eles voltam e dizem, ‘Ela se move!’” – palavras que Galileu lendariamente calou, após ser forçado a abjurar sua obra científica. ‘Você pode dizer aos estudantes que a Terra gira, mas até verem isso com seus próprios olhos, eles não estão fazendo ciência”, diz ela. “Você poderia muito bem estar ensinando teologia e o Evangelho.” De volta à sala de controle, O'Donoghue explica como as marés gravitacionais estudadas por ela podem ser maternidades celestiais. Quando uma galáxia esbarra em outra, nuvens de gás são empurradas com tanta violência que produzem o nascimento de estrelas. No relatório anual do Observatório do Vaticano, no ponto em que uma empresa descreveria sua estratégia de negócios, está uma seção delineando a diferença entre “creatio ex nihilo” (a criação partindo do nada) e “creatio continua”: “o fato de que a cada instante, a existência contínua do próprio Universo é deliberadamente determinada por Deus, que desta forma está continuamente fazendo com que o Universo permaneça criado”. Teólogos chamam isso de “causas primárias”, aquelas que fluem do movedor que não se move. No topo dessa plataforma eterna fica outra camada, as “causas secundárias”, que podem ser deixadas à ciência com segurança. Corbally e O'Donoghue continuam trabalhando a noite toda, coletando dados sobre causas secundárias – marés galácticas, nascimentos estelares. O sono pode esperar até de manhã, e os pensamentos sobre causas primárias ficam para outra ocasião.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Exposição revela detalhes de Saturno; veja fotos

Fotografias da sonda espacial Cassini estão expostas no planetário de Greenwich, em Londres.

Da BBC

Uma exposição de fotos da sonda Cassini, da Nasa, inaugurada nesta semana em Londres, mostra detalhes da atmosfera, luas e anéis de Saturno, o segundo maior planeta do Sistema Solar. A exposição Visões de Saturno, no Planetário de Greenwich, tenta revelar alguns dos mistérios do planeta distante.


O planeta em toda a sua glória de Senhor dos Anéis (Foto: Nasa)



A lua conhecida como Titã no colo dos famosos anéis (Foto: Nasa)

Famoso pelos anéis, o planeta também conta com mais de 60 luas. Entre 1979 e 1981, três sondas passaram brevemente pelo planeta, trazendo de volta imagens que intrigaram especialistas. Em 1997, uma missão conjunta da Nasa (agência espacial americana), da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) e da Agência Espacial Italiana (ASI, na sigla em italiano) enviaram uma sonda mais poderosa para estudar os mistérios de Saturno. A Cassini-Huygens chegou a Saturno em 2004, depois de uma viagem de sete anos por bilhões de quilômetros no espaço. Acoplada à Cassini, foi enviada a sonda Huygens, desenhada para pousar e fotografar a superfície de Titã, a maior lua de Saturno. A exposição fica em cartaz até o fim de agosto. Confira mais fotos abaixo.


A lua Jápeto, semicoberta de material escuro que pode ter vindo de Saturno (Foto: Nasa)



Um belo close dos anéis (Foto: Nasa)



A pequena lua Pan no interior das estruturas (Foto: Nasa)

12º Encontro Nacional de Astronomia

Agenda

12º Encontro Nacional de Astronomia

19/06/2009

De 31/10/2009 a 1/11/2009

Faltam 130 dias para o início do evento. Duração: 2 dias

Agência FAPESP – O 12º Encontro Nacional de Astronomia (Enast) ocorrerá entre 31 de outubro e 1º de novembro, em Londrina (PR). O evento é realizado pelo Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina e pelo Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina.

Comemorando o Ano Internacional da Astronomia, o 12º Enast terá atividades voltadas para pesquisadores, estudantes e crianças. A programação inclui palestras, apresentações de painéis, exposição de meteoritos e foguetes educativos, sessões de planetário e concurso de astrofotografia.

No sábado (31/10), uma noite de Lua cheia, será realizada a Astrofesta, quando binóculos, lunetas e telescópios serão montados em um amplo espaço para observação do céu.

O evento será realizado paralelamente ao 1º Encontro Latino-Americano de Astronomia (Elast), reunindo a comunidade astronômica amadora e profissional de todo o continente. As inscrições para apresentação de trabalhos nos dois eventos vão até o dia 31 de agosto.

Mais informações: http://web.sercomtel.com.br/enast

segunda-feira, 22 de junho de 2009

17ª Semana de Astronomia do Museu de Astronomia e Ciências Afins

Agenda

17ª Semana de Astronomia do Museu de Astronomia e Ciências Afins

22/6/2009

De 25/6/2009 a 28/6/2009

Faltam 3 dias para o início do evento. Duração: 4 dias

Agência FAPESP – A 17ª Semana de Astronomia do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), que terá o tema “O céu de Darwin", ocorrerá de 25 a 28 de junho, no Rio de Janeiro, com atividades diversas para públicos de todas as idades.

O evento irá comemorar os 400 anos desde que Galileu Galilei fez as primeiras observações do céu utilizando telescópios e também os 150 anos da Teoria da Evolução das Espécies e os 200 anos de nascimento de seu autor, Charles Darwin.

Oficinas, palestras e programas de observação do céu são algumas das atrações do evento, organizado pela Coordenação de Educação em Ciências do museu com entrada gratuita. Crianças e adolescentes poderão participar de oficinas de ciências, sessões de astronomia no planetário inflável e atividades recreativas.

Na ocasião serão abordadas, entre outras questões, a união entre astronomia e evolução, uma vez que, segundo os organizadores do evento, boa parte dos acontecimentos que influenciam o ambiente é promovida por eventos astronômicos.

Mais informações: www.mast.br/semanadeastronomia-ceudedarwin.htm
 

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Torna il mistero dell'acqua


Scoperto da un ricercatore italiano, l'invaso risale a tre miliardi e quattrocento milioni di anni fa. Aveva una dimensione superiore a quello di Como


di Luigi Bignami
La Repubblica


Se potessimo far tornare indietro il tempo di 3 miliardi e 400 milioni di anni e puntassimo i telescopi verso Marte, avremmo l'opportunità di osservare almeno un lago d'acqua più grande di quello di Como, con tanto di spiagge. Quel lago, in quell'epoca, occupava infatti una superficie minima di 195 km quadrati, ma arrivava a estendersi fino a 212 km quadrati. La scoperta è stata realizzata da Gaetano di Achille, ricercatore all'Università del Colorado (Usa) ed è stata pubblicata sulla rivista Geophisical Research Letters. E' la prima volta che l'analisi di immagini riprese da una delle sonde che ruotano attorno al Pianeta Rosso mette in luce con tanta chiarezza la presenza di antiche rive lacustri. L'invaso, lungo 57 km, si trovava in una valle che si distende per 1.300 km, nota come Shalbataba Vallis e larga mediamente una ventina di chilometri. Essa drenava le acque che giungevano da un immenso bacino che si trova a nord, noto come Chryse Planitia. Spiega di Achille: "In certi punti il lago raggiungeva una profondità di 450 m e al suo interno vi erano gigantesche conoidi". L'invaso era alimentato da un corso d'acqua con una portata paragonabile alla quantità che possiede un fiume terrestre di medie dimensioni. Nonostante siano più di uno i laghi e i mari che, stando a diverse ricerche, si svilupparono sulla superficie di Marte, fino ad oggi non ve ne era alcuno che mostrasse evidenze così chiare della sua morfologia e della sua storia. L'erosione causata dal vento, dalla caduta di meteoriti e da eruzioni vulcaniche possenti, infatti, è stata fatale, in un arco di tempo di miliardi di anni, per la maggior parte delle strutture morfologiche lacustri.

Shalbataba Vallis invece è stata preservata da tutto ciò, e grazie alle immagini riprese dalla sonda della Nasa Mars Reconnaissance Orbiter (da 300 km di quota in grado di osservare oggetti anche soli 30 cm) si è riusciti ad identificare le coste, i delta e gli strati sedimentari lasciati dall'acqua del lago. Sembra che esso abbia terminato la sua esistenza in un arco di tempo assai breve, in quanto non si osservano coste via via sempre più basse. Continua di Achille: "Vi sono due possibili spiegazioni. Un repentino cambiamento climatico oppure un forte abbassamento della temperatura che ghiacciò il lago, il cui ghiaccio poi, sublimò (passò da solido a vapore, senza passare allo stato liquido) completamente, impedendo la formazione delle coste". Questo confermerebbe precedenti studi che vogliono che nel periodo geologico marziano chiamato Hesperiano, a epoche della durata di migliaia di anni con un clima quasi terrestre, se ne alternavano altre assai più rigide". La presenza di acqua sulla superficie di Marte si sta connotando con sempre maggiori dettagli. Per quella che fu presente miliardi di anni fa, vi è la testimonianza di giganteschi fiumi ed ora di laghi che coprirono grandi aree del pianeta, per quella attuale invece le testimonianze sono legate alla presenza di ghiaccio certo non solo in prossimità del Poli marziani, ma anche a pochi metri sotto la superficie, in vari punti del pianeta. C'è però da ricordare che acqua liquida potrebbe sgorgare da geyser che sono stati fotografati attorno a vari crateri, la cui acqua però sublima nell'arco di pochi minuti. Una serie di immagini riprese dalla sonda Phoenix scesa l'anno scorso in prossimità del Polo Nord, infine, mostra chiaramente la presenza di goccioline di acqua liquida accrescersi sulle zampe della sonda stessa. Il fatto che essa possa essere rimasta liquida nonostante le temperature rigidissime è spiegabile grazie alla presenza di una grande quantità di sali che ne hanno abbassato il punto di congelamento.

(19 giugno 2009)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nasa cancela lançamento de Endeavour devido a vazamento

A Nasa adiou o lançamento do ônibus espacial Endeavour, que estava previsto para esta quarta-feira (17), depois de descobrir um vazamento potencialmente perigoso durante o reabastecimento da nave. Um representante da agência afirmou que o ônibus espacial será lançado apenas no dia 11 de julho. A nave estava pronta para o lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A declaração divulgada pela Nasa informou que, por volta das 01h55 (horário local), os responsáveis pelo ônibus espacial "cancelaram o lançamento do ônibus espacial Endeavour em sua missão STS-127". "Apesar dos esforços para descobrir quais eram os problemas, os engenheiros não conseguiram diminuir o vazamento de hidrogênio líquido." Este é o segundo adiamento do lançamento da Endeavour, segundo a correspondente da BBC Sarah Rainsford. O ônibus espacial decolaria no último sábado, dia 13 de junho, mas as autoridades detectaram o vazamento de hidrogênio, muito inflamável. Apesar de a nave ter sido consertada o problema voltou a aparecer e a Nasa decidiu adiar o lançamento até o mês de julho.

Entrega
A Endeavour deveria entregar uma parte de um laboratório japonês para a Estação Espacial Internacional. Quando a missão for retomada, os astronautas terão de fazer cinco caminhadas no espaço para encaixar uma plataforma permanente que pesa 1,9 tonelada ao laboratório japonês. Durante a missão, a Estação Espacial Internacional vai abrigar temporariamente 13 astronautas, a primeira vez que a estação recebe tantos astronautas de uma só vez. E, ainda nesta quarta-feira, um comitê em Washington realizará uma audiência pública para analisar os planos americanos de viagens tripuladas ao espaço. O comitê vai analisar as propostas da Nasa para a substituição da frota de ônibus espaciais e também os planos da agência para voos espaciais tripulados. O presidente Barack Obama já destacou o compromisso americano de voltar à Lua até o ano de 2020.

BBC

sábado, 13 de junho de 2009

Nasa suspende lançamento do 'Endeavour'


O ônibus espacial Endeavour, que teve o lançamento adiado (Foto: Reuters)


Suspensão foi causada por um vazamento de hidrogênio.Diretores da missão devem definir uma nova data para o lançamento.

Da EFE

A Nasa suspendeu o lançamento do ônibus espacial "Endeavour", previsto para este sábado (13) para uma missão de 16 dias à Estação Espacial Internacional (ISS), após detectar um vazamento de hidrogênio.

Em comunicado, a Nasa explicou que o vazamento de combustível, descoberto na madrugada (local) deste sábado durante a operação de reabastecimento, é similar ao que atrasou uma viagem do "Discovery" há alguns meses.

Os diretores da missão "se reunirão esta manhã para decidir os próximos passos, entre eles fixar uma nova data de lançamento".

O "Endeavour" tinha previsto entregar e instalar os últimos módulos do laboratório científico Kibo durante cinco caminhadas espaciais, levar novos equipamentos ao complexo e substituir um dos ocupantes da ISS.

Trata-se do engenheiro japonês Kohichi Wakata, que voltará à Terra como tripulante do "Endeavour" depois de permanecer quatro meses na ISS.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Eclipse ajuda cientistas a identificar 'assinatura' de planetas como a Terra


Imagem mostra o Sol parcialmente ofuscado pela Terra, emitindo a 'assinatura' detectada pelos cientistas (Foto: Divulgação)


Pesquisadores analisaram luz emanada da Lua durante eclipse lunar.Com isso, descobriram como seria a 'assinatura' da Terra, vista de longe.

Salvador Nogueira
Do G1, em São Paulo

Os eclipses lunares são tidos hoje como ótimos espetáculos visuais para os interessados por astronomia, mas dificilmente são vistos como algo que possa render resultados científicos importantes. Pois um grupo de pesquisadores espanhóis acaba de mudar isso, com um estudo que deve ajudar até a procurar planetas similares à Terra fora do Sistema Solar. O grupo de Enric Pallé, do Instituto de Astrofísica das Canárias, em Tenerife, na Espanha, obteve, durante um eclipse lunar observado em 16 de agosto de 2008, o que seria a "assinatura" da atmosfera terrestre, se vista de longe, conforme o planeta passasse à frente do Sol, com relação a um observador distante. Em outras palavras, eles identificaram os traços luminosos que seriam captados por um ET, caso ele estivesse em outro sistema planetário, apontando um poderoso telescópio na nossa direção. A essa assinatura específica é dado o nome de espectro, que equivale à separação da luz vinda de um objeto em suas cores componentes. A partir de marcas nesse padrão de cores separadas, é possível identificar vários dos compostos presentes no ponto de origem da luz. Com o espectro da Terra, por exemplo, é possível identificar a presença de substâncias como oxigênio, nitrogênio e vapor d'água na atmosfera. Segundo os cientistas, é possível até observar características da ionosfera terrestre -- camada da atmosfera marcada pela presença de moléculas polarizadas. A obtenção do chamado espectro de transmissão da Terra foi possível durante um eclipse lunar porque nesse momento a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, bloqueando a maior parte da luz solar. O que sobra -- e ilumina a Lua -- é a luminosidade do Sol que atravessa a atmosfera terrestre e vai parar na superfície lunar. Analisando essa luz, portanto, é possível calcular como é o espectro da Terra, visto da Lua. E o melhor de tudo: muitos dos planetas descobertos fora do Sistema Solar passam à frente de suas estrelas, com relação à Terra. Assim, o espectro que os astrônomos captam deles são equivalentes ao obtido agora do nosso planeta pelos cientistas. Moral da história: é possível compará-los, para identificar quão parecido um planeta fora do Sistema Solar é com a Terra. Com a descoberta de mais e mais planetas, é possivelmente questão de tempo até que encontremos um que tem uma assinatura parecida com a que a Terra emite. Isso, muito provavelmente, será sinal de que há vida naquele mundo distante. O estudo de Pallé e seus colegas está na última edição do periódico científico "Nature".

Recém-nascidas no centro da Via Láctea


Finalmente acharam. todo mundo sabia que era possível, que elas deveriam estar lá, mas cadê? Onde estão as estrelas recém-nascidas no centro da Via Láctea?

O centro de nossa galáxia é povoado por estrelas, gás, poeira e bem no seu centro, um buraco negro supermassivo. As condições são para lá de caóticas: ventos estelares intensos, violentas ondas de choque e outros fatores que só tornam a formação de novas estrelas mais difícil. Mas mesmo em ambientes conturbados assim, estrelas devem se formar. Então é fácil, basta olhar para o centro da galáxia e estudá-las. Só que justamente o centro é um dos lugares na Via Láctea mais afetados pelo obscurecimento causado pela poeira. Além do fato de ser um local relativamente distante, a 24 mil anos-luz. Até hoje, ninguém tinha de fato apontado uma estrela recém-nascida por lá.

Na verdade até o último dia 10 de junho. Uma equipe de astrônomos liderada por Kris Sellgren usou o telescópio espacial Spitzer (antes que ele encerrasse parte de suas operações) para encontrar estrelas bem jovens. Estrelas mais velhas, digamos na adolescência, já são conhecidas há algum tempo, mas as recém-nascidas, com no máximo, um milhão de anos, ainda não tinham sido encontradas.

Uma outra dificuldade é que as recém-nascidas se parecem muito com as estrelas velhas e frias, gigantes ou supergigantes. Estrelas desse tipo são muito comuns no centro da Via Láctea. Para se ter uma ideia, o catálogo inicial analisado tinha pelo menos um milhão de candidatos! Sellgren e sua estudante de doutorado selecionaram 100 suspeitas e no final encontraram apenas 3! Uma agulha no palheiro, ou na verdade 3 agulhas, como disseram as pesquisadoras.

As pesquisas prosseguem e todo o time da Universidade de Ohio espera encontrar mais estrelas assim. Elas vêm comprovar as teorias que dizem que estrelas conseguem se formar mesmo nos ambientes mais inóspitos do universo e também completa o álbum de família. Estrelas jovens, velhas e buraco negro, faltavam as mais jovens de todas.

por Cássio Barbosa em 12 de junho de 2009 às 14:07
Observatório

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Terra pode vir a colidir com outro planeta no futuro, alerta simulação

Dupla usou supercomputador para simular futuro do Sistema Solar.Chance de 'bagunça' é de 1% nos próximos 5 bilhões de anos.

Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo

A conclusão do estudo é de lascar. Ou melhor, de Jacques Laskar, astrônomo do Observatório de Paris. Ele e Mickael Gastineau realizaram uma ambiciosa simulação de computador para mostrar o destino dos planetas do Sistema Solar ao longo dos próximos 5 bilhões de anos -- tempo de vida estimado do Sol antes de se tornar uma gigante vermelha. E o resultado é que existe 1% de probabilidade de que ocorra uma bagunça grande entre os chamados planetas terrestres: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Em muitas dessas simulações catastróficas, a Terra se dá muito mal.



Concepção artística de uma colisão entre a Terra e Marte (Foto: CNRS/Divulgação)

Os pesquisadores fizeram 2.501 simulações do futuro do Sistema Solar. Como a dinâmica gravitacional entre os diversos corpos é muito complexa, fazer um cálculo sobre o que vai acontecer nos próximos 5 bilhões de anos é extremamente difícil. Somente com aproximações e integrações, feitas por supercomputadores, é possível chegar a alguma conclusão. No caso, a dupla usou o supercomputador JADE, do Centro de Computação Nacional Francês (Cines). Os resultados, na verdade, foram animadores. Na imensa maioria das circunstâncias, todos os planetas seguirão girando obedientemente em órbitas muito similares às atuais, até o Sol atingir o seu triste fim. Entretanto, em cerca de 1% das simulações, um fato desagradável aconteceu: uma interação específica entre Júpiter e Mercúrio fez com que o pequenino planeta, o mais próximo do Sol, adotasse uma órbita altamente achatada. E, quando isso acontecia, a chance de bagunça generalizada entre os planetas terrestres aumentava muito. Quando o resultado imediato desse achatamento era uma colisão entre Mercúrio e o Sol, ou Mercúrio e Vênus, o problema ficava contido por ali. Mas, se por acaso essa órbita achatada durasse tempo suficiente, podia levar a colisão de Vênus ou Marte com a Terra! Várias simulações desse evento mostraram problemas para o nosso planeta. Numa delas, por exemplo, o achatamento acentuado da órbita de Mercúrio resultava numa interação entre os planetas que levava Marte, em 3,4 bilhões de anos, a ficar a apenas 794 km da Terra -- distância que, ainda que não destruísse o planeta, seria suficiente para devastá-lo, pelo efeito de maré violento resultante do encontro celeste. Em versões alternativas, Marte chegou a colidir com a Terra, ou até mesmo ser completamente ejetado do Sistema Solar. Os únicos planetas a ficarem impassíveis diante da bagunça eram os gigantes -- Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Esses têm 100% de segurança pelos próximos 5 bilhões de anos. Os outros quatro terão de se contentar com 99%. Uma boa notícia Para os cientistas, o resultado na verdade se traduz de forma positiva. Simulações mais antigas, que não levavam em conta a teoria da relatividade geral de Einstein na hora de calcular as órbitas, levavam a muito mais instabilidade. "Sem a relatividade geral, mais de 50% das simulações apresentam instabilidades", disse ao G1 Jacques Laskar. "Com a relatividade, só 1% das órbitas ficam altamente instáveis." Os resultados também foram encarados de forma otimista por Gregory Laughlin, astrônomo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz que comentou o estudo para o periódico científico "Nature". "Em meio a uma aparentemente infinita torrente de notícias econômicas e ambientais ruins, um despacho do campo da dinâmica celeste soa definitivamente alegre", escreveu. "O trabalho mostra que as órbitas dos planetas terrestres têm 99% de chance de manter seu ritmo de relógio bem ordenado atual pelos 5 bilhões de anos que restam antes que o Sol evolua para uma gigante vermelha e engula todo o Sistema Solar interior."

A incrível supergigante que encolheu!



Betelgeuse é uma estrela brilhante avermelhada na constelação do Órion, vista tipicamente em uma noite de verão. Agora que o inverno está chegando ainda é possível vê-la ao entardecer por alguns minutos sobre o horizonte, a oeste.


Tecnicamente, Betelgeuse é uma supergigante vermelha que, conforme eu já escrevi em um post anterior, está prestes a explodir em supernova. Essa é a conclusão de um trabalho de um colega meu nos EUA, que mostrou que ela pode virar uma supernova até mesmo em 100 ou 200 anos. Considerando que ela está a uma distância de apenas 450 anos-luz, um evento como esse deve produzir um espetáculo à parte.


Se Betelgeuse estivesse no nosso Sistema Solar, ela ocuparia o espaço até a órbita de Júpiter. Por causa disso, e de sua curta distância daqui, essa é uma das (poucas) estrelas cujo raio pode ser medido. Na verdade ela foi a primeira, quando Francis Pease e Albert Michelson, usando um interferômetro em 1921, mediram seu raio como sendo equivalente a quatro vezes a distância Terra-Sol. Desde então, vários astrônomos, usando vários tipos de instrumentos, têm medido o valor do raio de Betelgeuse. E, como era de se esperar, os valores sempre têm uma diferençaentre si. O valor mais aceito atualmente é de cinco vezes a distância Terra-Sol, ou 5 unidades astronômicas.


Só que, desde 1993, Charles Townes, ganhador do Nobel de física pela invenção do laser, tem monitorado o tamanho da estrela com o mesmo equipamento e o mesmo método. Com isso, ele pode garantir que as variações que possam surgir das medidas sejam de fato da estrela. E aí é que começam as surpresas.


Com dados acumulados durante os últimos 15 anos, Townes mostrou nesta terça (9), na reunião da Sociedade de Astronomia Americana, que o raio da estrela já encolheu por volta de 15%. Isso significa que agora Betelgeuse encolheu um valor de tamanho equivalente ao da órbita de Vênus. Mas o encolhimento em tamanho não se reflete em mudança de brilho: durante esses 15 anos não houve mudanças significativas de sua luminosidade.


Ninguém sabe exatamente por que Betelgeuse está encolhendo, mas pode ser mais um sinal de que ela esteja se aproximando dos seus momentos finais. Algumas hipóteses já foram levantadas, tais como movimentos de convecção do gás. Mas, como a teoria que explica os momentos que antecedem uma explosão de supernova ainda é bastante incerta, é bem possível que este seja um dos últimos suspiros da supergigante.

Postado por Cássio Barbosa em 10 de junho de 2009 às 10:12

terça-feira, 9 de junho de 2009

Telescópio montado em balão vai desvendar segredos do Sol


O telescópio Sunrise antes de subir aos céus (Foto: Daniel Duch/La Vanguardia)

Do G1, em São Paulo

O telescópio montado num balão Sunrise ("nascer do Sol"), criado numa parceria entre pesquisadores europeus e grupos da Nasa, subiu em segurança para sua posição a 40 km do solo e já está fazendo observações do Sol. Lançado a partir do Centro Espacial Esrange, na Suécia, o aparelho tem como objetivo observar detalhes da superfície solar com menos de 35 km, em busca de dados relevantes sobre a temperatura e o campo magnético do astro. Tempestades eletromagnéticas solares podem afetar as telecomunicações aqui na Terra.

Formazioni luminose nei cieli d’europa

Uno «sprite»

Si tratta degli «Sprites». Assomigliano a nubi luminose e talvolta vengono scambiati per Ufo .


MILANO - Luci misteriose circolavano nei cieli europei in questi ultimi giorni. Ma indagando i fisici dell’atmosfera hanno spiegato cause e caratteristiche. Nessun mistero, nessun UFO come qualcuno ha subito gridato, dunque. Lo scienziato spagnolo Oscar Van der Velde di Sant Vincenc de Castellet, fisico dell’atmosfera appunto, li ha fotografati e decifrati. Si tratta, ha spiegato, degli «Sprites» e si vedono a grandi altezza. Assomigliano a nubi luminose dalle strane forme che talvolta accendono facilmente la fantasia.


FENOMENI METEO - «Gli sprites ¬ - precisa – sono uno dei tanti fenomeni meteorologici particolari di cui il cielo ci gratifica. Si manifestano a una quota intorno agli 80 chilometri di quota sviluppandosi in due direzioni, prima in basso e poi verso l’alto. Ciò succede quando un fulmine strappa cariche elettriche da una vicina nube generando le condizioni ideali per la formazione luminosa: il tutto dura in media venti millesecondi». Di questi fenomeni si parla da almeno un secolo ma soltanto dal 1989 esiste la prova. In quell’anno, infatti, gli astronauti di una missione shuttle della Nasa li fotografarono più volte.


CACCIATORI DI SPRITES - Da allora si sono addirittura formate delle associazioni di «Sprite chasers», cacciatori di sprites, che sorvegliano in continuazione il cielo cercando di individuarli e fotografarli. Quando li agguantano lo spettacolo è assicurato e la curiosità soddisfatta con tanto di spiegazioni scientifiche. E senza inutili enigmi. Il cielo è un meraviglioso laboratorio di fenomeni fisico-chimici.


Giovanni Caprara
09 giugno 2009
Corriere della Sera

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