sexta-feira, 17 de junho de 2011

Estudo explica mecanismo de cometa hiperativo

Estudo explica mecanismo de cometa hiperativo.   Cometa Hartley 2 espirra mais água que outros do mesmo tamanho.    Fenômeno é explicado pelo dióxido de carbono no corpo celeste.

Do G1, em São Paulo - Um artigo publicado pela revista científica “Science” mostrou que o cometa Hartley 2 é hiperativo, comparado a outros cometas. A conclusão foi feita por uma equipe de pesquisadores liderada pela Universidade de Maryland, nos EUA, com base em dados colhidos pela sonda Deep Impact, que visitou o cometa no segundo semestre do ano passado.

A análise das imagens confirma que o dióxido de carbono (CO2) é o combustível volátil responsável pelos jatos que espirram gelo. “O Hartley 2 é um cometinha hiperativo, que espirra mais água que outros cometas do seu tamanho”, disse Michael A’Hearn, principal autor do estudo.

As imagens comparam os cometas Tempel 1 (esquerda) e Hartley 2 (direita), registradas com o mesmo equipamento e exibidas com a mesma escala (Foto: Science/AAAS/Cortesia)

“Quando aquecido pelo Sol, o gelo seco [dióxido de carbono congelado] que está dentro do corpo do cometa se transforma em gás, sai do cometa como um jato e leva consigo gelo de água”, completou o astrônomo.

A missão da Deep Impact descobriu que os jatos não ocorrem da mesma maneira nas diferentes partes do cometa. O corpo do cometa tem o formato que se parece com o de um amendoim, e os jatos saíam normalmente das extremidades. Na região central, chamada de barriga, a água saía em forma de vapor, com muito pouco CO2 ou gelo.
 “Pensamos que a barriga seja um depósito de material de outras partes do cometa, nossa primeira evidência de redistribuição num cometa”, disse Jessica Sunshine, uma das pesquisadoras da missão.

“O mecanismo mais provável é que algumas frações de poeira, pedaços de gelo e outros materiais, saídos das extremidades se movam devagar o suficiente para serem capturadas mesmo pela gravidade muito fraca do pequeno cometa. Então esse material cai de volta no ponto mais baixo, o meio”, aponta a cientista.

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