A agência espacial americana (Nasa, na sigla em inglês) divulgou nesta
quarta-feira (20) que dados do Orbitador de Reconhecimento Lunar indicam
que gelo pode representar até 22% da superfície de uma cratera
localizada no polo sul do satélite natural da Terra. Os resultados estão
publicados na edição desta semana da revista "Nature".
A equipe, formada por funcionários da Nasa e cientistas de
universidades como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),
usou uma luz a laser para examinar o solo da cratera Shackleton, que tem
2 km de profundidade, 12 km de largura, é escura e extremamente fria.
Cratera no polo sul da Lua pode conter gelo, conclui pesquisa (Foto: Nasa/Zuber, M.T. et al., Nature, 2012)
Descobriu-se que chão dela é mais brilhante que o de crateras próximas,
o que pode ser um indicativo consistente da presença de pequenas
quantidades de gelo. As paredes da Shackleton são ainda mais brilhates
que o fundo. Como recebem iluminação de vez em quando, poderiam evaporar
o gelo que se acumula.
Luz artificial simboliza diferentes alturas da cratera, sendo a azul a mais profunda e a vermelha a mais rasa (Foto: Nasa/Zuber, M.T. et al., Nature, 2012 )
A informação vai ajudar os pesquisadores a compreenderem melhor a
formação dessa cratera e estudar outras áreas desconhecidas da Lua.
Segundo Gregory Neumann, funcionário da Nasa e coautor do estudo, essas
medidas de brilho já intrigam os cientistas há dois anos.
Os estudiosos também usaram o instrumento a laser para mapear o relevo
do terreno da cratera com base no tempo que a luz levou para voltar da
superfície. Quanto mais tempo, menor a elevação do lugar.
Além da possível evidência de gelo, o trabalho revela que a Shackleton
está incrivelmente preservada desde a sua formação, há mais de 3 bilhões
de anos. O piso dela é formado por várias outras pequenas crateras, que
podem ter surgido como parte da colisão que a criou.
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