Um time internacional de astrônomos detectou, pela primeira vez,
moléculas de açúcar ao redor de uma estrela jovem, informou nesta
quarta-feira (29) o Observatório Europeu do Sul (ESO). A descoberta foi
feita pelo telescópio Alma, localizado a 5 mil metros de altura no
deserto do Atacama, no Chile.
A
estrela IRAS 16293-2422 fica na nebulosa escura Rho Ophiuchi, na
constelação do Serpentário, vista na imagem com luz infravermelha por
outro telescópio, o Wise, da Nasa (Foto: NASA/JPL-Caltech/WISE Team )
Os resultados aparecem na revista científica "Astrophysical Journal
Letters" e mostram que os blocos de "glicoaldeído", um tipo simples de
açúcar – com a fórmula química C2H4O2 –, estavam no disco de gás e
poeira que circunda a estrela IRAS 16293-2422.
O astro fica na constelação do Serpentário, a cerca de 400 anos-luz de
distância da Terra, o que é considerado "próximo" na escala do Universo.
Ele tem massa semelhante à do Sol e pertence a um sistema binário, ou
seja, onde há duas estrelas orbitando um centro comum.
Moléculas de açúcar foram achadas na região que fica onde está indicado o detalhe, à esquerda (Foto: ESO/L. Calçada & Nasa/JPL-Caltech/WISE Team)
Segundo os cientistas, o açúcar encontrado estava no local e na altura
certos para serem incluídos na formação dos planetas desse sistema. Além
disso, as moléculas se movimentavam na direção correta, caindo sobre um
dos astros.
O glicoaldeído já havia sido observado anteriormente no espaço entre as
estrelas, mas nunca tão perto de um corpo do tipo solar, a uma
distância equivalente entre Urano e o Sol.
Segundo o principal autor do artigo, Jes Jørgensen, do Instituto Niels
Bohr, na Dinamarca, essa forma de açúcar não é muito diferente da que
usamos para adoçar o café, por exemplo. Moléculas assim são um dos
ingredientes necessários para a formação do RNA, composto orgânico que
está ligado ao DNA e é um dos elementos essenciais à vida.
Glicoaldeído
foi descoberto ao redor de nuvem de gás e poeira de estrela. Os átomos
de carbono aparecem em cinza, os de oxigênio em vermelho e os de
hidrogênio em branco (Foto: ESO/NAOJ/NRAO/L. Calçada)
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