Astrônomos europeus descobriram um planeta com quase a mesma massa da
Terra que orbita uma estrela no sistema mais próximo de nós, o Alpha
Centauri, a apenas 4,3 anos-luz de distância. Segundo os cientistas,
esse exoplaneta – nome dado a planetas fora do Sistema Solar – é o
primeiro corpo celeste "leve", parecido com o nosso, encontrado ao redor
de uma estrela como o Sol.
O achado aparece na edição online da revista "Nature" desta
quarta-feira (17). O planeta, porém, fica fora da chamada "zona
habitável" – distância da estrela principal onde a água, se estivesse
presente, estaria em estado líquido –, o que significa que esse não é um
"irmão gêmeo" da Terra.
Apesar disso, os autores dizem que as técnicas de observação usadas
nesse estudo são capazes de atingir a precisão necessária para pesquisar
outros planetas semelhantes ao nosso.
A equipe do Observatório da Universidade de Genebra, na Suíça, e do
Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, em Portugal, contou com a
ajuda de um instrumento chamado Harps, instalado em um telescópio do
Observatório Europeu do Sul (ESO), na localidade de La Silla, no norte
do Chile.
Sistema Alpha Centauri é o mais próximo do Sistema Solar, a 4,3 anos-luz da Terra
(Foto: ESO/Divulgação)
Na concepção artística acima, o planeta está perto da estrela Alpha
Centauri B – semelhante ao Sol, embora menor e não tão intensa –, e à
direita da Alpha Centauri A, uma das mais brilhantes do Hemisfério Sul.
Esses dois astros, junto com outro mais fraco, avermelhado e perto da
Terra, chamado Proxima Centauri, formam um sistema estelar triplo na
constelação do Centauro.
O planeta fica a uma distância aproximada de 6 milhões de quilômetros
da Alpha Centauri B, muito mais perto do que Mercúrio está do Sol, e
demora 3,2 dias para orbitar a estrela – enquanto aqui na Terra, levamos
365 dias para dar uma volta completa ao redor do Sol.
Segundo o principal autor do estudo, Xavier Dumusque, do Observatório
da Universidade de Genebra, as observações foram feitas durante mais de
quatro anos. Os sinais da existência do planeta são pequenos, mas reais.
A equipe detectou esse corpo ao identificar desvios de movimento da
estrela Alpha Centauri B, criados pela ação gravitacional do planeta em
volta.
Alpha
Centauri A é vista a partir de imagens do banco de dados Digitized Sky
Survey 2. O astro parece muito grande, mas é a impressão causada pela
radiação dispersa na emulsão fotográfica (Foto: ESO/Divulgação)
De acordo com os astrônomos, essa interação faz com que a estrela se
desloque para a frente e para trás a 51 centímetros por segundo, ou 1,8
km por hora, velocidade correspondente a um bebê engatinhando.
Outros exoplanetas
O primeiro exoplaneta a orbitar uma estrela como o Sol foi visto por essa mesma equipe em 1995. Desde então, já foram descobertos outros 800. Apesar disso, a maioria dos planetas são maiores que a Terra e muitos são tão grandes quanto Júpiter – o gigante do Sistema Solar. A massa mínima desse "novo" planeta foi estimada, mas a previsão geralmente se aproxima da massa real.
O grande desafio dos cientistas agora é encontrar um planeta com massa comparável à da Terra que orbite uma estrela como o Sol e esteja a uma distância dele favorável à vida. Na opinião da coautora Stéphane Udry, também de Genebra, esse pode ser um planeta em um sistema com vários deles. Isso porque, segundo achados anteriores, corpos celestes pequenos assim costumam estar em sistemas mais amplos.
O primeiro exoplaneta a orbitar uma estrela como o Sol foi visto por essa mesma equipe em 1995. Desde então, já foram descobertos outros 800. Apesar disso, a maioria dos planetas são maiores que a Terra e muitos são tão grandes quanto Júpiter – o gigante do Sistema Solar. A massa mínima desse "novo" planeta foi estimada, mas a previsão geralmente se aproxima da massa real.
O grande desafio dos cientistas agora é encontrar um planeta com massa comparável à da Terra que orbite uma estrela como o Sol e esteja a uma distância dele favorável à vida. Na opinião da coautora Stéphane Udry, também de Genebra, esse pode ser um planeta em um sistema com vários deles. Isso porque, segundo achados anteriores, corpos celestes pequenos assim costumam estar em sistemas mais amplos.
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