sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Telescópio faz imagens que revelam como o Sol armazena e libera energia

Equipamento capta 1ª evidência clara de transferência energética no astro.
Missão de R$ 10 milhões foi lançada em julho do ano passado pela Nasa.

Do G1, em São Paulo


Um telescópio da agência espacial americana (Nasa) registrou a primeira evidência clara de transferência energética entre o campo magnético do Sol e sua atmosfera, chamada coroa. Até então, esse processo era tema de vários estudos científicos, mas ainda não havia sido observado na prática.

Os pesquisadores visualizaram esse fenômeno em imagens de alta resolução feitas pelo telescópio Hi-C, que desde julho do ano passado tem analisado como a principal estrela do nosso sistema armazena e libera energia. Ao todo, a missão custou cerca de R$ 10 milhões.

Telescópio da Nasa estuda como o Sol libera energia (Foto: Nasa) 
Região solar ativa é vista em detalhes por telescópio que estuda como o astro libera energia (Foto: Nasa)
 
Segundo o principal autor do projeto, Jonathan Cirtain, os cientistas têm tentado há décadas entender como a atmosfera dinâmica do Sol se aquece a milhões de graus – as temperaturas registradas desta vez variaram entre 2 e 4 milhões de graus Celsius.

O telescópio de 210 kg e três metros de comprimento voou por cerca de 10 minutos e capturou 165 imagens de uma grande região em atividade na coroa solar. O Hi-C conseguiu captar uma mancha ativa e alguns detalhes que podem ajudar a compreender como o astro gera continuamente uma grande quantidade de energia para aquecer sua camada mais externa.

Muitas das estrelas no Universo têm campos magnéticos. E a evolução desses campos é usada para explicar as emissões e eventuais erupções do Sol. Além disso, entender esse processo ajuda a desvendar como todas as estrelas magnetizadas evoluem.

De acordo com os astrônomos, essas observações também podem melhorar as previsões do clima espacial, já que o campo magnético do Sol impulsiona as explosões dele, e essas erupções, por sua vez, atingem a atmosfera da Terra e afetam as operações de satélites de comunicação e navegação na órbita do nosso planeta.

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