Astrônomos constataram que vento estrelar não é uma brisa uniforme.
Raras, as estrelas de grande massa reciclam material do Universo.
O satélite de raio X XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA),
concluiu o estudo mais detalhado já realizado sobre o forte vento de uma
estrela gigante, informou a agência em nota divulgada na terça-feira
(5).
Os astrônomos mostraram, pela primeira vez, que o vento estrelar não é
uma brisa uniforme, mas sim fragmentada em centenas de milhares de
pedaços, com diferentes temperaturas.
“Outros estudos já deram a entender que os ventos de estrelas de grande
massa não são simplesmente uma brisa uniforme, e os novos dados
confirmam isso. Mas, eles também revelam a existência de centenas de
milhares de peças individuais quentes e frias”, diz Yaël Naze, da
Universidade de Liège, na Bélgica, que liderou a análise do estudo.
Vento de estrelas gigantes é composto por pedaços quentes e frios
(Foto: ESA–C. Carreau/Nazé et al)
Estrelas gigantes
As estrelas de grande massa são relativamente raras, mas desempenham um papel muito importante na reciclagem de materiais no Universo. Elas queimam o seu combustível nuclear muito mais rápido do que estrelas como o Sol e vivem por apenas milhões de anos, antes de explodirem em uma supernova, devolvendo a maior parte de sua matéria para o espaço.
As estrelas de grande massa são relativamente raras, mas desempenham um papel muito importante na reciclagem de materiais no Universo. Elas queimam o seu combustível nuclear muito mais rápido do que estrelas como o Sol e vivem por apenas milhões de anos, antes de explodirem em uma supernova, devolvendo a maior parte de sua matéria para o espaço.
Mas, mesmo durante suas "breves" vidas, elas perdem uma fração
significativa de suas massas devido aos fortes ventos de gás, expulsos
das suas superfícies pela luz intensa emitida pela estrela.
Os ventos das estrelas massivas são pelo menos cem milhões de vezes
mais fortes do que o vento solar emitido por nosso próprio Sol e podem
moldar significativamente o ambiente ao redor. Eles têm força, por
exemplo, para provocar o colapso de nuvens de gás e poeira, formando
novas estrelas, ou o inverso: empurrar as nuvens para longe antes que
tenham a chance de começar a formar os novos astros.
Fragmentos
Apesar da sua importância, no entanto, a estrutura detalhada dos ventos das estrelas gigantes era pouco compreendida até então.
Apesar da sua importância, no entanto, a estrutura detalhada dos ventos das estrelas gigantes era pouco compreendida até então.
Agora, com as observações do satélite XMM-Newton, os astrônomos puderam
entender melhor como são os ventos estrelares por dentro, por meio do
estudo detalhado da variação das emissões de raio X da estrela zeta
Puppis, também conhecida como Naos. Essa estrela é considerada a mais
brilhante da constelação de Puppis e pode ser vista a olho nu da Terra,
no hemisfério sul.
De acordo com a ESA, os raios X captados pelo satélite são fruto das
colisões que ocorrem no vento entre os diversos pedaços que o compõem.
Essas partes são aquecidas e arrefecidas, fazendo com que a força e a
energia dos raios X emitidos por elas variem.
Foi dessa maneira que os astrônomos conseguiram identificar a
quantidade de pedaços que fazem parte do vento estrelar da zeta Puppis,
concluindo que ele não era constante e uniforme, mas formado por
centenas de milhares de pedaços.
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