Região fica na constelação de Lira, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra.
Centro contém estrela anã branca, que deve morrer dentro de 10 mil anos.
Nebulosa
do Anel tem estrela anã branca no centro, que deve morrer em 10 mil
anos (Foto: Nasa/ESA/C.R. Robert O’Dell, G.J. Ferland, W.J. Henney e M.
Peimbert/Large Binocular Telescope: David Thompson)
Novas imagens feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, mostram
detalhes da Nebulosa do Anel, localizada na constelação de Lira, a cerca
de 2 mil anos-luz da Terra.
Essa região, que tem sido alvo de muitas observação por parte de
astrônomos amadores, mede cerca de 1 ano-luz de diâmetro e se expande a
uma velocidade de 69 mil km/h. As cores indicam diferentes temperaturas
de gás, sendo o azul o mais quente e o vermelho o mais frio.
As imagens combinam registros feitos em luz visível pelo Hubble com
dados infravermelhos do Grande Telescópio Binocular, instalado no
Arizona, nos EUA. Essas informações ajudaram os cientistas a construir
modelos em 3D da nebulosa. Também foram usadas informações do
observatório astronômico San Pedro Mártir em Baja Califórnia, no México.
As novas observações do Hubble revelam detalhes de um gás brilhante que
se formou em volta de uma estrela anã branca à beira da morte, no
centro da nebulosa. Esse astro compacto, com massa várias vezes maior
que a do Sol, um dia se pareceu com a nossa principal estrela, mas ao
longo de bilhões de anos foi queimando seu combustível de hidrogênio e
perdendo suas camadas externas de gás. Nos próximos 10 mil anos, essa
anã branca deve ficar cada vez mais fraca, até se fundir com o meio
interestelar.
Agora, os cientistas começam a entender melhor a Nebulosa do Anel, que até então era tratada como uma formação clássica.
"Não é como um bagel, mas como um donut de geleia, pois está cheia de
matéria no meio", comparou o pesquisador C. Robert O'Dell, da
Universidade Vanderbilt em Nashville, no Tennessee. O cientista lidera
uma equipe – que envolve instituições como as universidades do Arizona,
do Kentucky e Autônoma do México – que usa o Hubble e vários telescópios
terrestres para obter uma melhor visão dessa região do Universo.
Observações anteriores já haviam detectado o material gasoso no centro
da nebulosa, mas esta é a primeira vez que imagens sugerem que o anel
envolve uma estrutura em forma de bola de futebol azul – cuja cor vem do
brilho do gás hélio. Cada extremidade dela se projeta para fora em
lados opostos.
A equipe também foi surpreendida com "nós" de gás denso ao longo da
borda interna do anel, semelhantes aos raios de uma roda de bicicleta.
Todo esse material foi expulso pela estrela há cerca de 4 mil anos.
Segundo os astrônomos, estudar a Nebulosa do Anel vai fornecer
informações sobre a morte do Sol dentro de 6 bilhões de anos. Mas, como a
nossa estrela não é tão massiva quanto essa, seu fim deve ser menos
pomposo.
Temperatura do gás da nebulosa aumenta de fora em direção ao centro
(Foto: Nasa/Hubble Heritage Team)
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