sexta-feira, 24 de maio de 2013

Telescópio Hubble registra novas imagens da Nebulosa do Anel

Região fica na constelação de Lira, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra.
Centro contém estrela anã branca, que deve morrer dentro de 10 mil anos.

Do G1, em São Paulo
 
Nebulosa do Anel (Foto: Nasa/ESA/C.R. Robert O’Dell, G.J. Ferland, W.J. Henney and M. Peimbert/Large Binocular Telescope data: David Thompson) 
Nebulosa do Anel tem estrela anã branca no centro, que deve morrer em 10 mil anos (Foto: Nasa/ESA/C.R. Robert O’Dell, G.J. Ferland, W.J. Henney e M. Peimbert/Large Binocular Telescope: David Thompson)
 
 
Novas imagens feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, mostram detalhes da Nebulosa do Anel, localizada na constelação de Lira, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra.

Essa região, que tem sido alvo de muitas observação por parte de astrônomos amadores, mede cerca de 1 ano-luz de diâmetro e se expande a uma velocidade de 69 mil km/h. As cores indicam diferentes temperaturas de gás, sendo o azul o mais quente e o vermelho o mais frio.

As imagens combinam registros feitos em luz visível pelo Hubble com dados infravermelhos do Grande Telescópio Binocular, instalado no Arizona, nos EUA. Essas informações ajudaram os cientistas a construir modelos em 3D da nebulosa. Também foram usadas informações do observatório astronômico San Pedro Mártir em Baja Califórnia, no México.

As novas observações do Hubble revelam detalhes de um gás brilhante que se formou em volta de uma estrela anã branca à beira da morte, no centro da nebulosa. Esse astro compacto, com massa várias vezes maior que a do Sol, um dia se pareceu com a nossa principal estrela, mas ao longo de bilhões de anos foi queimando seu combustível de hidrogênio e perdendo suas camadas externas de gás. Nos próximos 10 mil anos, essa anã branca deve ficar cada vez mais fraca, até se fundir com o meio interestelar.

Agora, os cientistas começam a entender melhor a Nebulosa do Anel, que até então era tratada como uma formação clássica.

"Não é como um bagel, mas como um donut de geleia, pois está cheia de matéria no meio", comparou o pesquisador C. Robert O'Dell, da Universidade Vanderbilt em Nashville, no Tennessee. O cientista lidera uma equipe – que envolve instituições como as universidades do Arizona, do Kentucky e Autônoma do México – que usa o Hubble e vários telescópios terrestres para obter uma melhor visão dessa região do Universo.

Observações anteriores já haviam detectado o material gasoso no centro da nebulosa, mas esta é a primeira vez que imagens sugerem que o anel envolve uma estrutura em forma de bola de futebol azul – cuja cor vem do brilho do gás hélio. Cada extremidade dela se projeta para fora em lados opostos.

A equipe também foi surpreendida com "nós" de gás denso ao longo da borda interna do anel, semelhantes aos raios de uma roda de bicicleta. Todo esse material foi expulso pela estrela há cerca de 4 mil anos.

Segundo os astrônomos, estudar a Nebulosa do Anel vai fornecer informações sobre a morte do Sol dentro de 6 bilhões de anos. Mas, como a nossa estrela não é tão massiva quanto essa, seu fim deve ser menos pomposo.


Temperatura do gás da nebulosa diminui do centro para fora  (Foto: Nasa/Hubble Heritage Team ) 
Temperatura do gás da nebulosa aumenta de fora em direção ao centro 
(Foto: Nasa/Hubble Heritage Team)

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