Galáxias crescem ao agregarem material que a rodeia, dizem cientistas.
Dados foram coletados no Observatório Austral Europeu (ESO).
Concepção artística de uma galáxia agregando material do meio circundante
(Foto: Divulgação/ESO)
Cientistas do Observatório Austral Europeu (ESO) conseguiram observar
uma galáxia no processo de absorção de gás do exterior, a melhor
evidência direta obtida até o momento para sustentar as teorias
existentes sobre a formação das galáxias.
Os dados, coletados com a ajuda do telescópio VLT que fica no Deserto
do Atacama (Chile), reforçam as teorias que defendem que as galáxias
atraem e "consomem" matéria próxima para possibilitar a formação estelar
e impulsionar a própria rotação.
O objeto de estudo, que deu origem a conclusões publicadas nesta
quinta-feira (4) em um artigo na revista "Science", foi um estranho
alinhamento entre uma galáxia distante e um "quasar" - núcleo brilhante
alimentado por um buraco negro supermassivo.
"Este tipo de alinhamento é muito incomum e nos permitiu fazer
observações únicas", explicou o autor principal do artigo, Nicolas
Bouché, em comunicado divulgado pelo ESO, sediado em Garching
(Alemanha).
A luz do quasar atravessa o material que rodeia a galáxia antes de
chegar à Terra, o que faz com que seja possível explorar de forma
detalhada as propriedades do gás que fica no entorno da galáxia. "Esses
novos resultados nos oferecem a melhor visão obtida até o momento de uma
galáxia em pleno processo de 'ingestão'"', ressaltou o ESO.
Durante o processo de criação de novas estrelas, as galáxias esgotam
rapidamente suas reservas de gás, que, por isso, deve ser repostas
gradualmente para que a atividade possa continuar.
O coautor do artigo, Michael Murphy, garantiu que as propriedades do
gás são exatamente as que os cientistas esperavam encontrar, já que se
movimenta como supunham, além de estar presente nas quantidade e
composição corretas estipuladas nos modelos previamente desenvolvidos.