Nave fará pouso 12 dias após o lançamento do foguete Grande Marcha-3B.
Nome do veículo lunar é 'Coelho de Jade', referência à mitologia chinesa.
Bandeira
chinesa é vista em frente à lua na Praça Tiananmen, em Pequim, nesta
sexta-feira (13); veículo lunar chinês deve pousar na Lua neste sábado.
(Foto: AFP Photo/Mark Ralston)
Um módulo espacial que transporta o primeiro veículo lunar chinês tem
previsão de pousar na Lua neste sábado (14), indicaram as autoridades,
que descrevem a manobra como a mais importante da missão.
A nave espacial fará o pouso na Lua 12 dias depois que a missão
Chang'e-3 lançou o foguete Grande Marcha-3B da base de lançamentos de
satélites de Xichang (sudoeste).
O nome do veículo lunar é "Coelho de Jade" ou "Yutu" em chinês, uma
referência à mitologia chinesa.
Segundo a lenda, um coelho vive na Lua,
onde tritura o elixir da imortalidade em suas crateras. O animal
lendário tem a companhia de Chang'e, a deusa chinesa da Lua.
Com a missão Chang'e-3, a China deve fazer seu primeiro pouso na Lua,
como parte de um ambicioso programa marcado pelo sucesso de duas sondas
lunares precedentes.
As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em
outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, fazer observações
detalhadas da Lua.
O programa espacial chinês é chefiado por militares. Além de garantir o
status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país
asiático a enviar um homem à Lua.
Foto de arquivo tirada em 5 de novembro mostra o
modelo de veículo lunar chamado 'Coelho de Jade'.
(Foto: AFP Photo/Peter Parks)
modelo de veículo lunar chamado 'Coelho de Jade'.
(Foto: AFP Photo/Peter Parks)
O "Coelho de Jade", equipado com painéis solares para gerar sua
energia, fará análises científicas e enviará para a Terra imagens
tridimensionais de seu satélite natural.
O veículo, com peso de 120 quilos, pousará na Baía dos Arco-íris, um
território ainda inexplorado do satélite, informou a administração
espacial chinesa. Esta região oferece condições favoráveis, tanto por
sua exposição ao sol quanto pela comunicação com a Terra.
O veículo lunar funcionará durante três meses e poderá se deslocar a
uma velocidade máxima de 200 metros por hora. A conquista do espaço é
percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como o
símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC)
no poder.
As autoridades têm planos ambiciosos, como criar uma estação espacial
permanente em 2020 e eventualmente enviar um ser humano à Lua, mas sua
tecnologia atualmente carece da precisão que Rússia e Estados Unidos
têm.
Ouyang Ziyuan, chefe do projeto de jipe lunar, declarou à Xinhua que as
crenças antigas se baseavam nas marcas deixadas por impactos na
paisagem lunar. "Há várias manchas negras na superfície da Lua, nossos
povos antigos imaginaram que se tratava de um palácio lunar, de árvores e
de um coelho de jade", disse.
"Yutu é um símbolo de bondade, pureza e agilidade, e é idêntico ao jipe, tanto em atitude quanto em conotação", afirmou Li Bengzheng, vice-comandante em chefe do programa lunar chinês, segundo a agência oficial. "Yutu também reflete o uso pacífico do espaço pela China", acrescentou Li.
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