Importante descoberta ajuda a esclarecer origem do universo.
É a 1ª evidência de 'inflação cósmica' (expansão rápida do universo).
O telescópio BICEP2, que fez descoberta (Foto: Steffen Richter/AP)
Cientistas americanos revelaram nesta segunda-feira (17) a detecção
inédita de ecos do Big Bang, explosão ocorrida há cerca de 14 bilhões de
anos que deu origem à expansão do cosmo. Trata-se de uma importante
descoberta para entender as origens do universo.
A "primeira evidência direta da inflação cósmica" foi observada com um
telescópio no Polo Sul e foi anunciada por especialistas do Centro de
Astrofísica (CfA) de Harvard-Smithsonian.
A existência destas ondulações de espaço-tempo, primeiro eco do Big
Bang, demonstra a expansão extremamente rápida do universo na primeira
fração de segundo de sua existência, uma fase conhecida como inflação
cósmica.
"A detecção destas ondulações é um dos objetivos mais importantes da
cosmologia na atualidade e resultado de um enorme trabalho realizado por
uma grande quantidade de cientistas", destacou John Kovac, professor de
astronomia e de física no CfA e chefe da equipe de investigação BICEP2,
que fez a descoberta.
Detecção de ondas
As ondas gravitacionais são ondulações minúsculas e primordiais que se propagam pelo cosmo. Os astrônomos as buscam há décadas, porque são a prova que falta para duas teorias, uma das quais inaugurou a era atual de pesquisa sobre as origens e a evolução do cosmo - a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, publicada em 1916 - e outra que deu os retoques finais nela, a teoria da inflação cósmica, desenvolvida nos anos 1980.
As ondas gravitacionais são ondulações minúsculas e primordiais que se propagam pelo cosmo. Os astrônomos as buscam há décadas, porque são a prova que falta para duas teorias, uma das quais inaugurou a era atual de pesquisa sobre as origens e a evolução do cosmo - a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, publicada em 1916 - e outra que deu os retoques finais nela, a teoria da inflação cósmica, desenvolvida nos anos 1980.
Um conjunto especializado de detectores
supercondutores é usado pelo telescópio BICEP2, no
Polo Sul, para capturar luz de bilhões de anos atrás
(Foto: Reuters/Nasa/JPL-Caltech)
supercondutores é usado pelo telescópio BICEP2, no
Polo Sul, para capturar luz de bilhões de anos atrás
(Foto: Reuters/Nasa/JPL-Caltech)
Uma fração de segundo após o Big Bang, a explosão do espaço-tempo que
iniciou o universo 13,8 bilhões de anos atrás, o cosmo recém-nascido
inflou muitas vezes seu tamanho inicial em menos de um quadrilionésimo
de segundo (número representado por um zero seguido de uma vírgula
seguida de 33 zeros e um 1).
As ondas gravitacionais foram detectadas pelo telescópio BICEP2 (Imagem
de Fundo de Polarização Cósmica Extragalática, na sigla em inglês), que
fica no Polo Sul. O instrumento, que escaneia o céu a partir dessa
região, examina o que os cientistas chamam de micro-onda cósmica de
fundo, uma radiação extremamente fraca presente em todo o universo. Sua
descoberta em 1964 pelos astrônomos dos laboratórios Bell, em Nova
Jersey, foi saudada como a melhor prova até hoje de que o universo
começou em uma explosão imensamente quente.
Diferença de temperatura
A micro-onda cósmica de fundo, que passou a banhar o universo 380 mil anos após o Big Bang, está meros três graus acima do zero absoluto, tendo esfriado até a quase não existência desde o plasma imensuravelmente quente que era o universo nas primeira frações de segundo de sua existência.
A micro-onda cósmica de fundo, que passou a banhar o universo 380 mil anos após o Big Bang, está meros três graus acima do zero absoluto, tendo esfriado até a quase não existência desde o plasma imensuravelmente quente que era o universo nas primeira frações de segundo de sua existência.
A radiação de fundo não é exatamente uniforme. Como a luz, essa
relíquia é polarizada, como resultado da interação com elétrons e átomos
no espaço.
Modelos de computador previram um padrão espiral particular na radiação
de fundo que combinaria com o que seria esperado com a inflação do
universo após o Big Bang.
A equipe não só encontrou o padrão, mas descobriu ser consideravelmente
mais forte do que o esperado. "Foi como procurar uma agulha no
palheiro, e ao invés disso achar um pé de cabra", disse o co-líder do
estudo Clem Pryke, da Universidade de Minnesota, em um comunicado.
Para o físico teórico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, o avanço
"representa um novo esclarecimento sobre algumas das questões mais
fundamentais para saber por quê existimos e como o universo começou".
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