Fábio França
Do G1 Vale do Paraíba e Região
O satélite Cbers-4, feito em parceria entre Brasil e China, foi lançado na madrugada deste domingo (7) ao espaço. O equipamento foi lançado a 1h26 (horário de Brasília) pelo foguete Longa Marcha 4B da base localizada na cidade de Taiyuan, nordeste da China. O sucesso da operação foi confirmado à 1h39, quando o equipamento atingiu altitude de 778 quilômetros, distância necessária para que entrasse em órbita e iniciasse a abertura do painel solar.
Uma comitiva brasileira que contou com o ministro da Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina Diniz, com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi, e com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, acompanhou o lançamento no país asiático.
No Brasil, o lançamento foi acompanhado por pesquisadores do Inpe, em São José dos Campos (SP). "O lançamento foi um sucesso e o satélite se separou do foguete sem problemas. Já recebemos informações sobre os primeiros sinais vitais e ele deve passar sobre o Brasil por volta das 11h deste domingo", disse o chefe do centro de rastreio e controle de satélites do Inpe, Dr. Pawel Rozenfeld.
De acordo com Rozenfeld, os três primeiros meses do satélite em órbita serão voltados a testes nas câmeras.
Tecnologia
O satélite é equipado com quatro câmeras de alta resolução que vão coletar imagens com alta fidelidade de atividades agrícolas e contribuir com o monitoramento da Amazônia, auxiliando no combate de possíveis desmatamentos ilegais e queimadas.
O Cbers-4 tem o mesmo formato e mecanismos do Cbers-3, com modernização da tecnologia das câmeras de observação da Terra. Segundo a AEB, uma das inovações do Cbers-4 é a MUX, primeira câmera para satélite inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil.
O Cbers-4 foi acoplado ao veículo lançador no dia 1º de dezembro na base chinesa. Na última quinta (4), o Cbers-4 passou por diversas checagens de sistemas de rastreamento elétrico, de combustível, câmeras, telemetria - monitoramento de dados à distância - e pressão. A bateria de testes levou mais de cinco horas para ser concluída.
O satélite é o quinto equipamento construído em parceria com o país asiático e teve o lançamento adiantado após o fracasso na tentativa de enviar ao espaço o Cbers-3, em dezembro do ano passado. Inicialmente, o Cbers-4 só seria lançado em 2015.
Projeto
Iniciado nos anos 1980, o programa Cbers (sigla em inglês para China-Brazil Earth Resources Satellite) é coordenado pela AEB e desenvolvido pelo Inpe.
O Cbers-4 é o quinto satélite do Programa Cbers. Antes dele foram lançados o Cbers-1 (1999), Cbers-2 (2003) e o Cbers-2B (2007). Uma falha no lançador chinês impediu a colocação em órbita do Cbers-3, em dezembro de 2013.
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