Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo
Um alinhamento curioso e incomum permitiu que um grupo internacional de astrônomos desvendasse um dos segredos de pelo menos algumas galáxias como a nossa: como nascem as estrelas que residem em sua periferia. Isso sem falar que a foto, obtida pelo sempre atento Telescópio Espacial Hubble, é de tirar o fôlego.
Dois anos na geladeira
A imagem que propiciou a descoberta não é exatamente nova -- fazia parte de um grande conjunto de observações iniciado em 2006 por Dalcanton e seus colegas. "Essas eram apenas duas galáxias aleatórias que caíram em uma imagem que obtivemos como parte de uma grande pesquisa de galáxias próximas", conta a pesquisadora. "Ben Williams, um aluno de pós-doutorado na Universidade de Washington, foi o primeiro a notá-las. Dissemos, 'ei, essas são legais, alguém deveria fazer algo com elas, provavelmente'. Mas tínhamos o resto da pesquisa com que trabalhar, então elas tiveram de esperar." A espera terminou em janeiro, quando o grupo de Dalcanton fez uma parceria com Benne Holwerda, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, para estudá-la. "Nós enviamos as imagens para Benne, que liderou a análise. O sistema é perfeito para esse tipo de análise, porque a galáxia de fundo é incomumente regular, de forma que a maior parte da estrutura que observamos pode ser atribuída a variações na distribuição da poeira, e não na luz da galáxia de fundo." Um artigo detalhado sobre a pesquisa foi aceito para publicação no periódico "Astronomical Journal".