A sonda espacial Cassini captou a formação de um lago rico em metano e
de várias lagoas próximas ao equador de Titan, a maior lua de Saturno. A
descoberta foi publicada na revista “Nature” nesta quarta-feira (13).
Pesquisas anteriores já haviam indicado a presença de lagos nas regiões
polares de Titan. Mas, por muito tempo, se pensou que corpos líquidos
não poderiam existir na parte central da Lua porque a energia do Sol
naquelas latitudes faria os lagos de metano evaporarem.
“Essa descoberta foi completamente inesperada porque os lagos não são
estáveis em latitudes tropicais”, disse a cientista Caitlin Griffith,
professora de Ciência Planetária da Universidade do Arizona, que liderou
a pesquisa.
Imagem cedida pela Nasa mostra Titan ao centro e os anéis de Saturno. (Foto: AP)
Ao medir a luz solar refletida na superfície e na atmosfera de Titan, a
sonda Cassini detectou uma região escura que, ao ser analisada com mais
profundidade, sugeriu ser a presença de um lago de hidrocarbonetos de
927 quilômetros quadrados – o dobro do Champlain, um lago de água doce
que faz fronteira entre os estados de Nova York e Vermont, nos Estados
Unidos. Perto desse lago, os cientistas indicaram a possível presença de
mais quatro lagoas rasas semelhantes em tamanho e profundidade a
pântanos existentes na Terra.
Titan é um dos poucos corpos no sistema solar com uma atmosfera densa,
formada por uma camada de nitrogênio e metano. O gás metano na atmosfera
é constantemente quebrado pela luz do sol e cai na superfície onde é
transportado de volta para os polos, local onde se condensa para formar
lagos.
Os cientistas, no entanto, não acham que é por esse processo que as
lagoas aparecem. Em vez disso, sugerem que pode haver uma fonte
subterrânea de metano em Titan que periodicamente se abre para a
superfície para formar as lagoas.
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