Io
é uma das quatro grandes luas de Júpiter e a com maior atividade
vulcânica do Sistema Solar. Na imagem acima, o material em preto e
vermelho corresponde a erupções recentes (Foto: Galileo
Mission/JPL/Nasa)
A Terra primitiva, há cerca de 4 bilhões de anos, tinha uma dinâmica
interna muito diferente da atual e pode ter se parecido com uma das
quatro grandes luas de Júpiter, chamada Io, que tem intensa atividade
vulcânica. Essa é a conclusão de um estudo feito por cientistas
americanos e publicado na revista "Nature" desta quarta-feira (25).
Segundo os autores – liderados por William B. Moore, da Universidade
Hampton e do Instituto Nacional do Aeroespaço dos EUA, e A. Alexander G.
Webb, da Universidade do Estado da Luisiana –, o trabalho fornece uma
nova perspectiva sobre a primeira geologia do nosso planeta.
A Terra se formou há 4,5 bilhões de anos, a partir de colisões de
fragmentos de protoplanetas (corpos celestes considerados o primeiro
estágio da evolução de um planeta). Naquela época, pertencente ao
período geológico Hadeano, grande parte do calor da Terra ficou presa no
núcleo (composto de metais, como ferro e níquel, e elementos
radioativos).
No período seguinte, conhecido como Arqueano – que começou por volta de
4 bilhões de anos atrás –, apareceram as primeiras rochas inteiras e
formas de vida unicelulares.
'Tubos de calor'
Hoje, a liberação de calor de dentro da Terra para fora é facilitada pelas placas tectônicas, mas esse transporte nem sempre foi assim. Moore e Webb criaram um modelo computacional e simulações numéricas para entender como o nosso planeta pode ter tido uma única placa com vários tubos vulcânicos por onde o calor e materiais circulavam entre o núcleo e a superfície.
Hoje, a liberação de calor de dentro da Terra para fora é facilitada pelas placas tectônicas, mas esse transporte nem sempre foi assim. Moore e Webb criaram um modelo computacional e simulações numéricas para entender como o nosso planeta pode ter tido uma única placa com vários tubos vulcânicos por onde o calor e materiais circulavam entre o núcleo e a superfície.
Esses "tubos de calor" seriam semelhantes aos que ocorrem em Io e podem
ajudar a compreender como a Terra evoluiu antes da formação das placas
tectônicas. As simulações feitas também indicam que a nossa litosfera
(camada sólida mais externa, dividida em placas) se transformou numa
superfície fria e grossa há cerca de 3,5 bilhões de anos, como resultado
de erupções frequentes que levaram materiais externos para dentro.
Após o aparecimento das placas tectônicas, foi registrada uma rápida
diminuição da atividade vulcânica e de transferência de calor por meio
desses tubos, destacaram os cientistas.
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