Caso sobreviva ao encontro, o cometa pode ter grande brilho e ser visível a olho nu.
Imagem do cometa Ison, que atinge nesta tarde uma maior proximidade do SOl
(Foto: Damian Peach/BBC)
Astrônomos do mundo todo esperam com ansiedade para observar se um
cometa vai sobreviver a sua aproximação máxima com o Sol, nesta
quinta-feira (28). Seguindo sua trajetória orbitando a estrela, o cometa
Ison vai ficar a cerca de 1,2 milhão de quilômetros do Sol às 16h37
(hora de Brasília) nesta tarde.
Os cientistas afirmam que, por ter potencial de grande brilho nesse
momento, o Ison pode acabar se transformando no "cometa do século", mas,
por outro lado, o calor do Sol e o campo gravitacional do astro podem
destruir o Ison.
Tão perto da estrela, o Ison terá que enfrentar uma temperatura de mais
de 2 mil graus celsius. "É como atirar uma bola de neve no fogo. Será
difícil sobreviver", afirmou Tim O'Brien, professor associado do
Observatório Jodrell Bank, na Grã-Bretanha.
"Mas, por sorte, é um objeto grande e se move rapidamente, então não
vai passar muito tempo perto do Sol", acrescentou o professor.
Rastro brilhante
O cometa Ison veio da Nuvem de Oort, uma região gelada, misteriosa e remota nos limites do nosso Sistema Solar. O cometa vem avançando em direção ao Sol a mais de um milhão de quilômetros por hora e agora está entrando na fase mais perigosa de sua jornada.
O cometa Ison veio da Nuvem de Oort, uma região gelada, misteriosa e remota nos limites do nosso Sistema Solar. O cometa vem avançando em direção ao Sol a mais de um milhão de quilômetros por hora e agora está entrando na fase mais perigosa de sua jornada.
"(O cometa) ficará exposto ao pior que o Sol tem para oferecer. Ficará
exposto ao mais intenso calor solar, que vai começar a sublimar
(transformar em vapor) o gelo a uma taxa crescente', afirmou Marke
Bailey, professor no Observatório Armagh, na Irlanda do Norte.
Além do calor, o intenso campo gravitacional do Sol também produz uma força descomunal.
Os cientistas temem que o Ison tenha o mesmo destino do cometa Lovejoy,
que se despedaçou depois de passar perto do Sol em 2011. Mas, os
especialistas afirmam que o tamanho do Ison poderá protegê-lo. Os
astrônomos estimam que o núcleo do Ison pode ter vários quilômetros de
diâmetro, o que poderá ajudar o cometa a resistir à passagem pelo Sol.
Se o Ison permanecer intacto em sua maior parte, o calor do Sol vai
agitar a poeira e o gás em seu centro, permitindo que ele deixe um
rastro de grande brilho no céu. "Se ele sobreviver, a melhor chance de
vê-lo será no começo de dezembro", explicou Robert Massey, da Sociedade
Real de Astronomia da Grã-Bretanha.
Além disso, cientistas acreditam que as pessoas no Hemisfério Norte
terão a melhor visão do fenômeno. "Eu realmente duvido que ele será o
tipo de objeto que apareça de uma forma espetacular no céu noturno de
madrugada, pouco antes do amanhecer", diz Massey.
"É muito mais provável, sendo otimista, que ele seja visível, a olho nu ou com um binóculo, com sua cabeça e uma bela cauda."
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