quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Via Láctea está repleta de gases a milhões de graus de temperatura


A nebulosa de Órion é uma das mais estudadas pelos astrônomos (Foto: Divulgação)


Observações feitas na nebulosa de Órion revelam origens desses gases mais quentes. Astrônomos acreditam que fenômeno é comum na nossa galáxia.
Nossa galáxia pode estar "afogada" em gases a altíssimas temperaturas, passando dos milhões de graus, segundo um estudo de um grupo de astrônomos publicado nesta semana na revista “Science”. Os dados vêm de observações da famosa nebulosa de Órion.

A nebulosa é uma nuvem de gás denso e turbulento, visível abaixo do “cinto” da constelação de Órion, onde milhões de estrelas estão nascendo. A maior parte de seu brilho vem de quatro estrelas, que formam o chamado “Trapezium”. Uma delas, acreditam os pesquisadores suíços, é a fonte dos gases extremamente quentes que são encontrados em Órion. Isso indica que o fenômeno pode ser bastante comum na nossa galáxia, já que a maioria das estrelas da Via Láctea são encontradas em ambientes parecidos.

Fonte: O Globo on line

Novos estudos provam: Vênus é 'gêmeo mau' da Terra


Concepção artística de como seriam os relâmpagos em Vênus (Foto: ESA)


Vênus é gêmeo da Terra que perdeu seus oceanos, dizem cientistas

Cientistas divulgam resultados do primeiro ano de trabalho da sonda Venus Express. Descobertas incluem a detecção de relâmpagos na atmosfera venusiana.


Após um ano de estudos com uma sonda em órbita de Vênus, a conclusão dos cientistas é no mínimo arrepiante: nosso vizinho planetário é ainda mais parecido com a Terra do que antes se pensava. Com a diferença de que lá a pressão atmosférica é 90 vezes maior que aqui, as nuvens são de ácido sulfúrico e as temperaturas, provocadas por um efeito estufa brutal, passam dos 450ºC. Quase igual.


Mas nem sempre foi assim. "É um gêmeo da Terra, separado no nascimento", diz Fredric Taylor,da Universidade de Oxford, um dos pesquisadores responsáveis pela avalanche de resultados obtidos pela sonda européia Venus Express, publicados na última edição da revista científica britânica "Nature". Uma das constatações mais surpreendentes foi a de que a atmosfera venusiana produz relâmpagos parecidos com os terrestres. Até hoje, os cientistas acreditavam que isso dificilmente pudesse acontecer.


É verdade que a freqüência de raios detectada pela Venus Express é metade da que se observa na Terra, mas ainda assim é bastante -- e muito mais do que os especialistas esperavam detectar. Os cientistas também avançaram muito para descobrir o mistério do sumiço dos oceanos de Vênus. Sim, como todo irmão gêmeo da Terra que se preze, Vênus tinha grandes oceanos de água em sua superfície no princípio de sua existência. Mas a proximidade com o Sol fez com que toda a água evaporasse, aumentando o efeito estufa naquele mundo, durante o primeiro bilhão de anos de vida do planeta (hoje o Sistema Solar, com tudo que há dentro dele, tem mais ou menos 4,7 bilhões de anos).


Após a evaporação, a ausência de um campo magnético em Vênus (lá as bússolas não funcionariam) fez com que aumentasse muito a interação da atmosfera com a radiação proveniente do Sol. Isso, por sua vez, levou as moléculas de vapor d'água a se dissolverem em hidrogênio e oxigênio, seus componentes básicos. Daí em diante, o hidrogênio, mais leve, fugiu para o espaço. Já o oxigênio reagiu com a superfície para produzir todo o monte de gás carbônico que hoje responde pelo efeito estufa monumental na atmosfera venusiana. Também houve evolução no entendimento dos processos que ocorrem nas nuvens de ácido sulfúrico venusianas. Além dos relâmpagos, a dinâmica atmosférica do planeta tem muitas outras semelhanças com a Terra -- o que ajudará os cientistas a aperfeiçoar seus modelos meteorológicos não só para Vênus mas também para nosso próprio planeta. Ainda há, no entanto, muitas questões em aberto sobre esse estranho mundo -- entre elas, precisar exatamente quanto tempo levou para que Vênus deixasse de ser um planeta simpático e "molhado", possível abrigo para o surgimento da vida, e se tornasse o inferno seco e estéril que é hoje.

Por essa razão, a ESA (Agência Espacial Européia) estendeu a vida útil da Venus Express para que ela siga trabalhando pelo menos até 2010, quando uma sonda japonesa, chamada Venus Climate Orbiter, se juntará a ela em órbita do planeta vizinho. Os pesquisadores avaliam que será importante comparar os dados das duas espaçonaves para colocar a pesquisa venusiana sobre territórios ainda mais sólidos.

Fonte: O Globo on line

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