O planeta Gliese 581 E é o mais leve fora do sistema solar
Da BBC
Um estudo realizado nos Estados Unidos indica que alguns planetas descobertos fora do nosso sistema solar "caem" dentro de seus próprios sóis e desaparecem. Segundo o astrônomo Rory Barnes, da Universidade de Washington, trata-se da primeira prova de um fenômeno já previsto por modelos computacionais no ano passado, que mostravam que a força da gravidade é capaz de "puxar" um planeta para dentro de seu sol. "Quando examinamos as propriedades de planetas extra-solares, podemos ver que esse fenômeno já ocorreu com alguns deles", afirmou Barnes. Os modelos computacionais apontam a localização dos planetas em um determinado sistema solar, mas a observação direta mostrou que, em alguns desses sistemas, os planetas que deveriam estar mais próximos de seu sol não existem mais.
Segundo os cientistas, a proximidade entre esses astros faz com que um "puxe" o outro com uma força gravitacional cada vez mais intensa, que causa uma deformação na superfície do sol, provocando ondas na sua superfície gasosa. "As ondas distorcem a forma dessas estrelas, e quanto maior essa distorção, mais rapidamente as ondas 'puxam' o planeta para dentro", explicou Brian Jackson, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, e chefe da equipe de pesquisadores.
Massas gasosas
A maioria dos planetas descobertos fora do nosso sistema solar são gigantes massas gasosas, como Júpiter, mas ainda maiores que este planeta.Entretanto, no início deste ano, astrônomos detectaram um planeta extra-solar mais parecido com a Terra do que qualquer outro encontrado até o momento.
Batizado de CoRoT-7 B, o astro tem uma órbita a cerca de 2,4 milhões de quilômetros de seu sol - uma distância menor do que Mercúrio está do nosso Sol. Com isso, o planeta estaria em vias de ser 'absorvido'. "A destruição deste planeta é lenta, mas inevitável", decretou Jackson."As órbitas desses planetas mudam em uma ordem de dezenas de milhões de anos. Em um certo momento, o planeta fica tão perto de seu sol que, começa a ser desmantelado por ele", disse o cientista."Ou o planeta é destruído antes de atingir a superfície do sol, ou, no processo de destruição, sua órbita acaba entrando em intersecção com a atmosfera desse sol e o calor dele faz o planeta desaparecer."
Os cientistas esperam que o estudo, a ser publicado no Astrophysical Journal, facilite a compreensão de como as estrelas destroem planetas e como esse processo afeta as órbitas planetárias.