quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Foto de berçário de estrelas revela 'rosto humano' de perfil

Do G1 em SP -Uma foto divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) mostra uma região no espaço onde nascem estrelas que mais se parece com o rosto de uma pessoa vista de lado.
 
A curiosa imagem foi feita pelo instrumento Wide Field Imager, que está instalado em um telescópio do Observatório La Silla, no Chile. O berçário estelar fica a 7,5 mil anos-luz de distância da Terra -- 1 ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros.

O nome técnico da nebulosa é NGC 3324, mas ela também é conhecida como Gabriela Mistral, nome da poetisa chilena escolhida como Nobel de Literatura em 1945, por conta do rosto em perfil que parece ter sido formado pelos gases e poeira no local. A "maternidade" estelar se encontra na direção da constelação da Carina, típica dos céus do hemisfério Sul, e é composta de gás e poeira.

O local brilha por conta da radiação ultravioleta que é enviada pelas estrelas jovens e quentes existentes por ali. Na mesma região, é possível observar uma das principais nebulosas conhecidas no espaço: a Nebulosa da Carina, que serve de "abrigo" para Eta Carinae, um dos objetos mais famosos no espaço e que já chegou ser uma das estruturas mais brilhantes no céu há 150 anos.


 A nebulosa NGC 3324, com uma área que mais se parece com um rosto humano visto de perfil. (Foto: ESO)

A região de Eta Carinae, em outra imagem divulgada pelo ESO. (Foto: ESO)

Nasa divulga dados inéditos sobre matéria que circunda o Sistema Solar

Do G1 em SP -A agência espacial norte-americana (Nasa) divulgou dados de observações inéditas de átomos que circundam o Sistema Solar. Utilizando a sonda Ibex, astrônomos puderam captar elementos químicos vindos de regiões vizinhas e medir o volume desses materiais dentro e fora da heliosfera, a "bolha" ao redor do Sol que protege a Terra e outros planetas de raios cósmicos.

Os dados foram anunciados em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (31) nas dependências da Nasa. Seis estudos sobre os resultados colhidos pela missão Ibex serão divulgados na edição de fevereiro da revista "Astrophysical Journal", uma das principais publicações científicas sobre astronomia no mundo.

O estudo mostrou a diferença nos índices de hidrogênio, oxigênio e gás neônio dentro da zona de influência do Sol e na região de nuvens de poeira cósmica que circunda o Sistema Solar. Há uma década, uma outra missão da Nasa chamada Ulysses já havia detectado átomos de Hélio vindos de fora da "bolha" solar.

 Matéria interestelar circunda a 'bolha' que envolve o Sol (meio da imagem).
(Foto: Nasa / Reprodução)

 A heliofera acontece quando os ventos solares se encontram com o ambiente espacial entre as estrelas, que pressiona de volta o material vindo do Sol. Isso forma uma bola que não permite a entrada de partículas com elétrons a mais ou a menos. Apenas as partículas neutras conseguem penetrar dentro da heliosfera e serem detectadas, por exemplo, pela sonda Ibex.

Esses átomos que entram na heliosfera chegam até os painéis da sonda Ibex a uma velocidade de 83,5 mil quilômetros por hora, uma velocidade menor (11,2 mil km/h a menos) do que os cientistas previam antes com base nos dados da sonda Ulysses.

Outra conclusão corrigida pelos novos dados da Ibex é a de que o Sol se encontra, atualmente, na borda de uma região conhecida como Nuvem Interestelar Local. Os dados coletados pela sonda Ulysses fizeram os cientistas acreditar que o Sistema Solar já estivesse deixando essa região rumo a outras partes do espaço.
O estudo divulgado nesta terça-feira dá pistas sobre como essas nuvens afetam o formato e a composição da heliosfera. Ainda nas proximidades do Sistema Solar existe outra região chamada Nuvem G.

Os pesquisadores notaram que a Nuvem Interestelar Local não chega até a região de Alpha Centauri, onde o trio de estrelas mais próximas do Sol se encontra.


A Via Láctea, galáxia onde está o Sol, localizado em um dos braços espirais. 
(Foto: Nasa / Reprodução)
 
Nos próximos anos, quando as naves Voyager chegarem até as fronteiras do Sistema Solar, o estudo mais detalhado das partículas neutras e ionizadas será possível, segundo David McComas, cientista principal do projeto Ibex.

Hipóteses
As descobertas da missão Ibex levaram a equipe a uma dúvida: seria a região do Sol tão diferente quanto aos elementos químicos que a formam na comparação com as regiões vizinhas?

O questionamento veio após as medições mostrarem que o Sistema Solar e outras partes mais distantes da Via Láctea apresentarem concentrações maiores de oxigênio e menores do gás neônio do que a área que faz divisa com a heliosfera.

Para os cientistas, isso pode indicar que o Sol foi criado em uma região com menos oxigênio do que se pensava ou talvez que o oxigênio seja mais comum de ser encontrado "preso" em materiais galácticos como grãos de poeira e blocos de gelo.

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