quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fim do mundo adiado


Boas e más notícias chegam do espaço. Na verdade, da Universidade do Havaí. O fim do mundo foi adiado (mais uma vez) de 2036 para 2068. (Ao menos no que diz respeito ao asteroide Apophis… Se não me engano, o mundo deve acabar em 2012 (antes da Copa e das Olimpíadas no Brasil!) segundo um e-mail que circula por aí.)

Há algum tempo atrás saiu uma previsão catastrófica que dizia que em 2036 as chances do asteroide Apophis acertar a Terra seriam de 1 em 45.000. Esse ainda é um valor bem baixo, mas comparando-se com as probailidades de asteroides de tamanho parecido acertarem a Terra (o Apophis tem algo em torno de 250 metros de comprimento), esse é um número “pouco confortável”.

Logo que essa previsão catastrófica saiu eu disse que era preciso aguardar mais dados para se ter uma previsão mais segura. O asteroide foi descoberto em 2004 e ficou famoso: o cálculo de sua órbita mostrava que havia uma chance em 37 de o Apophis acertar a Terra no dia 13 de abril de 2029 (por coincidência uma sexta-feira). Naquela época eu já dizia que era preciso esperar por mais dados para estabelecer parâmetros orbitais confiáveis. Logo, seis meses depois, ficou evidente que o risco não era tão grande assim. Mas esta sexta em 2029 ainda será especial: nesse dia o Apophis passará a menos de 30 mil km da superfície terrestre, o que dá um certo frio na barriga se nos lembrarmos que os satélites de comunicação geoestacionários estão a 36 mil km.

Então a previsão passou para 2036 com as tais uma chance em 45 mil. Mas agora saíram mais dados que ajudaram a refinar o cálculo da órbita do Apophis, jogando as chances para 1 em 250 mil. Na ocasião, este asteróide deve passar a 32 mil quilômetros da superfície terrestre. De qualquer maneira estamos salvos!

Essas mesmas contas empurraram o desastre para 2068. Por enquanto os números mostram uma chance em 300 mil de haver um impacto. Como se trata de uma previsão muito longa para um objeto que sofre perturbações gravitacionais do Sistema Solar todo, é possível que ela seja revisada. O Apophis está agora passando por trás do Sol, de modo que não é possível monitorá-lo, mas em 2010 ele estará visível novamente e novos dados serão obtidos. Essas informações novas refinarão ainda mais seus elementos orbitais, mudando outra vez a estimativa. Espero que para melhor!

Falando em impactos, um que deverá realmente acontecer é o da missão LCROSS na Lua nesta sexta-feira. O impacto deve ocorrer durante o dia no Brasil, de modo que nem adianta tentar observar, mas ele será transmitido ao vivo pela TV Nasa, começando por volta das 7h15 da manhã. Apesar de achar que haverá uma avalanche de gente pendurada no site, vale a pena tentar.

Cássio Barbosa
Observatório

Astrônomos descobrem anel gigante em torno de Saturno

O maior anel do planeta abrigaria 1 bilhão de Terras dentro de seu diâmetro.


Da BBC




Concepção artística do anel gigante em torno de Saturno: em seu diâmetro caberiam alinhados 1 bilhão de planetas do tamanho da Terra (Foto: NASA/JPL-Caltech/Keck)

Cientistas da Nasa (Agência Espacial americana) descobriram um anel gigante em torno de Saturno, em cujo diâmetro caberiam alinhados 1 bilhão de planetas do tamanho da Terra. Sua parte mais densa fica a cerca de 6 milhões de quilômetros de Saturno e se estende por outros 12 milhões de quilômetros, o que o torna o maior anel de Saturno. A altura do halo é 20 vezes maior que o diâmetro do planeta.

Se ele fosse visível a partir da Terra, veríamos o anel com a largura de duas luas cheias, com Saturno no meio"

"Trata-se de um anel superdimensionado", definiu a astrônoma Anne Verbiscer, da Universidade da Virgínia em Charlottesville e uma das autoras de um artigo sobre a descoberta publicado na revista científica "Nature". "Se ele fosse visível a partir da Terra, veríamos o anel com a largura de duas luas cheias, com Saturno no meio", comparou a cientista. Quase invisível Anne e seus colegas utilizaram uma câmera de infravermelho a bordo do telescópio espacial Spitzer para fazer uma "leitura" de uma parte do espaço dentro da órbita de Phoebe, uma das luas de Saturno.

As partículas estão tão distantes umas das outras que mesmo se você ficasse em pé em cima do anel, não o veria" Segundo a astrônoma, o anel é praticamente invisível por telescópios que utilizam luz, já que é formado por uma fina camada de gelo e por partículas de poeira bastante difusas. "As partículas estão tão distantes umas das outras que mesmo se você ficasse em pé em cima do anel, não o veria", disse Anne. Os cientistas acreditam que a lua Phoebe é que contribuiu com o material para a formação do anel gigante, ao ser atingida por cometas. A órbita do anel está a 27 graus de inclinação do eixo do principal e mais visível anel de Saturno.

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Mistério
Os cientistas acreditam que a descoberta do anel poderá ajudar a desvendar um dos maiores mistérios da astronomia - a lua Iapetus, também de Saturno. A lua foi descoberta pelo astrônomo Giovanni Cassini em 1671, que percebeu que ela tinha um lado claro e outro bastante escuro, como o conhecido símbolo yin-yang.

Segundo a equipe de Anne, o anel gira na mesma direção de Phoebe e na direção oposta a Iapetus e às outras luas e anéis de Saturno. Com isso, o material do anel colide constantemente com a misteriosa lua, "como uma mosca contra uma janela".

Lua será alvo de dois impactos planejados sexta-feira às 8h31

Sonda LCROSS vai analisar ‘poeira’ levantada, em busca de água.Nasa vai transmitir imagens a partir das 7h15 (hora de Brasília).


Do G1, em São Paulo



Sonda vai se separar do módulo Centauro 9 horas e 40 minutos antes do primeiro impacto (concepção artística: Nasa)

Às 8h31 desta sexta-feira (9) a sonda LCROSS, sigla em inglês para Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares, será “sacrificada” em nome da ciência, espatifando-se na superfície da Lua por ordem de seus controladores aqui na Terra. Mas qual é o sentido de arrebentar deliberadamente um equipamento que custou US$ 79 milhões (quase R$ 140 milhões)? Para os cientistas, é fácil justificar o sacrifício. Para buscar evidências de água em crateras lunares, está saindo até barato.

A TV Nasa vai transmitir amanhã as últimas imagens enviadas pela câmera da LCROSS a partir das 7h15. Para acessar a TV Nasa, clique aqui A sonda LCROSS viaja com o último estágio do foguete Atlas V que a lançou. O “subfoguete”, chamado Centauro, tem quase 13 metros de comprimento. Amanhã ele vai para o sacrifício primeiro, como batedor. O alvo escolhido é a cratera Cabeus, no polo sul lunar. Quando o Centauro atingir a cratera, produzirá uma nuvem de destroços que deve conter, entre outras coisas, vapor d’água, se as teorias estiverem corretas (leia mais sobre as premissas da missão abaixo). Essa nuvem de poeira e gás será analisada por vários telescópios na Terra e mesmo pelo Hubble, mas a principal fonte de análise será a LCROSS, que vai atravessá-la.

Durante a travessia, de apenas 4 minutos, a sonda deverá ser capaz de coletar e analisar amostras dos destroços, mandando de volta à Terra sua análise química. Não há margem para titubeios: a mesma rota que vai colocar a LCROSS no curso para “furar” a nuvem fará com que a sonda também se espatife depois contra a superfície da Lua. São 4 minutos para fazer valer US$ 79 milhões. Com tudo isso, a Lua terá a partir de amanhã, se tudo correr como planejado, duas novas cicatrizes de lembrança. Centauro vai deixar uma “cratera na cratera” de 20 metros de diâmetro por 4 metros de profundidade. A LCROSS será menos espalhafatosa: a trombada vai abrir uma depressão de 14 metros de diâmetro por 2 m de profundidade. Premissas teóricas A ideia é que possa existir água depositada em crateras nos polos da Lua, onde o Sol nunca bate. Com isso, a água trazida por impactos de cometas, por exemplo, deve estar eternamente congelada. Como elas nunca são iluminadas pelo Sol, o gelo não evapora. Cabeus é uma cratera com alta concentração de hidrogênio – e as chances de ser água são muito grandes. Ela tem o fundo relativamente plano e não tem rochas em seu interior que possam impedir o choque Centauro diretamente no fundo da cratera. Por que procurar por água na Lua? Para viabilizar bases permanentes de pesquisa e exploração é preciso ter acesso à água. "Simples" assim.

Ponto vermelho é o alvo do impacto do módulo Centauro, que será analisado pela LCROSS (que também vai bater na Lua, 4 minutos depois) (Foto: Nasa)

Experiência liga Observatório de Paris à Torre de Montparnasse com raio laser


Feixe de raio laser liga o Observatório de Paris e a cobertura da Torre de Montparnasse (que não aparece na foto). A cobertura da torre será convertida em um laboratório de raios cósmicos, em um experimento incomum que vai durar uma semana. Todas as vezes em que um detector no topo do edifício de 210 metros captar uma partícula subatômica chamada múon, um pulso de laser será disparado pelo céu do Quartier Latin a partir do observatório. (Foto: Boris Horvat/AFP)
Disparos do experimento inédito ocorrerão durante uma semana.Feixe é ativado toda vez que partícula subatômica é detectada.

Do G1, com informações da France Presse

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