sexta-feira, 19 de abril de 2013

Holandeses recrutam voluntários para colonização de Marte

Da BBC
 
Imagem da Nasa (Foto: Divulgação/Nasa) 
O planeta vermelho, Marte (Foto: Divulgação/Nasa)
 
Uma organização holandesa, a Mars One, informou que, em breve, abrirá inscrições para voluntários que quiserem colonizar o planeta Marte.

Mas há uma particularidade: a passagem será apenas de ida. Mesmo assim, a empresa já recebeu dados de milhares de possíveis candidatos a colonos.

Durante uma visita à BBC em Londres, o fundador da Mars One, Bas Lansdorp, explicou a razão de este ser um voo sem volta e quais características os candidatos precisam ter para serem escolhidos.

Segundo Lansdorp, os voluntários precisarão ser resistentes, flexíveis e engenhosos.

O projeto todo, desde a seleção dos candidatos até a viagem, vai ser transmitido em um programa de televisão, nos moldes de um reality show, como o Big Brother.

Os astronautas terão de enfrentar uma viagem que deve durar entre sete a oito meses e devem perder massa óssea e muscular.

Segundo Lansdorp, depois de passar um tempo vivendo no campo gravitacional bem mais fraco de Marte, será quase impossível se reajustar de volta à gravidade mais forte da Terra.

Os candidatos selecionados passarão por treinamento físico e psicológico. A equipe vai usar tecnologia já existente em todos os aspectos do projeto.

A energia será gerada por painéis solares, a água será reciclada e extraída do solo, os astronautas vão cultivar os alimentos que vão consumir e também contarão com suprimentos de emergência. A cada dois anos, novos exploradores vão se juntar ao grupo de colonos.
 
Ambiente hostil
Marte é um planeta varrido pelo vento solar. Na Terra, por outro lado, estamos protegidos do vento solar graças a um forte campo magnético. Sem ele, seria muito mais difícil sobreviver.

Apesar de Marte ter tido uma proteção parecida há cerca de 4 bilhões de anos, hoje, a maior parte da atmosfera do planeta se foi e não há mais um escudo protetor como este.

A superfície do planeta é extremamente hostil para a vida, segundo Veronica Bray, do Laboratório Planetário e Lunar da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Bray, no entanto, encara o projeto holandês com ceticismo.

De acordo com a cientista, não há água líquida, a pressão atmosféria é "praticamente um vácuo", os níveis de radiação são mais altos e as temperaturas variam muito.

"A exposição à radiação é uma preocupação, especialmente durante a viagem. Isto pode levar ao aumento do risco de câncer, um sistema imunológico mais frágil e, possivelmente, infertilidade", afirmou.

Para minimizar a radiação, os responsáveis pelo projeto vão cobrir com vários metros de terra as cúpulas onde os colonos vão viver. Ela será cavada pelos próprios habitantes do local.

"Não tenho dúvidas de que podemos, fisicamente, colocar um humano em Marte. Se ele vai conseguir sobreviver durante um período maior de tempo, é muito mais duvidoso", acrescentou Bray.

Gerard't Hoof, embaixador do projeto e um dos ganhadores do prêmio Nobel em física teórica em 1999, admite que existem riscos para saúde ainda desconhecidos. Ele afirma que a radiação é "de uma natureza muito diferente" do que qualquer coisa que já tenha sido testada na Terra.

"Comunicaremos aos candidatos que há riscos, mas será nossa responsabilidade manter estes riscos em níveis aceitáveis", afirmou.
 
Desafio
O astronauta da Nasa Stan Love já enfrentou dificuldades tecnológicas na Estação Espacial Internacional.

Os aparelhos que reciclam o lixo humano e transformam "o café de ontem no café de amanhã precisam de manutenção constante e provavelmente não sobreviverão a anos de uso contínuo em Marte".

Love voltou recentemente da Antártida e comparou o ambiente gelado com Marte.

"É cheio de água, você pode sair e respirar ar. É um paraíso comparado a Marte e, mesmo assim, ninguém se mudou permanentemente para lá", afirmou.

No entanto, apesar de suas dúvidas em relação ao financiamento, riscos da radiação e tecnologia, Love aprova a iniciativa da Mars One.

Ele acredita que organizações particulares como esta podem ajudar na elaboração de novas tecnologias para ajudar em viagens futuras ao planeta vermelho.

"Sonhamos com isso há 50 anos. A Lua seria apenas um trampolim para Marte. Mas quando você estuda o problema, você percebe que é imensamente difícil", afirmou.

Alison Rigby, 32 anos, se candidatou, e afirma que o fato de ser uma viagem sem volta não é tão assustador.

"Uma passagem só de ida me assusta, mas não é o bastante para me fazer mudar de ideia. Uma vida bem-sucedida em Marte será o grande feito da minha vida e fico feliz de deixar minhas preocupações de lado na esperança de algo melhor", disse.
 
Dinheiro
Outro problema em relação ao projeto é o dinheiro. O custo para o envio do primeiro grupo é estimado em US$ 6 bilhões.

Chris Lintott, da Universidade de Oxford, afirma que o projeto é tecnologicamente plausível, mas ele não acredita que vai conseguir a verba necessária.

"Está relacionado à vontade política e à solidez financeira para fazer isto acontecer. E [isto] ninguém conseguiu resolver até agora", afirmou.

Mas, o fundador da Mars One acredita que é possível levantar o dinheiro e cita os direitos de transmissão das Olimpíadas de Londres.

"Este será o maior evento da humanidade. Em 15 anos as pessoas ainda estarão assistindo. Explorar nosso mundo e, agora [ir] além, é o que os humanos fazem, está em nosso genoma. O sonho dos colonos de ir para Marte se tornará realidade."

Ainda não se sabe se a missão vai alcançar o objetivo, mas a publicidade gerada pelo processo de seleção ao estilo do Big Brother deve gerar a audiência esperada.

Megaobservatório faz imagem com cem galáxias em poucas horas

Telescópio Alma, recém-inaugurado no Chile, é o mais poderoso do mundo.
Registro teria levado uma década com telescópios tradicionais.

Da France Presse

 
Imagem de mais de cem galáxias obtida pelo Alma (Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), J. Hodge et al., A. Weiss et al., NASA Spitzer Science Center) 
Imagem de mais de cem galáxias obtida pelo Alma
 (Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), 
J. Hodge et al., A. Weiss et al., NASA Spitzer Science Center)
 
 
O radiotelescópio Alma, o observatório mais poderoso do mundo inaugurado em março no norte do Chile, conseguiu elaborar um mapa de mais de cem das galáxias com maior formação estelar no universo antigo em algumas horas, informou o observatório.

A informação disponível até agora sobre este grupo de galáxias, que são chave para o conhecimento sobre a formação e a evolução das galáxias ao longo da história do universo, tinha sido compilada em mais de uma década de observações com telescópios de capacidade inferior à do Alma.

Como o grupo de galáxias está coberto por poeira estelar que as escurece, sua identificação é difícil de fazer com telescópios de luz visível, e só é possível detectá-las com instrumentos que medem as ondas métricas ou submilimétricas, como o faz a Alma, que quando estiver totalmente operacional contará com 66 antenas capazes de funcionar como uma só.

As observações feitas até agora eram difusas e por não saber exatamente qual destas galáxias estava formando estrelas, os astrônomos viam atravancados seus estudos sobre a formação das estrelas no universo remoto.

Usando apenas 16 das 66 antenas na fase inicial do projeto, a equipe de astrônomos não só conseguiu identificar quais galáxias tinham regiões ativas em formação estelar, senão que em mais da metade dos casos descobriram que muitas galáxias com formação estelar tinham sido confundidas com uma única em observações anteriores.

"Antes pensávamos que as mais brilhantes destas galáxias formavam estrelas com uma intensidade milhares de vezes maior que a da nossa própria galáxia, a Via Láctea, correndo o risco de se autodestruir", afirmou, em um comunicado, o pesquisador Alexander Karim, da Universidade de Durham, no Reino Unido.

"As imagens do Alma revelam múltiplas galáxias, menores, formando estrelas em ritmos mais razoáveis", acrescentou Karim.

"Se os comparamos com outros telescópios do tipo, Alma é tão sensível que, em poucas horas conseguiu duplicar o total de observações feitas por este tipo de telescópios", acrescentou a nota.

O Grande Conjunto de Radiotelescópios do Atacama (Alma, na sigla em inglês), com 66 antenas de 7 a 12 metros de diâmetro, está situado na árida Planície Chajnantor, mais de 5 mil metros acima do nível do mar, nas proximidades do povoado de San Pedro de Atacama, 1.600 km ao norte de Santiago.

Cientistas identificam planetas 'mais semelhantes à Terra já encontrados'

Planetas lembram a Terra em tamanho, composição e radiação recebida.
Sistema com cinco planetas foi descoberto com o telescópio Kepler.

Do G1, em São Paulo

 
Ilustração do sistema solar Kepler-62 (Foto: AP Photo/Harvard Smithsonian Center for Astrophysics) 
Ilustração do sistema solar Kepler-62 
(Ilustração: AP Photo/Harvard Smithsonian Center for Astrophysics)
 
Uma equipe internacional de cientistas divulgou, nesta quinta-feira (18), a descoberta de um sistema solar com cinco planetas, sendo que dois deles são, segundo os pesquisadores, “os objetos mais semelhantes à Terra já encontrados”.

A descoberta foi feita com o uso do Telescópio Espacial Kepler, que deu também o nome aos corpos celestes encontrados. A estrela central do sistema se chama Kepler 62, e seus planetas se chamam Kepler 62-b, Kepler 62-c, Kepler 62-d, Kepler 62-e e Kepler 62-f.

Os planetas considerados semelhantes à Terra são os dois últimos. Eles são um pouco maiores que a Terra – o raio de Kepler 62-e equivale a 1,41 raio da Terra, e o de Kepler 62-f a 1,61 raio da Terra – e ambos recebem uma quantidade de radiação também parecida com a que o nosso planeta recebe do Sol – dentro da chamada “zona habitável”, onde teoricamente é possível haver água líquida.

Pelo tamanho dos planetas, os cientistas acreditam que a composição desses planetas seja rochosa, ou seja, também semelhante à da Terra. Outra hipótese considerada é a de que eles sejam cobertos de gelo.

“Pelo que podemos ver, pelo raio e pelo período orbital, esses são os objetos mais semelhantes à Terra que já encontramos”, afirmou Justin Crepp, astrofísico da Universidade Notre Dame, nos EUA, um dos autores do estudo. O artigo com os resultados da pesquisa foi publicado pela revista “Science”.

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