sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Nos limites do Sistema Solar, sonda detecta raios inéditos na Via Láctea

Sonda Voyager (Foto: Nasa)

Do G1 em SP - Pela primeira vez, cientistas conseguiram detectar emissões Lyman-alfa da Via Láctea. Essa radiação ultravioleta é uma luz brilhante, gerada pela interação entre átomos de hidrogênio, o elemento mais abundante do Universo.

Fora da nossa galáxia, essa de radiação já tinha sido detectada. Em locais distantes, é considerada um indicador de estrelas em formação.

Na nossa própria galáxia, porém, nunca tínhamos conseguido perceber essas emissões, justamente porque elas não podem ser captadas na Terra. Nossa “proximidade” do Sol (pouco menos de 150 milhões de quilômetros) faz com que a luz emitida por ele impeça a chegada dos raios Lyman-alfa.
 
A descoberta foi feita com dados obtidos pelas sondas Voyager, lançadas em 1977, que já atingiram os limites do Sistema Solar. Com eles, uma equipe de cientistas liderada pela francesa Rosine Lallement, da Universidade de Paris, escreveu um estudo publicado na edição desta quinta-feira (1º) da revista “Science”.

No artigo, os cientistas sustentam que a emissão tem origem em regiões de formação de estrelas, e acreditam que a detecção desses raios na nossa própria galáxia vai fornecer dados mais precisos para estudos futuros.

2 de dezembro - Dia da Astronomia

D.Pedro II

Astrônomos de todo País comemoram nesta sexta-feira (02/12) o seu dia. A escolha do dia 2 de dezembro deve-se ao fato de marcar a data de nascimento do mais erudito governante brasileiro, o imperador D. Pedro II. A partir da escolha, a efeméride ganhou força e surgiu o Dia Nacional da Astronomia, o Dia do Astrônomo.

MOTIVOS
Foram muitas as razões da escolha. Além de astrônomo amador, modernizou o Imperial Observatório criado por seu pai D. Pedro I pelo decreto de 15/10/1827 e contratou astrônomos europeus de renome para aqui trabalhar. No dia 29/07/1887, a convite do renomado astrônomo francês Camille Flammarion (1842-1925), esteve presente na inauguração do Observatório de Juvisy, ocasião em que plantou um pinheiro nos jardins do Observatório (que existe até hoje) e concedeu a Flammarion a comenda da Ordem da Rosa.

Membro da Sociedade Astronômica da França, sócio honorário da Academia de Ciências de Paris desde 1877, honraria alcançada por poucos, em seu observatório particular construído no telhado do Palácio de São Cristóvão, hoje Museu Nacional, recebia alunos para aprender a observar o céu e usar os instrumentos. No Imperial Observatório tinha um apartamento para descansar após horas de observação.

Sob forte oposição do Parlamento e até merecendo críticas e caricaturas na imprensa, concedeu aos astrônomos as verbas necessárias para instalar três missões científicas, uma delas em Punta Arenas, Patagônia chilena, para a observação da passagem do planeta Vênus pelo disco solar em 6/12/1882, fenômeno que só iria se repetir em 8/6/2004. As observações foram um sucesso, pois permitiram desenvolver cálculos precisos para determinar a distância Terra-Sol e com isto as demais distâncias dos outros planetas.

Junto com Luiz Cruls no Imperial Observatório efetuou a primeira análise espectroscópica de um cometa. Observou do seu observatório o eclipse do Sol de 1857. Doou vários instrumentos ao Imperial Observatório, dentre eles a luneta astrográfica que deveria ser usada no programa da Carta do Céu. Os trabalhos do Imperial Observatório passaram a ser reconhecidos e admirados internacionalmente. Em 1890, já no exílio, D. Pedro II foi homenageado com o nome do asteróide Brasilia de numero 293 descoberto em Nice pelo astrônomo A. Charlois (1864-1910).

Faltava, contudo, ao Imperial Observatório, atual Observatório Nacional do Rio de Janeiro, um grande telescópio e ele foi encomendado por D.Pedro II na Inglaterra. Desgraçadamente, contudo, o navio que transportava o instrumento chegou ao Rio justamente na ocasião da Proclamação da República e os republicanos não perderam tempo: mandaram o telescópio de volta! Para a Astronomia era o início da idade das trevas que culminaria em 1930 com a extinção da cosmografia dos bancos escolares, pelo então ministro da Educação Francisco Luiz da Silva Campos.

Enquanto nossos vizinhos Uruguai e Argentina a conservavam, nós a eliminávamos. Era o início de um analfabetismo cósmico que iria perdurar por muitas gerações. É somente na década de 60, com a criação do primeiro curso de formação em Astronomia pela UFRJ, pela importação de instrumentos e planetários pelo governo militar, pela implantação em 1980 do Laboratório Nacional de Astrofísica do Observatório Nacional em Brasópolis (MG), pela presença do Brasil nos dois maiores complexos astronômicos do mundo no Havaí e no Chile e, recentemente, com mais um curso de formação em astronomia pela USP, podemos dizer que estamos no caminho certo.
Cumpre ressaltar que pós-graduação e doutorado em Astronomia é realizado por várias universidades, pelo Observatório Nacional e pelo IAG-USP. Por outro lado, a criação de observatórios municipais, em colégios, planetários, Clubes de Astronomia e a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBAA) estão desenhando um novo perfil para a Astronomia nacional.

Extraído de www.walterbartels.com

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