quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Nasa resume 5 anos de observação do Sol em vídeo impressionante

Imagem de vídeo divulgado pela Nasa mostra explosão solar (Foto: NASA's Goddard Space Flight Center/SDO)


Em comemoração a seu aniversário de 5 anos, o Observatório de Dinâmica Solar da Nasa divulgou um vídeo que resume 1.826 dias de observação solar em 4 minutos e meio. VEJA O VÍDEO ABAIXO.
A missão registra imagens detalhadas da superfície solar 24 horas por dia, o que tem permitido observar de maneira inédita como ocorrem exatamente as explosões solares.
O vídeo, que selecionou os "melhores momentos" dos últimos cinco anos de observação solar, exibe nuvens gigantes de material solar explodindo para o espaço e manchas solares crescendo e encolhendo ao longo do tempo.
Segundo a Nasa, ao observar o sol em diferentes comprimentos de onda, os cientistas conseguem observar como o material se movimenta na atmosfera solar, chamada corona. Isso permite investigar o que causam as erupções solares.
Explosão solar em imagem divulgada pela Nasa (Foto: NASA's Goddard Space Flight Center/SDO)Explosão solar em imagem divulgada pela Nasa (Foto: NASA's Goddard Space Flight Center/SDO)
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Névoa misteriosa em Marte intriga cientistas


Damian Peach foi um dos primeiros astrônomos amadores a capturar imagens do fenômeno: névoa é vista no detalhe (Foto: Grupo Ciencias Planetarias (GCP) - UPV/EHU/Nature)

Da BBC - Uma descoberta feita por astrônomos amadores que passam horas estudando Marte deixou cientistas com a pulga atrás da orelha.

Descoberta pela primeira vez em 2012, uma espécie de névoa apareceu orbitando ao redor do planeta apenas uma outra vez e depois desapareceu.
Ao analisar imagens da misteriosa neblina, os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) descobriram que ela é a maior já vista e se estende por mais de 1.000 quilômetros.
Em artigo publicado na revista "Nature", eles dizem que a pluma poderia ser uma grande nuvem ou uma aurora excepcionalmente brilhante. Mas deixam claro que ambas as hipóteses são difíceis de serem comprovadas.
"Essa descoberta traz mais perguntas do que respostas", disse Antonio Garcia Munoz, cientista da Agência Espacial Europeia.
Telescópios
Em todo o mundo, uma rede de astrônomos amadores mantém seus telescópios calibrados para analisar o “planeta vermelho”.

Eles viram essa misteriosa formação pela primeira vez em março de 2012, logo acima do hemisfério sul de Marte.
Damian Peach foi um dos primeiros astrônomos amadores a capturar imagens do fenômeno.
"Eu notei essa formação saindo ao lado do planeta, mas eu primeiro achei que havia um problema com o telescópio ou câmera”, disse.
"Mas, à medida que eu ia verificando as imagens de perto, percebi que era algo real - e foi uma grande surpresa."
A neblina brilhante durou cerca de 10 dias. Um mês mais tarde, ela reapareceu e perdurou o mesmo período de tempo. Mas nenhuma formação do tipo foi vista desde então.
Nuvens
Os cientistas que comprovaram o fenômeno buscam agora uma explicação para ele, mas, por enquanto, só têm hipóteses.

Uma teoria é a de que a névoa é uma nuvem de dióxido de carbono ou partículas de água.
"Sabemos que há nuvens em Marte, mas até hoje elas foram observadas apenas até uma altitude de 100 km", disse Garcia Munoz.
Segundo ele, a misteriosa névoa está bem acima dessa altitude, o que coloca em xeque essa possibilidade.
Outra explicação é a de que esta ela é uma versão local das auroras polares.
"Nós sabemos que nesta região em Marte nunca foram relatados auroras antes”, disse Muñoz. “Além disso, a intensidade registrada nessa névoa é muito, mas muito maior do que qualquer aurora já vista em Marte ou na Terra.”
Para o cientista, se qualquer uma dessas teorias estiver certa, isso significaria que a nossa compreensão da atmosfera superior de Marte está errada.
Ele espera que, ao publicar o estudo, outros cientistas também colaborem com explicações para o fenômeno. Mas, se isso não ocorrer, os astrônomos terão de esperar para as névoas retornarem à Marte.
Fotos de telescópios ou naves que estão atualmente em órbita ao redor do planeta também podem ajudar a desvendar esse mistério.

Dançando com as estrelas

POR SALVADOR NOGUEIRA
http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/

Há 70 mil anos, mais ou menos na mesma época em que nossos ancestrais iniciaram sua expansão para além da África, mal sabiam eles que um evento celeste ameaçava impor um fim abrupto e melancólico à experiência humana. Nessa época, uma estrela passou de raspão pelo nosso Sistema Solar, a uma distância mínima que chegou a ser inferior a um ano-luz. Se o astro tivesse chegado um pouquinho mais perto, poderia ter despertado uma chuva de cometas na direção do interior do sistema planetário que, sem dificuldades, apagaria nossa espécie do mapa-múndi. Felizmente não aconteceu, e a raça humana sobreviveu para desvendar mais essa incrível história.

A Estrela de Scholz e sua companheira anã marrom passaram a menos de um ano-luz do Sol (visto ao fundo) há 70 mil anos! (Crédito: Michael Osadciw/University of Rochester)
A Estrela de Scholz e sua companheira anã marrom passaram a menos de um ano-luz do Sol (visto ao fundo como uma estrela mais brilhante) cerca de 70 mil anos atrás! Ufa! (Crédito: Michael Osadciw/University of Rochester)
A descoberta foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Eric Mamajek, da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e acaba de ser divulgada num artigo publicado no periódico “Astrophysical Journal Letters”. (Talvez você se lembre de Mamajek, que outro dia estava estudando um sistema de anéis que deixa o de Saturno no chinelo!)

Os cientistas analisaram um astro apelidado de Estrela de Scholz, em homenagem a seu descobridor, o astrônomo alemão Ralf-Dieter Scholz. Em 2013, ele encontrou o astro, hoje localizado a 20 anos-luz da Terra, em dados coletados pelo satélite Wise, da Nasa. (Oficialmente, a estrela tem o nome de catálogo WISE J072003.20-084651.2.)

Trata-se de um astro binário, composto por uma estrela anã vermelha, com cerca de 8% da massa do Sol, e por uma anã marrom (categoria que corresponde às “estrelas abortadas”, que não conseguiram juntar matéria suficiente para iniciar as reações nucleares que a fariam “acender”). E o que chamou agora a atenção para ele foi seu movimento. Ele parecia se deslocar muito pouco no céu, apesar da proximidade. Uma possibilidade de explicar isso seria imaginar que a maior parte da velocidade da estrela estaria numa direção de profundidade, imperceptível pela posição celeste — ou seja, ela podia estar se afastando ou se aproximando do Sistema Solar.

Dito e feito: medições da distorção da luz da estrela causadas por seu movimento indicavam que a Estrela de Scholz estava de fato se afastando do Sistema Solar. Começou então a saga de, a partir do movimento atual, reconstruir seu paradeiro no passado. Os pesquisadores realizaram 10 mil simulações independentes que refletissem a possível órbita do astro em torno do centro da Via Láctea. Em 98% delas, a estrela passava a mero 0,8 ano-luz de distância do Sol.

Se você trocar o ano-luz por uma medida mais convencional, como o quilômetro, talvez o valor não lhe pareça pequeno — são cerca de 8 trilhões de km. Mas, do ponto de vista interestelar, é literalmente como passar raspando.

É tão perto que a essa distância ainda devem existir objetos que orbitam o Sol — são os membros da chamada nuvem de Oort, um enorme repositório de cometas nas profundezas do Sistema Solar. Felizmente, a estrela “visitante” não passou pela região mais interna da nuvem, onde seria capaz de perturbar muitos objetos e atirar alguns deles na direção dos planetas — a Terra sem dúvida seria um dos alvos. (A chance de isso ter acontecido era bem pequena, mas não nula — em uma das 10 mil simulações realizadas, foi exatamente o que ocorreu.)

CARROSSEL OU ROLETA-RUSSA?
O trabalho é um lembrete importante de como são as coisas na periferia de uma galáxia como a nossa Via Láctea. O Sol viaja em torno do centro galáctico a uma distância de cerca de 30 mil anos-luz, o que o coloca numa região relativamente dispersa do disco galáctico. Ainda assim, temos muitas estrelas vizinhas que também seguem seus caminhos em torno do centro da galáxia — cada uma em sua órbita própria e com sua velocidade e direção. Embora olhemos para as estrelas no céu e as vejamos na mesma posição dia após dia após dias, com o passar de milhares de anos se pode perceber que elas não guardam sempre a mesma posição com relação a nós. Podem se aproximar e se afastar.


Colisões são raríssimas, mesmo nas regiões mais internas da Via Láctea, onde a densidade de estrelas é maior. Mas só uma passagem de raspão já pode ser o suficiente para desestabilizar o sistema planetário ou, no mínimo, causar uma certa bagunça em seu interior. O perigo, literalmente, mora ao lado.

Contudo, também há outro ângulo pelo qual olhar o achado. Podemos pensar que a humanidade está 70 mil anos atrasada. Talvez se tivéssemos evoluído um pouquinho antes, estivéssemos em boa posição naquela época para tentar inaugurar a era das missões espaciais interestelares. Uma tentativa feita agora de chegar à estrela mais próxima levaria uma espaçonave até Proxima Centauri, uma anã vermelha a 4,2 anos-luz de distância. Se partíssemos 70 mil anos atrás, poderíamos ter mirado a Estrela de Scholz, atravessando um quinto dessa distância: 0,8 ano-luz.

Ainda assim, não seria fácil. Nossas espaçonaves mais velozes já lançadas levariam 80 mil anos para chegar a Proxima Centauri. No passado, poderíamos ter realizado nossa primeira jornada interestelar mais depressa: 16 mil anos.

Tá, ainda não é muito factível. Mas essa é a tecnologia atual. Dois séculos atrás, o recorde de velocidade pertencia a locomotivas a vapor, e não passava de 150 km/h. Em 200 anos, multiplicamos a nossa velocidade máxima por um fator de 400 (a New Horizons, espaçonave mais veloz a partir da Terra, saiu daqui a quase 59 mil km/h). Se conseguirmos sucesso similar em mais dois séculos, poderíamos cobrir 0,8 ano-luz em meros 40 anos — um período bem razoável para uma missão espacial de longa duração. As sondas Voyager estão quase chegando lá, e seguem operacionais.

Claro, hoje não temos mais de atravessar 0,8 ano-luz para chegar a estrela mais próxima, mas modorrentos 4,2 anos-luz. Isso colocaria o tempo de viagem, mesmo com essa projeção tecnológica otimista, em pouco palatáveis 200 anos. 

Não chega a ser proibitivo, mas seria uma longa espera pelos resultados científicos. Viajar entre as estrelas não é fácil. Aparentemente, elas virem até nós é mais simples. Mas também é muito mais perigoso.

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