segunda-feira, 12 de maio de 2014

Astrônomos localizam estrela ‘irmã’ do Sol perdida no espaço



Cientistas calcularam as medidas precisas da distância da estrela HD 162826 em relação a Terra
Foto: REUTERS
Cientistas calcularam as medidas precisas da distância da estrela HD 162826 em relação a Terra  - REUTERS
TEXAS (EUA) - Há muito tempo os astrônomos sabem que as estrelas não nascem isoladamente, mas em grandes “ninhadas”, de uma só vez. No caso do Sol, esse fenômeno aconteceu há cerca de 4,6 bilhões de anos. Na ocasião, uma enorme nuvem molecular de gás e poeira interestelar entrou em colapso em razão da força da gravidade, esquentando até as matérias mais densas. Essas formações mais quentes explodiram em chamas termonucleares que começaram a brilhar. O Sol tem entre mil e 10 mil “irmãos e irmãs”. No entanto, ao longo das eras, tudo o que se perdeu em outras partes da galáxia nunca mais havia sido visto novamente.
Nunca até agora. A novidade veio por meio de um grupo de astrônomos liderados por Ivan Ramirez, da Universidade do Texas, nos EUA, que anunciou ter encontrado uma das estrelas “irmãs” do Sol, que estavam “perdidas” há milhões de anos. Trata-se da estrela conhecida como HD 162826, que está flutuando pela Via Láctea a cerca de 110 anos-luz da Terra, perto constelação de Lyra.
- Nós estávamos apenas realizando um experimento para testar uma nova técnica de pesquisa. O fato de termos achado essa nova estrela torna tudo fantástico - apontou Ivan Ramirez, principal autor do artigo que será publicado em junho no “Astrophysical Journal”. O astrônomo também esteva em uma equipe que encontrou um “quase gêmeo” do Sol em 2007. No entanto, constatou-se que se tratava de uma estrela cerca um bilhão de anos mais jovem, e que havia nascido a partir de uma nuvem diferente.

Técnica para a busca
A ideia por trás de uma busca por irmãos solares é bastante simples. Cada nuvem molecular de formação de estrelas tem uma composição química ligeiramente diferente, com base em sua idade e localização na galáxia - uma espécie de DNA cósmico transportada para as estrelas a partir das nuvens. Quando se encontra uma estrela com o mesmo DNA, encontra-se um “irmão”.

Na prática, porém, tudo é um pouco mais complicado. Não é possível medir essas impressões digitais com precisão absoluta. Duas nuvens podem ser semelhantes o suficiente para enganar todos os astrônomos.

Assim, Ramirez e sua equipe identificou 30 prováveis estrelas “irmãs” do Sol - apontados em estudos anteriores - e deram um passo além: calcularam as medidas precisas da distância desses “candidatos” em relação ao Sol - e seus movimentos -, permitindo-lhes reconstruir o caminho que fizeram pelo espaço. 

Apenas o HD 162826 respondeu a todos os critérios para que fosse considerado semelhante ao Sol.
O HD 162826 não é exatamente uma “irmã” gêmeo. Ele é cerca de 15% mais maciço, e isso não é uma surpresa. Um nuvem molecular pode dar origem a estrelas de tamanhos variados. A estrela, por coincidência, já estava sob observação de cientista há muitos anos. A ideia era averiguar a possibilidade da existência de algum planeta em torno dele.

Nada apareceu ainda, mas as buscas não são precisas o suficiente para detectar planetas semelhantes a Terra, por exemplo. Entretanto, os cientistas acreditam que não é impossível que algum dia nós descubramos que esta primeira “irmã” do Sol tenha filhos, e que a própria Terra tenha algum primo de primeiro grau.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/astronomos-localizam-estrela-irma-do-sol-perdida-no-espaco-12459674#ixzz31W9Th2zL

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