domingo, 2 de dezembro de 2012

Sonda da Nasa detecta gelo e compostos orgânicos em Mercúrio



Ainda assim, cientistas não têm expectativa de encontrar vida no planeta.
Planeta orbitado pela Messenger, da Nasa, tem altas temperaturas
.

Da Reuters

Imagem da Nasa mostra cratera de mais de 100 km de diâmetro na região polar de Mercúrio (Foto: AP) 
Imagem da Nasa mostra cratera de mais de 100 km de diâmetro na região polar de Mercúrio (Foto: AP)
 
Apesar das escaldantes temperaturas diurnas, Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, tem gelo e compostos orgânicos congelados dentro de crateras que estão permanentemente à sombra, no seu Polo Norte, disseram cientistas da Nasa na quinta-feira (29).

Telescópios na Terra há 20 anos reúnem indícios de gelo em Mercúrio, mas a descoberta de substâncias orgânicas foi uma surpresa, segundo pesquisadores da sonda Messenger, da Nasa, a primeira a orbitar o planeta.

O gelo e os compostos orgânicos, que são semelhantes ao piche ou carvão, supostamente foram levados há milhões de anos por cometas e asteróides que caíram no planeta.

"Não é algo que esperávamos ver, mas aí é claro que você percebe que meio que faz sentido, porque vemos isso em outros lugares", como os corpos gelados do Sistema Solar exterior, e nos núcleos dos cometas, disse à Reuters o cientista planetário David Paige, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Ao contrário da Sonda Curiosity, também da Nasa, que examina amostras de pedras e do solo marciano para procurar compostos orgânicos diretamente, a Messenger emite feixes de laser, conta as partículas, mensura os raios-gama e recolhe outros dados remotamente, enquanto orbita o planeta.

As descobertas de gelo e compostos orgânicos, com base em peças minuciosamente montadas ao longo de mais de um ano, se baseiam em modelos de computador, experiências em laboratório e na dedução, mas não na análise direta.

"A explicação que parece encaixar todos os dados é que se trata de material orgânico", disse o cientista-chefe da Messenger, Sean Solomon, da Universidade Columbia, em Nova York. Paige acrescentou que "não é só uma hipótese louca - ninguém conseguiu nada além que parece se encaixar melhor nas observações".

A ideia de haver química orgânica em Mercúrio era tão remota que a Messenger foi relativamente poupada dos procedimentos de esterilização adotados para minimizar a chance de que bactérias terrestres contaminem qualquer material local com capacidade para gerar vida.

A vida na Terra se baseia em compostos orgânicos, mas nem todos os compostos orgânicos - à base de carbono e oxigênio - estão necessariamente associados à vida. Os cientistas não acreditam que Mercúrio seja ou já tenha sido adequado à vida, mas a descoberta de compostos orgânicos em um planeta do Sistema Solar interior pode revelar como a vida começou na Terra, e como ela pode evoluir em outros planetas fora do Sistema Solar.

As descobertas foram publicadas na edição desta semana da revista "Science".

Astrônomos acham grãos sólidos ao redor de 'estrela fracassada'

Nuvem de poeira próxima de anãs marrons sugere novos planetas rochosos.
Informações foram divulgadas pelo Observatório Europeu do Sul, o ESO.

Do G1, em São Paulo

Astrônomos descobriram que a região exterior de um disco de poeira em torno de uma anã marrom (uma espécie de estrela "fracassada", incapaz de fazer reações nucleares para brilhar, mas grande demais para ser um planeta) contém grãos sólidos com tamanhos milimétricos que estão presentes em fases de formação de planetas rochosos.

A descoberta desafia teorias de formação de planetas rochosos do tipo terrestre e sugere que tais corpos celestes podem ser ainda mais comuns no Universo do que se esperava.

As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (30) pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), que utilizaram o telescópio Alma, que ainda está em construção no norte do Chile.

Planetas rochosos se formam a partir de colisões aleatórias e fusões de partículas microscópicas situadas no disco de material em torno de uma estrela. Os grãos minúsculos, conhecidos como poeira cósmica, são muito semelhantes a fuligem ou areia finas.


Concepção artística do disco de gás e poeira em torno de uma anã marrom (Foto: Divulgação/ESO) 
Concepção artística do disco de gás e poeira em torno de uma anã marrom
 (Foto: Divulgação/ESO)
 
No entanto, nas regiões exteriores de uma anã marrom, os astrônomos esperavam que os grãos de poeira não pudessem crescer. Para Luca Ricci, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, ainda não é possível ter certeza que um planeta rochoso se forme neste local.

"Mas estamos a ver os primeiros passos deste fenômeno e, por isso mesmo, teremos que alterar as nossas suposições sobre as condições necessárias ao crescimento de sólidos”, explicou o especialista em comunicado divulgado pelo ESO.



Concepção artística dos grãos de poeira no disco em torno de uma anã marrom (Foto: Divulgação/ESO) 
Concepção artística dos grãos de poeira no disco em torno de uma anã marrom
 (Foto: Divulgação/ESO)

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...