quarta-feira, 21 de maio de 2008

Astrônomos fotografam pela primeira vez a explosão inicial de uma supernova


A supernova pega "no flagra": a imagem não é linda, mas os cientistas conseguem extrair muita informação dela (Foto: Divulgação)

Grande emissão de luz e energia aconteceu numa estrela da constelação do Lince.Objeto fica a 90 milhões de anos-luz daqui; cientistas querem achar eventos parecidos.

Cientistas da Universidade de Princeton (Estados Unidos) captaram o momento exato do nascimento de uma supernova, um acontecimento do qual só se tinha imagens de horas ou dias depois do máximo de intensidade, segundo um estudo publicado hoje na revista científica britânica "Nature".

A maioria das estrelas maciças termina sua curta vida em meio a uma espetacular explosão, que dá origem ao nascimento de uma supernova. Essa explosão sintetiza novos elementos químicos, mais pesados do que os existentes em estrelas normais, e contribui para a evolução da galáxia, fabricando os componentes essenciais à vida. As supernovas são muito brilhantes perto da luz emitida por outras estrelas. Sua aparição é pouco freqüente, com apenas algumas por galáxia a cada cem anos, mas podem ser vistas de galáxias distantes devido à sua intensa luminosidade. Até agora, os cientistas não tinham fotografado a emissão óptica do nascimento da supernova, mas sinais posteriores à explosão.

Por acaso
A equipe de investigação de Princeton, liderada por Alicia Soderberg, testemunhou casualmente o nascimento de uma supernova na galáxia da constelação do Lince, situada a 90 milhões de anos-luz da Terra. Enquanto estudavam a emissão de raios X de uma supernova que se apagou um mês antes, conseguiram captar a explosão de raios X "extremamente luminosos" que aconteceu no preciso momento da explosão da estrela-mãe.

Utilizando o satélite Swift, pertencente a uma missão conjunta da Nasa com o Science Technology and Facilities Council (STFC) do Reino Unido e a Agência Espacial Italiana, conseguiram captar as emissões de raios X durante cinco minutos.

Os cientistas atribuem o nascimento da supernova à onda expansiva da estrela que morre. Além disso, prevêem que futuros estudos dos raios X emitidos poderiam mostrar o nascimento de muitas outras supernovas, o que contribuiria para o conhecimento da onda expansiva da estrela, que expulsa uma grande parte de sua massa ao espaço.

Da EFE

Nasa tenta pousar sonda em Marte domingo


Phoenix deve descer com retrofoguetes -- técnica que não tem sucesso desde 1976.Espaçonave custou a americanos e canadenses quase meio bilhão de dólares.

Os engenheiros da Nasa terão apenas mais uma oportunidade de ajustar o curso da espaçonave, no sábado. Depois disso, o destino da Phoenix já estará selado, antes mesmos da difícil tentativa de descida no planeta vermelho, marcada para as 20h53 deste domingo (25). O desafio não pode ser subestimado. A equipe da agência espacial americana tem por objetivo realizar uma forma de pouso que foi conduzida com sucesso em Marte pela última vez em 1976 -- 32 anos atrás.

Em vez de usar airbags para o contato final com a superfície -- como o fizeram as missões robóticas Mars Pathfinder e Mars Exploration Rovers --, a Phoenix usará retrofoguetes, que devem desacelerar a sonda e permitir que ela pouse suavemente sobre seus três pés. A última sonda a tentar fazer isso foi a americana Mars Polar Lander -- que se espatifou no chão marciano, em 1999, e nunca mais foi vista. Curiosamente, a Phoenix está lá para fazer o que a Polar Lander não conseguiu -- descer numa das regiões mais geladas de Marte. Só que, enquanto a Polar Lander mirou uma área próxima ao pólo sul, a Phoenix tentará a sorte no pólo norte. A Nasa sabe que é uma missão de alto risco. Quanto risco? "Tem muitos cálculos, mas o melhor medidor é dizer que menos de 50% das missões para Marte tiveram sucesso. A missão tem muito risco", disse ao G1 Ramon de Paula, engenheiro brasileiro responsável pela missão no Quartel-General da Nasa, em Washington. Pode acontecer de tudo. A descida é feita automaticamente, e todos os sistemas -- ativação dos pára-quedas, desprendimento do escudo térmico, acionamento dos retrofoguetes -- precisam funcionar na hora certa, com todas as incertezas que a entrada atmosférica em um mundo alienígena traz. Além disso, a Phoenix também precisará de sorte. Com 2,6 metros de comprimento, a sonda pode se quebrar ao meio, se der o azar de cair sobre uma rocha suficientemente grande. Não há como controlar com precisão o local de pouso (no máximo, os engenheiros desenham uma elipse imaginária no solo, e a sonda deve cair em algum ponto daquela área), de modo que o pedregulho fatal é uma real possibilidade. Pedras adjacentes ao local de pouso também podem prejudicar a abertura dos painéis solares, colocando em risco o sucesso da missão.
Todas essas emoções, a um custo de quase meio bilhão de dólares (US$ 420 milhões dos EUA, mais US$ 37 milhões vindos do Canadá, que bancou a estação meteorológica instalada a bordo da sonda). Claro que, para arriscar tanto, a Nasa espera recompensas. Caso a missão dê certo, terá uma oportunidade única de estudar o gelo marciano -- que tem, além de dióxido de carbono, também água, como seus componentes. Mais que isso, sensores poderão procurar, em meio a essas pedras congeladas, substâncias orgânicas. Seria o próximo passo na busca por vida no planeta vermelho, depois que os jipes Spirit e Opportunity constataram que Marte já teve grandes quantidades de água corrente em sua superfície -- um dos sinais para identificar a habitabilidade de um mundo, segundo os astrobiólogos. Por ora, entretanto, tudo que a Nasa quer é que a Phoenix pouse com sucesso e envie dados científicos. É um passo crucial para manter o programa de exploração marciana nos trilhos, já que o futuro não parece particularmente animador no planejamento da agência a partir da próxima década.
Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo

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