Ilustração da Nasa mostra como é a Messenger(Foto: Nasa)
Mais de seis anos depois de ter sido lançada da Terra, a sonda espacial norte-americana Messenger deve começar na quinta-feira (17) a orbitar Mercúrio, no primeiro contato íntimo com o pequeno planeta rochoso desde 1975.
Os astrônomos estão interessados em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, porque ele é rochoso como a Terra, e não gasoso, como Júpiter. Existem muitas dessas esferas rochosas em torno de estrelas fora do nosso sistema solar, o que significa que Mercúrio poderia oferecer pistas sobre outros mundos, segundo nota divulgada pela Nasa.
'Agora que tantos novos planetas são descobertos ao redor de estrelas em outros sistemas solares, precisamos saber os efeitos do desgaste espacial em superfícies rochosas, para que possamos interpretar os dados telescópicos e de outras formas de sensoriamento remoto que obtemos de outros mundos rochosos ou poeirentos', disse Ann Sprague, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, que está envolvida no projeto.
A Messenger (que significa 'mensageiro', mas é também a sigla em inglês para Exploração, Geoquímica, Ambiente Espacial e Superfície de Mercúrio) partiu em 3 de agosto de 2004, e desde então fica 'dançando' entre a Terra, a Lua e Mercúrio propriamente dito, num complexo movimento que o impede de ser atraído pelo campo gravitacional do Sol.
Na noite de quinta-feira, a sonda começará sua missão de um ano de duração em torno de Mercúrio, orbitando-o uma vez a cada 12 horas e preenchendo lacunas visuais deixadas pela última sonda a estar por lá - a Mariner 10, em 1974 e 1975.
A nave, com dois painéis solares para alimentação e um guarda-sol para mantê-lo fresco o suficiente para operar, vai estudar a história geológica, o campo magnético, a composição da superfície e outros mistérios desse planeta tão pouco conhecido. Quando a missão terminar, a nave vai cair na superfície do planeta.
Com um diâmetro ligeiramente maior que o da Lua (cerca de 4.800 quilômetros), Mercúrio deveria ser todo sólido, até o núcleo. Mas a presença de um campo magnético sugere que ele é parcialmente derretido por dentro.
Há décadas os cientistas precisam se contentar com as fotos feitas pela Mariner 10, de um só lado do planeta, além de observações terrestres e dados obtidos a partir de Marte e de meteoritos.
No caminho até Mercúrio, a Messenger conseguiu tirar muitas fotos que tinham escapado à Mariner, e restam agora apenas cerca de 5 por cento do planeta por mapear, principalmente nos polos. A sonda tentará captá-los durante a fase orbital da missão.