quarta-feira, 25 de abril de 2012

Asteroides gigantes caíram na Terra e na Lua há bilhões de anos

Da EFE - Há aproximadamente 3,8 bilhões de anos, a Terra e a Lua receberam impacto de inúmeros asteroides gigantes, maiores do que os que extinguiram os dinossauros, e durante um período mais longo do que se achava, informou nesta quarta-feira (25) a revista científica "Nature".

 Ilustração da queda de um asteroide na Terra há bilhões de anos (Foto: Don Davis/Divulgação)
 
"Descobrimos que asteroides gigantes, similares ou maiores aos que acabaram com os dinossauros, se chocaram contra a Terra com muito mais frequência do que se pensava", explicou à Agência Efe o astrofísico William Bottke, do Instituto de Pesquisas Southwest, no estado norte-americano do Colorado.

Autor de um dos dois artigos publicados na última edição da "Nature", sobre o impacto dos meteoritos, Bottke aponda que cerca de 70 asteroides de grandes dimensões se chocaram contra a Terra durante o período Arqueano, que está compreendido entre 2,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás. Segundo ele, a Lua também foi atingida.

"Nosso trabalho sugere que o Arqueano, um período de formação da vida e de nossa biosfera, foi também uma época marcada por muitos impactos de meteoritos de grande magnitude. Isto nos ajudará a entender melhor os primeiros períodos da história da vida na Terra", declarou Bottke.

Já Brandon Johnson, da Universidade de Purdue, no estado de Indiana, também nos EUA, afirma em outro estudo que estes violentos impactos tiveram um papel maior do que imaginávamos na evolução das primeiras formas de vida terrestre.

"Apesar de sempre pensarmos nos meteoritos como um detrimento para a vida, eles poderiam ter contribuído para a formação da mesma ao trazer material orgânico à Terra e produzir sistemas hidrotermal capazes de gerar vidas", detalhou Johnson à Agência Efe.
 
 
Esférula' encontrada na Austrália  (Foto: Bruce M. Simonson )'Modelo de Nice'


As descobertas de ambos os cientistas respaldam o "Modelo de Nice", uma hipótese que defende que os planetas gigantes gasosos do Sistema Solar -- Júpiter, Saturno, Urano e Netuno -- migraram a partir de uma distribuição inicial mais compacta até suas atuais posições.

O deslocamento destes planetas originou muitos asteroides, que, posteriormente, se viram atraídos em direção ao interior do Sistema Solar. Alguns destes asteroides bateram violentamente na Terra, na Lua e em outros corpos, um fenômeno conhecido como "bombardeio intenso tardio".

"Estes impactos geraram grandes crateras sobre a superfície lunar, que, por sinal, foram muito mais bem conservadas do que as da Terra. Esse fato pode apresentar uma grande quantidade de informações e explicar melhor este fenômeno", explicou Bottke.

No total, os cientistas contabilizaram na Lua 30 crateras com um diâmetro maior que 300 quilômetros e com idades que oscilam entre os 4.1 bilhões e os 3.8 bilhões de anos, mais antigas que as crateras encontradas na Terra.

Muitas crateras da superfície terrestre se perderam por causa da erosão e dos movimentos das placas tectônicas, sendo que poucas rochas dessa era sobreviveram. Por isso, o estudo de impacto de meteoritos caídos há mais de 2 bilhões de anos é mais complicado.

No entanto, o choque desses meteoritos fundiu algumas das rochas salpicadas que se esfriaram até se transformar em pequenos pedaços de vidro, denominadas esférulas. A partir dessas amostras, Bottke e Johnson estimaram a data do impacto, além do número e do tamanho dos asteroides.

Existem aproximadamente 20 jazidas de esférulas na Terra, que, segundo os especialistas, serão de grande utilidade para estudos futuros.


Astrônomos fazem imagem de um aglomerado estelar dentro de outro

Do G1 em SP -O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), projeto que conta com participação brasileira, publicou nesta quarta-feira (25) uma nova imagem do aglomerado estelar NGC 6604. Na imagem, ele aparece no canto superior esquerdo.

Este agrupamento de estrelas é, na verdade, parte de uma associação maior e mais brilhante que contém uma centena de estrelas brilhantes levemente azuladas. NGC 6604 é, portanto, um aglomerado dentro de outro aglomerado.

Além de ser bonita, a imagem obtida pelo telescópio de La Silla, no Chile, serve para que os astrônomos estudem as colunas de gás quente e ionizado que emanam do aglomerado.


Aglomerado estelar NGC 6604 (Foto: ESO)

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