sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Supernovas - Boletim Brasileiro de Astronomia - Ed. 599

SUPERNOVAS - BOLETIM BRASILEIRO DE ASTRONOMIA

http://www.boletimsupernovas.com.br/

Quinta-feira, 06 de Janeiro de 2011 - Edicao No. 599

Indice:

_ MERCADANTE VISITARA' INPE NA PROXIMA SEGUNDA-FEIRA
_ AERONAUTICA QUER NOVO FOGUETE NACIONAL
_ UNB QUER ABRIR CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL EM 2012
_ BRASIL INGRESSA NO OBSERVATORIO EUROPEU DO SUL
_ EM BUSCA DE UMA TEORIA UNIFICADA
_ SAGA DA APOLLO 13 DEFLAGROU CRISE NO PROGRAMA ESPACIAL DOS ESTADOS
UNIDOS
_ MENINA DE 10 ANOS DESCOBRE SUPERNOVA
_ EFEMERIDES

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ASTRONOMIA NO BRASIL
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MERCADANTE VISITARA' INPE NA PROXIMA SEGUNDA-FEIRA
07/01/2011. O ministro de Ciencia e Tecnologia, Aloizio Mercadante,
estara' no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Sao
Jose' dos Campos (SP), nesta segunda-feira, 10 de janeiro. Alem de
reunir-se com os dirigentes e servidores da instituicao, Mercadante
visitara' as instalacoes do Laboratorio de Integracao e Testes de
satelites do Inpe. Para o mesmo dia, estao previstas reuniao com
especialistas do setor aeroespacial e visita ao Parque Tecnologico de
Sao Jose' de Campos. ( Fonte: INPE )
Ed: CE

AERONAUTICA QUER NOVO FOGUETE NACIONAL
03/01/2011. A Aeronautica esta' planejando um novo foguete lancador de
satelites brasileiro. O VLS-Beta, como esta' sendo chamado, deve
substituir a partir de 2020 o malfadado VLS-1, que pegou fogo em 2003,
matando 21 pessoas. O VLS-Beta integra uma proposta entregue na semana
passada 'a equipe do ministro Aloizio Mercadante (Ciencia e Tecnologia).
Ela foi elaborada pelo DCTA (Departamento de Ciencia e Tecnologia
Espacial), da Forca Aerea Brasileira, pelo o Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) e pela AIAB (Associacao das Industrias
Aeroespaciais do Brasil). Seu objetivo e' aproveitar o governo que entra
para influir no rumo da politica espacial, que sofre cronicamente de
falta de planejamento, financiamento e integracao entre seus atores. A
conta apresentada a Mercadante e' salgada: para o setor de satelites,
seriam R$ 500 milhoes por ano a partir de 2016. O desenvolvimento de
foguetes nacionais precisaria de R$ 160 milhoes ao ano, subindo para R$
210 milhoes de 2016 a 2017. Para comparacao, todo o PNAE (Programa
Nacional de Atividades Espaciais) tera' em 2011 R$ 350 milhoes. O que as
tres instituicoes prometem em troca e' o desenvolvimento de um parque
industrial de alta tecnologia -algo equivalente ao que a Embraer
representa hoje. O VLS-Beta integra a familia de lancadores Cruzeiro do
Sul, substituta do VLS. Ele representa uma inovacao em relacao ao VLS-1,
um projeto da decada de 1980 que caducou e e' considerado um "beco sem
saida tecnologico", incapaz de colocar em orbita cargas maiores que 150
kg (satelites de observacao pesam dez vezes isso). O VLS-1, cujo voo
inaugural sera' em 2015, tem um sistema de propulsao considerado
antiquado, com quatro motores no primeiro estagio. A Aeronautica quer
conclui-lo como "demonstrador tecnologico", mas sabe que o foguete nao
tem futuro. O Beta teria so' um motor no primeiro estagio e poderia
colocar em orbita satelites ja' em desenvolvimento no pais, como os da
serie Amazonia (de monitoramento da floresta) e Lattes (de pesquisa de
clima espacial e de raios-X). Antes de o Beta ficar pronto, porem, o
DCTA quer usar uma evolucao do VLS-1, batizada Alfa, para lancar
satelites do Inpe a partir de 2015. A parte alta do foguete, crucial
para transportar a carga util, seria desenvolvida em parceria com algum
pais que domine a tecnologia. A Aeronautica trabalha tambem, com a
Alemanha, no desenvolvimento de um foguete pequeno, o VLM-1, a ser
lancado a partir de 2015. Os dois foguetes sao uma resposta dos
militares 'a parceria Brasil-Ucrania para lancar o foguete ucraniano
Cyclone-4 a partir de Alcantara, com fins comerciais. O ex-ministro
Sergio Rezende (PSB) apostou nela para suprir a deficiencia do VLS-1. A
Aeronautica nunca engoliu o Cyclone, que abocanha recursos que poderiam
ser do foguete nacional. ( Fonte: Claudio Angelo / Folha de SP )
Ed: CE

UNB QUER ABRIR CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL EM 2012
05/01/2011. A Universidade de Brasilia planeja lancar um curso de
Engenharia Aeroespacial na UnB Gama em 2012. No Brasil, existem poucos
desses cursos. Os do Instituto Tecnologico de Aeronautica (ITA) e da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sao mais voltados para
avioes comuns. "O curso da UnB seria mais voltado para o dominio
espacial", diz o professor Alessandro Borges, diretor da UnB Gama. Os
estudantes irao aprender sobre foguetes e propulsao, por exemplo.
Segundo professores que ja' trabalham na area, o mercado de veiculos
lancadores de satelites (VLS) e' promissor, mas falta mao de obra
qualificada para atuar nesse segmento. O jornal Folha de Sao Paulo
informou na terca-feira que o Ministerio da Ciencia e Tecnologia recebeu
da Forca Aerea Brasileira (FAB) um pedido de R$ 500 milhoes por ano a
partir de 2016 para o desenvolvimento de satelites e R$ 160 milhoes ao
ano, ja' a partir de 2011, para foguetes. "O recurso financeiro e'
importante, mas e' preciso saber como faremos em relacao aos recursos
humanos", diz Jose' Leonardo Ferreira, coordenador do Laboratorio de
Plasmas. "Nao sobra muito caminho a nao ser que haja um programa de
formacao muito forte nas universidades". Para o professor Carlos Alberto
Gurgel, e' imprescindivel que o pais tenha tecnologia para acessar o
espaco. "Daqui a no maximo dez anos o Brasil deve ser a 5ª. economia do
mundo", afirma. "Russia, China, India, EUA estao entre as 10 maiores
economias, possuem dimensoes continentais e tem acesso ao espaco. Nesse
sentido, o Brasil e' um pais sui generis". CUSTO-BENEFICIO - "O curso da
UnB sera' montado em cima da grade das outras quatro engenharias
ofecerecidas no campus", explica o diretor da UnB Gama. "A Engenharia
que mais casa com as que ja' temos e' a Aeroespacial. A relacao
custo-beneficio e' muito boa". Segundo Alessandro, com poucos novos
professores sera' possivel tornar real um curso de alta complexidade. O
projeto politico-pedagogico do curso de graduacao ja' esta' pronto e foi
montado por uma comissao de professores da Faculdade de Tecnologia e do
Instituto de Fisica que ja' atuam nessa linha de pesquisa. Se for
aprovado pelo Decanato de Ensino de Graduacao, deve comecar a funcionar
em dois semestres. Carlos Alberto Gurgel, chefe do Departamento de
Engenharia Mecanica, conta que a Universidade de Brasilia tem planos
para alimentar o mercado de engenheiros aeroespaciais nao so' na
graduacao. "O que nos estamos sugerindo nessa linha sao duas coisas:
alem do curso no Campus do Gama, queremos criar uma pos-graduacao como
linha de pesquisa da Engenharia Mecanica", explica. "No futuro, quando
houver muitos grupos de pesquisa e massa critica suficiente, sera'
possivel propor um curso de Engenharia Aeroespacial Interdisciplinar na
pos-graduacao". Essa modalidade deve esperar dois anos para entrar em
funcionamento. "Ja' existem trabalhos de mestrado e doutorado nessa area
na UnB", afirma o professor. "A ideia e' fortalecer, criando uma linha
de pesquisa especifica no programa da Engenharia Mecanica". ( Fonte:
Thais Antonio / Secretaria de Comunicacao da UnB )
Ed: CE

BRASIL INGRESSA NO OBSERVATORIO EUROPEU DO SUL
04/01/2011. O Brasil assinou um acordo formal de adesao para se tornar
membro de pleno direito do Observatorio Europeu do Sul (ESO). O pais
sera' o decimo quinto Estado Membro do ESO e o primeiro fora da Europa.
O acordo foi assinado no dia 29 de dezembro, em Brasilia, pelo diretor
geral do ESO, Tim de Zeeuw, e pelo entao ministro da Ciencia e
Tecnologia, Sergio Rezende. O convenio permite a participacao do Brasil
na construcao do futuro superobservatorio, o European Extremely Large
Telescope (E-ELT), que tera' 42 metros de abertura e esta' previsto para
ser inaugurado em um prazo de dez anos, no Chile. A entrada do Brasil no
consorcio custara' cerca de 250 milhoes de euros em 11 anos. O
Observatorio Europeu do Sul tem uma longa historia de envolvimento bem
sucedido com a America do Sul, desde quando o Chile foi escolhido para
ser sede de seus observatorios, em 1963. No entanto, ate' agora nenhum
pais fora da Europa tinha aderido ao ESO como Estado Membro. Os outros
paises associados sao: Austria, Alemanha, Belgica, Dinamarca, Espanha,
Finlandia, Franca, Italia, Holanda, Portugal, Reino Unido, Republica
Checa, Suecia e Suica. "O fato de o Brasil se tornar membro do ESO dara'
'a vibrante comunidade astronomica brasileira total acesso ao
observatorio mais produtivo do mundo e abrira' novas oportunidades 'a
industria brasileira de alta tecnologia, uma vez que podera' contribuir
para o projeto do E-ELT", dise De Zeeuw. A fase de concepcao do E-ELT
foi concluida recentemente, tendo-se submetida 'a revisao em que todos
os aspectos desse enorme projeto foram analisados detalhadamente por um
painel internacional de especialistas independentes. O painel considerou
que o projecto E-ELT esta' tecnicamente preparado para entrar na fase de
construcao. A decisao final de construcao do E-ELT esta' prevista para
2011 e, quando as operacoes comecarem, na proxima decada, astronomos
europeus, brasileiros e chilenos terao acesso ao gigantesco telescopio.
"Os astronomos no Brasil se beneficiarao da colaboracao com colegas
europeus e, naturalmente, do tempo de observacao de que disporao nos
observatorios de vanguarda do ESO, em La Silla e no Paranal, assim como
no ALMA, o qual o ESO esta' construindo atualmente com os parceiros
internacionais", disse Laurent Vigroux, presidente do conselho do ESO.
Mais informacoes: www.eso.org/public/news/eso1050. Leia artigos na
revista Pesquisa FAPESP com opinioes de astronomos brasileiros sobre o
ingresso do Brasil no consorcio do ESO:
www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=6468&bd=2&pg=1&lg= ( Fonte: Agencia
FAPESP )
Ed: GMM

EM BUSCA DE UMA TEORIA UNIFICADA
07/01/2011. A teoria da relatividade geral explica a gravidade. A
mecanica quantica explica as forcas nucleares e o eletromagnetismo.
Conciliar as duas teorias e' um dos maiores desafios para a fisica. A
solucao mais eficiente ate' agora para unificar gravitacao e mecanica
quantica e' a chamada teoria das supercordas, que esta' em plena
construcao. Nos ultimos dez anos, o esforco internacional para promover
avancos nessa area tem contado com a importante participacao de
pesquisadores ligados ao Projeto Tematico "Pesquisa e ensino em teoria
de cordas", financiado pela FAPESP. Sob coordenacao de Nathan Jacob
Berkovits, professor titular do Instituto de Fisica Teorica (IFT) da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), o projeto e' o terceiro
realizado sobre o tema desde 2000. Naquele ano, Berkovits apresentou uma
formulacao matematica inovadora, desenvolvida ao longo de 15 anos, que
ficou conhecida como "espinores puros". Esse formalismo tem sido
importante, na ultima decada, para facilitar os calculos relacionados ao
estudo da teoria das supercordas. Em 2009, ele recebeu o Premio em
Fisica de TWAS (Academia de Ciencias do Mundo em Desenvolvimento) em
reconhecimento deste trabalho. Desenvolvida a partir da decada de 1960,
a teoria das supercordas e' um modelo fisico no qual os compomentes
fundamentais da materia nao sao os pontos sem dimensao que
caracterizavam as particulas subatomicas na fisica tradicional, mas
objetos extensos unidimensionais, semelhantes a uma corda. Dependendo do
"tom" da vibracao dessas cordas, elas corresponderiam a cada particula
subatomica. De acordo com Berkovits, o Projeto Tematico, que envolve uma
serie de parcerias internacionais, tem explorado as aplicacoes dos
espinores puros em varias frentes no desenvolvimento da teoria de
supercordas. "A teoria de supercordas e' a tentativa mais bem sucedida
ate' agora para unificar a gravitacao e a mecanica quantica, teorias
cuja conciliacao corresponde a uma tarefa muito dificil. Os fisicos
teoricos tambem sonham que a teoria das supercordas possa unificar todas
as forcas e particulas fundamentais da natureza, mas isso, por enquanto,
e' apenas um sonho", disse Berkovits 'a Agencia FAPESP. Os avancos no
campo teorico, no entanto, sao bastante reais. O formalismo dos
espinores puros tem sido a ferramenta mais apropriada para o estudo da
correspondencia AdS/CFT (sigla em ingles para espaco anti-de-Sitter /
teoria do campo conformal) – tambem conhecida como a conjectura de
Maldacena. Essa conjectura, proposta pelo argentino Juan Maldacena em
1997, deu um impulso sem precedentes 'a teoria das supercordas e 'a
pesquisa sobre a gravitacao quantica. O artigo no qual Maldacena propos
a conjectura teve mais de 3 mil citacoes e se tornou um dos principais
marcos conceituais da fisica teorica na decada de 1990. "Alem de
trabalharmos a aplicacao dos espinores puros ao estudo da
correspondencia AdS/CFT, temos avancado na aplicacao desse formalismo a
outras frentes tambem, como o calculo da amplitude de espalhamento",
contou Berkovits. O estudo do espalhamento de cordas – que esta'
relacionado ao espalhamento de particulas – enfrenta grandes
dificuldades quando as particulas envolvidas sao fermions. Todas as
particulas elementares da materia sao fermions ou bosons, que tem spin
semi-inteiros ou inteiros, respectivamente, e obedecem mecanicas
estatisticas diferentes. "Com a aplicacao do formalismo dos espinores
puros, o estudo do espalhamento de cordas envolvendo fermions nao e'
mais dificil que os casos que envolvem bosons. Outra vertente na qual
trabalhamos com a aplicacao do formalismo dos espinores puros e' a
teoria de campos de cordas, que ainda esta' em estagio inicial de
desenvolvimento", explicou. Segundo Berkovits, quando o fisico teorico
descreve uma particula, emprega uma variavel que descreve a sua posicao.
Mas quando se trata de uma particula com spin – como fotons ou eletrons
– a variavel da posicao nao e' suficiente para a descricao. "Existem
varias maneiras para descrever o spin e a mais tradicional foi o
formalismo de Ramond-Neveu-Schwarz, concebido em 1973. Mais tarde, em
1980, foi desenvolvido o formalismo de Green-Schwarz – uma nova maneira
de descrever o spin que trazia algumas vantagens. Mas trazia
desvantagens tambem: ele nao preservava a invariancia de Lorentz, uma
importante propriedade relacionada 'as rotacoes do espaco-tempo", disse.
Desde 1980, portanto, os fisicos teoricos vinham tentando resolver os
problemas com o formalismo de Green-Schwarz. Ate' que em 2000 o
formalismo dos espinores puros resolveu a questao da descricao do spin
de particulas de uma maneira que preservava todas as simetrias presentes
na teoria da relatividade. Comunidade internacional - Estima-se que
existam atualmente cerca de 2 mil pesquisadores envolvidos com o estudo
de teoria das supercordas. Berkovits tem trabalhado com cerca de 50
deles. O Projeto Tematico que coordena se beneficia das conexoes
internacionais de seus pesquisadores participantes. "Alem dos estudos
feitos pelos nossos pos-doutorandos e pos-graduandos, temos muitas
colaboracoes no exterior. Trazemos uma serie de especialistas para
colaborar conosco e participar de congressos que organizamos e, por
outro lado, enviamos frequentemente alunos para trabalhar com equipes
internacionais e participar de eventos", disse o pesquisador que recebeu
em 2009 o Premio de Fisica da Academia de Ciencias para o Mundo em
Desenvolvimento (TWAS). O grupo envolvido diretamente com o Tematico tem
atualmente um aluno de pos-doutorado, tres de doutorado, tres de
mestrado e um de iniciacao cientifica. Dois professores recentemente
contratados pelo IFT tambem atuam no projeto. Outros alunos ja' passaram
pelo grupo e agora atuam em outras universidades do Brasil e do
exterior. "Estamos contribuindo para a formacao de uma comunidade
envolvida com o estudo da teoria das supercordas. E' uma importante e
fertil area de fronteira, mas que ainda conta com pouca gente no Brasil,
em comparacao com o resto do mundo", afirmou. O interesse pela area, no
entanto, esta' aumentando. Prova disso foi a alta procura pela
participacao no evento realizado em dezembro pelo IFT e pelo Centro
Internacional de Fisica Teorica (ICTP, na sigla em ingles), da Unesco.
"Recebemos 200 inscricoes e so' podiamos aceitar metade", disse
Berkovits. O curso, intitulado Escola ICTP-Capes Latino-Americana de
Cordas, reuniu alguns dos principais pesquisadores do mundo na area,
como Juan Maldacena e o norte-americano Joe Polchinski – ambos
vencedores do premio Dirac – a mais importante premiacao da area da
fisica depois do Premio Nobel. ( Fonte: por Fabio de Castro - Agencia
FAPESP )
Ed: GMM

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ASTRONOMIA NO MUNDO
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SAGA DA APOLLO 13 DEFLAGROU CRISE NO PROGRAMA
ESPACIAL DOS ESTADOS UNIDOS
04/12/2010. Quando James Lovell, capitao da nave Apollo 13, que em 13 de
abril de 1970 fazia a terceira missao tripulada da Agencia Espacial
Norte-Americana (Nasa) com destino 'a Lua, anunciou pelo radio "Houston,
nos temos um problema", comecava uma crise de vida ou morte, que viria a
colocar o proprio programa espacial em risco. Uma explosao no modulo de
servico da nave levaria os tres astronautas da Apollo 13 a uma
verdadeira saga para salvarem suas vidas. O drama de Lovell e de seus
dois colegas, Fred Haise e John Swigert, tornou-se um dos episodios mais
emocionantes da aventura humana no cosmos e marcou o inicio de uma crise
de identidade nos programas espaciais. Impunha-se uma reflexao: valia a
pena ir tao longe? Se dois anos antes da explosao na nave americana a
humanidade ja' havia parado diante da teve' para comemorar a chegada de
Neil Armstrong 'a Lua, agora o mundo voltava seus olhos novamente para
uma nave Apollo. O drama da tripulacao, que lutava pela vida em uma
pequena espaconave avariada, quase sem energia, agua ou oxigenio, fez
pessoas de todo o mundo mais uma vez prenderem a respiracao e torcerem
freneticamente pelos tres astronautas. Coube 'a equipe composta pelo
experiente comandante Alan Shepard, primeiro norte-americano a ir ao
espaco, em 1961, e pelos astronautas estreantes Edgar Mitchell e Stuart
Roosa a missao de realizar o que o trio da Apollo 13 nao conseguiu:
pousar na regiao de Fra Mauro, na Lua, para a primeira missao cientifica
no satelite natural da Terra. "As missoes anteriores foram para cuidar
dos aspectos operacionais da exploracao lunar, como aterrissagem e saida
em seguranca. Minha missao foi a primeira cientifica, para fazer coletas
geologicas no satelite", contou Edgar Mitchell ao Correio. Gastos
estratosfericos Apesar do sucesso da missao de que Mitchell participou,
que pousou na Lua em 5 de fevereiro de 1971 e durante 32 horas realizou
experimentos em ambiente lunar, a opiniao publica americana ja' nao
concordava plenamente com as altas despesas - estima-se que a Nasa
gastou US$ 100 bilhoes apenas no programa Apollo - e com os enormes
riscos das missoes lunares. No inicio dos anos 1970, as agencias
espaciais tiveram que comecar a se restruturar. Aos poucos, a
demonstracao de poder, tipica da Guerra Fria, foi dando lugar a
exploracoes cientificas e tecnologicas. Ate' que, em 1972, o entao
presidente americano Richard Nixon decretou o fim das missoes lunares,
iniciando um hiato da presenca humana na Lua que ja' dura 38 anos. Se,
por um lado, a mudanca de direcionamento das agencias espaciais - nao
so' a Nasa - impediu que o homem voltasse 'a Lua, por outro, o
redirecionamento dos programas de exploracao abriu espaco para a
producao de um conhecimento aparentemente mais util 'a populacao.
Satelites meteorologicos e de telecomunicacoes que comecaram a ser
desenvolvidos naquele periodo resultaram na tecnologia utilizada ate'
hoje. "Atualmente, nosso programa espacial e' baseado em projetos que
incluem sistemas que servem para monitorar o transporte, a agricultura,
a agua e o manejo florestal", explica Alexey Korosteliov, chefe de
Cooperacao Internacional da Roscosmos - a Agencia Espacial Russa.
"Assim, ao mesmo tempo, desenvolvemos instrumentos para a exploracao
espacial e fornecemos dados para outras areas da economia", completa.
Antes que o ultimo passo em solo lunar fosse dado, em 14 de dezembro de
1972, o capitao da Apollo 17, Eugene A. Cernan deixou uma placa no solo
lunar, com uma inscricao representando o desejo da humanidade: "Aqui, os
homens completaram sua primeira exploracao da Lua. Possa o espirito de
paz no qual viemos refletir-se na vida de toda a humanidade". Tres
perguntas para Edgar Mitchell, sexto homem a pisar na Lua - Ha' 30 anos,
o homem nao volta 'a Lua. Em sua opiniao, por que esse hiato esta sendo
tao longo? Ha' problemas de financiamento. Quando John Kennedy,
presidente dos EUA na decada de 1960, anunciou as missoes para a Lua,
ele nao queria que os Estados Unidos ficassem atras na corrida espacial.
Depois da sexta missao Apollo, porem, a populacao e o Congresso nao
queriam mais financiar o programa, o que fez com que ele fosse
cancelado. Mas acredito que nos voltaremos 'a Lua. Esse e' o nosso
destino. E vamos ter que aprender a fazer isso com fontes sustentaveis.
Estamos usando excessivamente os recursos da Terra, entao, se quisermos
voltar la', teremos que fazer isso de maneira mais equilibrada. -
Valentina Tereshkova, a primeira mulher a ir para o espaco, disse
recentemente que gostaria de visitar Marte, mesmo que nao pudesse voltar
de la'. Se tivesse oportunidade, o senhor gostaria de participar de
outras missoes? Ha' conversas sobre desenvolver atividades para ir tanto
para Marte quanto para a Lua, para estabelecer uma colonia ou uma
estacao cientifica. Isso pode ser feito, e uma das formas e' por meio de
uma viagem so' de ida para Marte, para colonizar o planeta e comecar a
desenvolver uma civilizacao la'. Isso pode acontecer no futuro, mas nao
acredito que estejamos prontos para fazer isso ainda. Ainda nao temos a
habilidade, todas as coisas necessarias para fazer isso. Mas tenho
certeza de que isso vai acontecer em um momento oportuno. As pessoas me
faziam essa mesma pergunta e eu respondia: "Com certeza, mas vou esperar
ate' ter 100 anos". Portanto, considerando a minha idade (hoje, 80 anos)
talvez eu va' ao espaco em breve (risos). - Mas o senhor cre' que, mesmo
com os recentes cortes de verba, o programa espacial americano deve
conseguir voltar 'a Lua e chegar a Marte? Sim, ele esta' se
desenvolvendo mais devagar no momento, por causa do colapso economico
global, que causou recessao em todo o mundo, mas esta' progredindo.
Temos que recuperar o sistema economico para voltar a desenvolver
projetos espaciais. Mas, com certeza, teremos mais projetos espaciais
funcionando e vamos para Marte em algum momento, embora eu ache que
ainda temos que amadurecer como civilizacao antes de fazer isso. China e
India expressaram interesse nas atividades espaciais. Espero que todos
esses paises trabalhem junto com os EUA, como uma civilizacao global
indo para o espaco, em vez de fazer isso separadamente. ( Fonte: Max
Milliano Melo / Correio Braziliense )
Ed: CE

MENINA DE 10 ANOS DESCOBRE SUPERNOVA
04/01/2011. A jovem canadense Kathryn Aurora Gray, de apenas 10 anos, se
tornou na pessoa mais nova a descobrir uma supernova, segundo anunciou a
Sociedade Real de Astronomia do Canada'. De acordo com a instituicao, a
garota localizou a supernova na constelacao de Camelopardalis enquanto
observava imagens do espaco registradas pelo Observatorio Abbey Ridge no
computador de sua casa. Kathryn, em entrevista 'a rede canadense CBC
News, disse estar muito animada com a descoberta. "Eu fiquei muito feliz
quando vi as imagens, mas nao tinha muita certeza que era uma
supernova", afirmou. A descoberta foi confirmada em seguida por dois
astronomos profissionais e encaminhada para a Uniao Astronomica
Internacional. Supernova e' o nome dado a corpos celestes surgidos apos
explosao de estrelas de muita massa. Uma vez que a supernova pode
ofuscar milhoes de estrelas normais, ela pode ser vista com telescopios
amadores. Esse tipo de formacao e' interessante aos astronomos porque
contem a maioria dos elementos quimicos que juntos formaram a Terra e
outros planetas. Alem disso, supernovas distantes podem ser usadas para
estimar o tamanho e a idade do nosso universo.( Fonte: Revista Galileu)
Ed: CE

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EFEMERIDES PARA A SEMANA
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06/01/2011 a 15/01/2011
Efemerides dia-a-dia
Ed: RG

10/01 Apogeu da Lua (05:38:00)
15/01 Conjuncao Lua - Pleiades (12:39:00)

Horarios em -3h GMT - Hora Local de Brasilia
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Fotógrafo 'captura' estação espacial em frente ao Sol na hora do eclipse

Fotógrafo 'captura' estação espacial em frente ao Sol na hora do eclipse.    Momento em que os três objetos se alinharam durou 0,86 segundo.   ISS viaja a cerca de 28 mil quilômetros por hora no Espaço.

Do G1, em São Paulo - Uma cena rara foi registrada pelo astrofotógrafo Thierry Legault no ultimo dia 4, quando um eclipse parcial pôde ser visto em parte do Hemisfério Norte. No mesmo momento em que a Lua tampava parte do Sol e causava sombra na Terra, ele conseguiu capturar a imagem da Estação Espacial Internacional (ISS) passando em frente ao astro luminoso.

Segundo a Nasa, que divulgou a foto nesta sexta-feira (7) no site “Observatório da Terra”, a ISS ficou em frente ao Sol por apenas 0,86 segundo, já que viaja a cerca de 28 mil quilômetros por hora.


À esquerda, na parte superior da imagem, é possível ver a Estação Espacial Internacional.
Embaixo, a Lua tampa parte do Sol. (Foto: Cortesia de Thierry Legault, via Nasa)



ISS viaja a cerca de 28 mil quilômetros por hora. (Foto: Cortesia de Thierry Legault, via Nasa)

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