terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Astrônomo do Vaticano: ‘Não estamos atrás de alienígenas para evangelizá-los’

Igreja patrocina padres astrônomos em observatório nos EUA, que buscam outros planetas habitáveis; mas essas pesquisas são confiáveis?


Da BBC - No topo de uma montanha no sudoeste dos Estados Unidos, no Observatório do Vaticano, padres católicos estudam planetas habitáveis - o que pode parecer estranho para muita gente, dado as grandes diferenças, algumas incompatíveis, entre ciência e religião.
Para os próprios padres, no entanto, a pesquisa no observatório representa uma forma de "se conectar com o criador".
"Não, nós não estamos fazendo nada estranho", disse à BBC o vice-diretor do observatório do Vaticano, padre Paul Gabor. "Nós estamos realmente fazendo ciência, não estamos atrás de alienígenas para evangelizá-los’".
Os dez astrofísicos empregados pela igreja dizem que estão tentando conquistar avanços sobre o conhecimento que temos atualmente sobre o universo.
"O Observatório do Vaticano é uma operação muito pequena por causa da maneira curiosa como recrutamos nossos funcionários. Em outras palavras, para trabalharmos aqui, precisamos ser padres", explicou o padre Gabor.
Cientistas, entretanto, dizem que há razões para não se confiar em pesquisas patrocinadas por religiões. "Levando em consideração a natureza sobre o que é requisitado para trabalhar no Observatório do Vaticano, você não iria esperar que os melhores cientistas fossem querer fazer parte disso, porque os melhores cientistas, em geral, são ateus", disse o físico também ateu, Lawrence Krauss.
"Até pelo senso intelectual, claro que ciência e a doutrina das religiões mundiais são completamente incompatíveis. E isso tem sido assim por séculos e séculos."
Ciência e religião
Essa crítica, porém, é rechaçada pelos astrônomos do Vaticano. Para eles, especialmente na astrofísica, os limites entre ciência e religião não existem.

O Observatório do Vaticano foi transferido para Tucson, no Arizona, em 1981, quando a qualidade ruim do ar da Itália tornou impossível a continuidade das pesquisas por lá. Desde então, os trabalhos dos astrônomos católicos têm sido feitos da Universidade do Arizona.
"Acho que pessoas que são destinadas para as grandes questões sobre fé também estão destinadas à astronomia, porque nela você também faz grandes questionamentos", comentou Buell Jannuzi, chefe do observatório da Universidade do Arizona.
A primeira menção a um observatório do Vaticano de que se tem registro é de 1582, mas sua existência só foi confirmada oficialmente em 1891, pelo papa Leão 13.
À época, ele disse que seu objetivo era deixar claro que a Igreja Católica Romana "não se opunha à verdadeira e sólida ciência".
O padre jesuíta Paul Gabor acredita que, se há outros planetas habitáveis no universo, provavelmente deve haver vida neles. Ele diz também que consegue, cada vez mais, entender a grande conexão entre astrofísica e religião. "Quem tenta entender isso consegue ver que o universo, de fato, quer ser compreendido."

Cientistas apontam que núcleo da Terra se divide em 2 regiões distintas

Da EFE

O núcleo interno da Terra possui um núcleo próprio com cristais de ferro alinhados em direções diferentes (Foto: Adaptação sobre imagem de divulgação/Universidade de Illinois/Nature)

Cientistas chineses e americanos publicaram um estudo que indica que o núcleo interior da Terra é uma região sólida composta por duas partes distintas -- uma interna e outra externa --, o que pode trazer novas informação sobre a origem de nosso planeta, segundo o artigo publicado nesta terça-feira (10) pela revista "Nature Geoscience".
A pesquisa, feita por especialistas da Universidade de Illinois (EUA) e de Nanquim (China), sugere que o núcleo interior é subdividido, diferentemente do que se pensava até então. A equipe de geofísicos acredita que as estruturas dos cristais de ferro existentes nessas duas regiões sejam diferentes entre si. No núcleo interior externo, os cristais ficam no sentido dos polos (norte-sul), enquanto no núcleo interior interno, estão no sentido leste-oeste (veja ilustração acima).
Para chegarem a essa conclusão sem perfurar o centro da Terra, a equipe liderada por Xiaodong Song, professor da Universidade de Illinois, escutou as vibrações causadas por terremotos e analisou as alterações que elas sofriam na medida em que viajavam através de nosso planeta. 
A descoberta pode apresentar uma nova informação sobre a origem de nosso planeta, segundo cientistas
"O fato de estarmos descobrindo diferentes estruturas de distintas regiões do núcleo interno pode acrescentar algo para nós sobre a longa história da Terra. Poderia ser a chave para a evolução do planeta", disse Song.
A descoberta aponta que o núcleo interno contém cristais de diferente escala, que se formaram em condições distintas. Isso indica que nosso planeta pode ter sofrido uma mudança dramática durante esse tempo.
A esfera central da Terra, que se está a mais de 5.000 quilômetros abaixo do solo, começou a se solidificar há cerca de um bilhão de anos, e continua crescendo aproximadamente 0,5 milímetro por ano.

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