quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Clima da Terra flutua entre calor e frio, dizem pesquisadores




Simulação da camada de gelo que cobrirá a Eurásia e a América do Norte. (Foto: Nature/ Thomas J. Crowley e William T. Hyde)




As estações são cíclicas. Teoricamente, no verão o calor é forte e no inverno o frio é intenso. Alguns anos, até neva em cidades desacostumadas ao fenômeno. No outro, as estações voltam ao normal. Segundo uma pesquisa divulgada na revista “Nature” esta semana, uma situação semelhante ocorre com o clima da Terra. Mas englobando todo o planeta e que perdura milhares de anos. Os cientistas Thomas J. Crowley e William T. Hyde, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, afirmam que entre as Eras Glaciais -- períodos onde a atmosfera e os oceanos permanecem gélidos -- o clima é instável. Há uma dramática flutuação climática, entre períodos extremamente quentes ou frios, que já dura mais de três milhões de anos. De acordo com os pesquisadores, essas alterações são uma longa resposta à sutil, natural e também cíclica mudança na órbita da Terra. Ela pode ficar mais distante do Sol. A esse fato se soma às variações do gás carbônico (CO2) localizado mais próximo ao solo. Por exemplo, como ocorre com o efeito estufa, quando gases como o carbônico retém o calor no planeta. Crowley afirma que o clima da Terra se aproxima de um ponto de bifurcação. Ele transita para um frio mais intenso. Como conseqüência a Eurásia -- parte continental que forma a Europa e a Ásia -- e a América do Norte serão cobertas por uma superfície de gelo que atingirá a latitude média do hemisfério norte. Chegará até a altura da França e, praticamente, cobrirá todo o Canadá.
Mas a mudança não é imediata. Segundo simulações, o fenômeno deve ocorrer entre os próximos 10.000 e 100.000 anos. O que, em termos geológicos, significa pouco tempo. Para comparar, o planeta possui por volta de 4,5 bilhões de anos. Como fica o aquecimento global? “A descoberta fornece uma perspectiva mais ampla sobre o clima dos últimos milhões de anos e o processo que causa essas mudanças”, diz Thomas J. Crowley ao G1. “Também um novo panorama sobre as possíveis relações mais próximas, em uma escala temporal de mil anos, com a flutuação climática que observamos em núcleos de gelo na Groelândia”, afirma.

Os dois cientistas chegaram a tais conclusões analisando, principalmente, a quantidade de radiação solar refletida pelo gelo polar. Mas os autores sugerem que mesmo uma pequena mudança no nível de gás carbônico na atmosfera, como ocorre atualmente, pode impedir indefinitivamente essa transição. “As emissões de gás carbônico pela sociedade atual é um grande problema, pois caminhamos para uma escala de níveis de CO2 que não experimentamos por dezenas de milhões de anos”, explica. “É necessária cautela no momento em que entramos em um estado tão diferente do presente”, diz. Crowley conta que, agora, prossegue estudando uma escala de tempo de mil anos “gravadas” do último período glacial. “O objetivo é ver se uma nova perspectiva pode nos ajudar a entender melhor as rápidas mudanças do passado na temperatura”.
Isis Nóbile Diniz Do G1, em São Paulo

Cientistas ‘fotografam’ exoplanetas orbitando uma estrela pela primeira vez


Gráfico elaborado pelo cientista Maley mostra a distância entre os planetas e suas estrelas. (Foto: Editoria de Arte/G1)



Isis Nóbile Diniz Do G1, em São Paulo

Os pesquisadores captaram pela primeira vez a imagem de três planetas em torno de uma estrela diferente do Sol. E, em outro estudo, conseguiram a imagem ótica do possível objeto mais frio e de menor massa corporal já "fotografado" fora do Sistema Solar. As “fotos” foram feitas com telescópios terrestres e com o espacial Hubble. Com essas fotografias, os cientistas poderão observar os planetas diretamente. Tornando o estudo mais prático do que supor, por meio da matemática e outros instrumentos, que os planetas estão lá. Os trabalhos foram publicados na revista “Science” desta semana.

Essa é a primeira vez que três exoplanetas -- planetas que orbitam outras estrelas, não o Sol -- têm suas imagens digitalizadas. Geralmente, os pesquisadores concluem que o objeto que observam pelo telescópio é um planeta devido à influência gravitacional que ele sofre pela estrela.

Veja galeria de fotos dos planetas

Uma imagem mostra os planetas “d”, “c” e “b” em torno da sua estrela intitulada HR 8799. O pesquisador Christian Marois, junto com a equipe, usou os telescópios terrestres Keck e Gemini para conseguir a façanha. Na outra pesquisa, Paul Kalas e colegas utilizaram o telescópio espacial Hubble para a capturar a imagem ótica do planeta chamado Fomalhaut b orbitando a sua estrela imerso em um grande cinturão de poeira. Em outro artigo publicado na mesma revista, Mark S. Marley, cientista do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, descreve as dificuldades de "fotografar" diretamente os planetas. O clarão das estrelas próximas atrapalha a captura das imagens, principalmente em telescópios terrestres. O jeito é driblar usando técnicas de ótica -- luz refletida.

“Já sabíamos que havia planetas em torno de estrelas usando métodos indiretos, mas hoje podemos observar esses planetas”, diz Marley ao G1. “Seria como, por exemplo, viver em um apartamento e ouvir as vozes na sala ao lado. Você conhece as pessoas que estão dentro, mas não pode vê-las. Agora, temos a porta aberta para observar os vizinhos com nossos próprios olhos”, explica. Essa é a primeira detecção ótica de um exoplaneta. “O último planeta gigante diretamente visual visto por comprimentos de ondas foi Netuno, em 1846”, conta o cientista Paul Kalas ao G1. “ A detecção ótica é como um prêmio porque ela é parte do espectro onde nós esperemos ver refletida luz de planetas maduros capazes de suportar vida", explica.Estrela HR 8799 A estrela HR 8799 está a 128 anos-luz da Terra. Ela é ainda uma “criança”, se alimenta de reações nucleares que acontecem dentro seu núcleo. Os planetas que orbitam em volta da HR 8799 possuem entre cinco e 13 vezes a massa de Júpiter. O menor está mais perto dela e o maior mais distante. Essa relação é comum a outros exoplanetas. Sugere que eles tenham se formado por meio da soma de partículas do disco de gás e redemoinhos de poeiras em torno da estrela -- veja ilustração. Os três planetas são diferentes da Terra e mais quentes. “Eles são como Júpiter, ‘bolas gigantes’ compostas em sua maioria por gás hidrogênio”, diz Marley.A relação entre a estrela e os planetas, de certa forma, é semelhante a que ocorre no Sistema Solar. Se a HR 8799 fosse mais fraca como o Sol, a distância entre a estrela e os planetas “d”, “c” e “b” seriam como a de Saturno, Urano e Netuno. Estrela Fomalhaut A estrela Fomalhaut é uma das mais brilhantes no céu. “Ela é facilmente vista do Brasil durante o verão”, afirma Kalas. Está localizada a “apenas” 25 anos-luz da Terra -- isso significa que a sua luz demora 25 anos até chegar aos olhos dos terrestres. “Ela é mais próxima de nós do que muitas outras estrelas. Seria como se estivéssemos ‘vendo’ os vizinhos que estão no nosso prédio, no fundo do corredor. Não os vizinhos de porta ou as pessoas da rua”, explica Marley. O planeta Fomalhaut é parecido com Netuno. As três semelhanças são: possui muito gás; está distante da estrela quatro vezes a distância entre Netuno e o Sol; e está situado em um cinturão de cometas e asteróides, tal como Netuno reside no interior do Cinturão de Kuiper.O planeta Fomalhaut b está longe de sua estrela-mãe, 120 vezes mais distante do que a Terra do Sol. Mas a estrela Fomalhaut é 16 vezes mais luminosa que o Sol. Assim, Netuno e Fomalhaut b recebem praticamente a mesma quantidade de radiação de suas estrelas-mãe.Ver para crer Agora será possível tentar responder, com mais exatidão, perguntas como do que esses planetas são feitos e como são formados. As imagens podem dar a composição química da Fomalhaut b. Além disso, com elas será possível medir diretamente o movimento orbital em torno da estrela e determinar sua massa.“No caso de Fomalhaut b, sem as fotos precisaríamos de oito séculos de observação para responder a essas perguntas”, diz Kalas. O pesquisador Marley vai ainda mais longe: “No futuro, com a melhora dos telescópios espaciais esperamos obter imagens como as que conseguimos do planeta Terra e verificar se há vida lá”. Atualmente, os cientistas acreditam ter descoberto mais de 300 exoplanetas. Haja foto.

Sonda Cassini mostra aurora boreal de Saturno


Imagem fornecida pela Nasa mostra a aurora boreal de Saturno. Segundo os cientistas, o planeta tem um tipo próprio de aurora boreal, que faz brilhar sua calota polar. Auroras são causadas por partículas carregadas que fluem ao longo das linhas do campo magnético de um planeta para a atmosfera. As imagens foram captadas pela sonda Cassini. (Foto: Divulgação Nasa/AP)

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