Káthia Mello - Do G1 em DF -O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estuda transformar a Serra da Cangalha, no município de Campos Lindos, no Tocantins, em patrimônio nacional ou paisagem cultural devido a uma cratera causada pela queda de um meteorito há 240 milhões de anos.
Imagem de satélite da Nasa feita em 2006 mostra a formação circular da cratera da Serra da Cangalha, no Tocantins (Foto: Divulgação/Nasa)
Com 13 km de diâmetro e paredes de mais de 400 metros de altura, a cratera da Serra da Cangalha é a segunda maior do Brasil, atrás apenas do Domo do Araguainha, na divisa entre Goiás e Mato Grosso, que tem 40 quilômetros de diâmetro. O processo de preservação de Araguainha já está em andamento.
De acordo com a Nasa, a agência espacial norte-americana, a cratera é a mais bem preservada entre as oito conhecidas no Brasil. A formação foi identificada em 1973 e, antes de sua descoberta, chegou a ser estudada como uma possível área de exploração de diamantes.
No fim do ano passado, a pedido da superintendência do Iphan em Tocantins, técnicos do órgão em Brasília estiveram na Serra da Cangalha para conhecer o local da cratera. O relatório preliminar realizado pelos técnicos após a visita à Serra da Cangalha vai recomendar a abertura de estudos para verificar se existem valores culturais para o tombamento.
"A preocupação do Iphan é mostrar e ampliar o repertório de bens reconhecidos como patrimônio natural", disse Delphim. “Nós não sabemos ler a Terra. As crateras são parte da história da Terra, que deve ser preservada. É um valor potencial que não pode ser destruído.”
O geólogo Marcos Vasconcelos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também, defende o tombamento. Autor de uma dissertação de mestrado sobre a cratera de Araguainha e de uma tese de doutorado sobre a da Cangalha – ambas na Universidade de São Paulo (USP) –, ela diz que a preservação ajuda no estudo da cratera.
Forma de cangalha (sela usada em cavalos), que dá nome à serra onde está a cratera (Foto: Iphan/Divulgação)
“Torná-la patrimônio significa abrir as portas para a realização de mais pesquisas nacionais e internacionais. Isso pode facilitar nossas pesquisas com melhoria no acesso às rochas da cratera, com pavimentação e melhor infraestrutura e crescimento para o município”, disse.
Ao G1, Vasconcelos disse que o meteorito que deu origem à cratera caiu em diagonal, em um ângulo aproximado de 45 graus. Vasconcelos disse que as rochas da estrutura da Serra da Cangalha estão entre as mais bem preservadas do mundo, de acordo com pesquisadores alemães.
O nome da serra que batiza a cratera vem de uma parte da rocha que se formou com a queda do meteorito, que tem o formato de uma cangalha – espécie de sela usada em cavalos.
A cratera é uma das 11 formadas pelo impacto de meteoritos conhecidas na América do Sul – além das oito do Brasil, ainda há duas identificadas na Argentina e uma no Chile.
Tombamento de Araguainha
A cratera de Araguainha, na divisa Goiás-Mato Grosso está com estudos de recomendação de tombamento adiantados. De acordo com o Iphan, ela é a 16ª cratera do mundo em tamanho e idade estimada em 245 milhões de anos.
Segundo Delphim, o impacto do meteorito na região influenciou na formação do Rio Araguaia. "Vou fazer uma visita ao local ainda este ano para dar o parecer final sobre o tombamento. O processo será, então, encaminhado para o Conselho Consultivo do instituto", afirmou.
Imagem de satélite da Nasa feita em 2006 mostra a formação circular da cratera da Serra da Cangalha, no Tocantins (Foto: Divulgação/Nasa)
Com 13 km de diâmetro e paredes de mais de 400 metros de altura, a cratera da Serra da Cangalha é a segunda maior do Brasil, atrás apenas do Domo do Araguainha, na divisa entre Goiás e Mato Grosso, que tem 40 quilômetros de diâmetro. O processo de preservação de Araguainha já está em andamento.
De acordo com a Nasa, a agência espacial norte-americana, a cratera é a mais bem preservada entre as oito conhecidas no Brasil. A formação foi identificada em 1973 e, antes de sua descoberta, chegou a ser estudada como uma possível área de exploração de diamantes.
No fim do ano passado, a pedido da superintendência do Iphan em Tocantins, técnicos do órgão em Brasília estiveram na Serra da Cangalha para conhecer o local da cratera. O relatório preliminar realizado pelos técnicos após a visita à Serra da Cangalha vai recomendar a abertura de estudos para verificar se existem valores culturais para o tombamento.
De acordo com o coordenador de Patrimônio Natural do Iphan em Brasília, Carlos Fernando de Moura Delphim, o tombamento é benéfico para a ciência e o patrimônio histórico brasileiro. "O valor científico desse patrimônio é riquíssimo. Nós temos esse material aqui no Brasil à disposição. As crateras são importantes para que se possa estudar a história da evolução da Terra e também o universo. É como a página de um livro”, disse.
O documento elaborado pelos técnicos de Brasília, porém, será encaminhado para a Superintendência do Instituto no Tocantins. O órgão estadual é que vai dar o parecer final sobre a abertura ou não do processo de tombamento.
Paredão na área interna da cratera; no centro, área de floresta que se formou no local (Foto: Iphan/Divulgação)
De acordo com o Iphan, a cratera e parte da região onde ela está podem ser protegida como patrimônio natural nacional ou pode ser chancelada como paisagem cultural brasileira – figura criada pelo órgão em 2009, como um novo instrumento de preservação.
A chancela é uma inovação na forma de trabalhar o patrimônio cultural brasileiro, uma espécie de selo de qualidade de um trecho do território nacional que tem características especiais e mostram a diversidade de paisagens no Brasil.
A chancela é uma inovação na forma de trabalhar o patrimônio cultural brasileiro, uma espécie de selo de qualidade de um trecho do território nacional que tem características especiais e mostram a diversidade de paisagens no Brasil.
O geólogo Marcos Vasconcelos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também, defende o tombamento. Autor de uma dissertação de mestrado sobre a cratera de Araguainha e de uma tese de doutorado sobre a da Cangalha – ambas na Universidade de São Paulo (USP) –, ela diz que a preservação ajuda no estudo da cratera.
Forma de cangalha (sela usada em cavalos), que dá nome à serra onde está a cratera (Foto: Iphan/Divulgação)
“Torná-la patrimônio significa abrir as portas para a realização de mais pesquisas nacionais e internacionais. Isso pode facilitar nossas pesquisas com melhoria no acesso às rochas da cratera, com pavimentação e melhor infraestrutura e crescimento para o município”, disse.
O nome da serra que batiza a cratera vem de uma parte da rocha que se formou com a queda do meteorito, que tem o formato de uma cangalha – espécie de sela usada em cavalos.
A cratera é uma das 11 formadas pelo impacto de meteoritos conhecidas na América do Sul – além das oito do Brasil, ainda há duas identificadas na Argentina e uma no Chile.
Tombamento de Araguainha
A cratera de Araguainha, na divisa Goiás-Mato Grosso está com estudos de recomendação de tombamento adiantados. De acordo com o Iphan, ela é a 16ª cratera do mundo em tamanho e idade estimada em 245 milhões de anos.
Segundo Delphim, o impacto do meteorito na região influenciou na formação do Rio Araguaia. "Vou fazer uma visita ao local ainda este ano para dar o parecer final sobre o tombamento. O processo será, então, encaminhado para o Conselho Consultivo do instituto", afirmou.