Imagens recentes mostram que Ison, inicialmente declarado morto, voltou a ter brilho.
Imagem do cometa Ison, que pode ter sobrevivido após passar próximo do Sol
(Foto: Damian Peach/BBC)
O cometa Ison, ou alguma parte dele, teria sobrevivido ao encontro com o
Sol, afirmaram os cientistas. O pedaço de rocha gigante de gelo e areia
foi inicialmente declarado morto quando não conseguiu emergir por
detrás da estrela com o brilho esperado pelos astrônomos.
Tudo que poderia ser visto nas imagens dos telescópios era uma leve
mancha - seu núcleo e sua cauda pareciam destruídos. Mas imagens
recentes indicaram um brilho do que seria um pequeno fragmento do
cometa.
Astrônomos admitiram surpresa e satisfação, mas agora se mantêm
cautelosos de que algo possa acontecer nas próximas horas ou dias. Se o
cometa (ou o que sobrou dele) pode continuar a brilhar, ou simplesmente
sumir de vez.
"Nós temos acompanhado esse cometa por um ano e todo o caminho tem nos
surpreendido e confundido", disse o astrofísico Karl Battams, que lidera
o projeto Sungrazing Comets na agência espacial americana, a Nasa.
A Agência Espacial Europeia também havia sido uma das primeiras
organizações a sentenciar a morte de Ison, mas reavaliou a situação. Uma
pequena parte do núcleo pode estar intacto, dizem especialistas.
Dúvida
Ainda não se sabe, entretanto, qual parcela da massa de gelo de 2 quilômetros sobreviveu. Segundo especialistas, Ison teria sido seriamente afetado ao passar a 1,2 milhão de quilômetros acima da superfície do Sol, uma distância razoavelmente pequena considerando as dimensões espaciais.
Ainda não se sabe, entretanto, qual parcela da massa de gelo de 2 quilômetros sobreviveu. Segundo especialistas, Ison teria sido seriamente afetado ao passar a 1,2 milhão de quilômetros acima da superfície do Sol, uma distância razoavelmente pequena considerando as dimensões espaciais.
Durante esse percurso, sua camada de gelo teria vaporizado rapidamente
sob temperaturas acima de 2 mil graus Celsius. A imensa gravidade da
estrela também teria impactado o pedaço de rocha.
Segundo a especialista Karl Battams, "nós gostaríamos de ter alguns
dias apenas para olhar as imagens que vêm da aeronave espacial (de
observação, pertencente à Nasa), e que nos permitirá avaliar o brilho do
cometa que estamos vendo agora, e como esse brilho muda".
"Isso talvez nos dê uma ideia da composição desse objeto e o que
acontecerá com ele nos próximos dias ou semanas". Independente do que
acontecer adiante, os cometas devem voltar a ter importância no próximo
ano.
Daqui a praticamente um ano, o Cometa Siding Spring vai passar a uma
distância de menos de 100 mil quilômetros de Marte. E, em novembro de
2014, a missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia, tentará inserir
uma sonda no núcleo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.