O telescópio Chandra, da agência espacial americana (Nasa), fez a
primeira observação por raio-X dos destroços deixados pela explosão de
uma supernova ocorrida em 1957. Os resultados serão publicados por
pesquisadores americanos e australianos na próxima edição da revista
"Astrophysical Journal".
A supernova SN 1957D entrou em colapso na galáxia espiral M83, a 15
milhões de anos-luz da Terra. A região é uma das únicas detectáveis fora
da Via Láctea, tanto em ondas ópticas como de rádio, mesmo décadas após
o incidente.
A SN 1957D fica perto de um aglomerado de estrelas com quase 10 milhões
de anos. Muitas delas têm massa até 17 vezes maior que a do Sol.
No detalhe, supernova é vista por sistema óptico do telescópio
(Foto: Nasa/CXC/STScI/K.Long et al./STScI )
Entre 2000 e 2001, o Chandra já havia observado essa supernova durante
14 horas, mas não detectou nada remanescente. No entanto, uma nova
exposição feita entre 2010 e 2011, por oito dias e meio, revelou a
presença de raios-X.
A imagem acima, em que a SN 1957D aparece no detalhe, pode trazer novos
dados sobre a explosão, que teria ocorrido após a estrela ficar "sem
combustível". A distribuição dos raios-X com energia sugere que a
supernova contém uma estrela de nêutrons (pulsar) que gira rapidamente e
se formou quando o núcleo da supernova entrou em colapso.
Esse pulsar pode estar produzindo um "casulo" de partículas carregadas
que se movimentam quase à velocidade da luz e são conhecidas como uma
"nebulosa de vento de pulsar". Se essa interpretação for confirmada, o
pulsar teria uma idade de 55 anos, um dos mais novos já observados no
Universo.
O que restou de outra nebulosa chamada SN 1979C, situada na galáxia
M100, contém um concorrente a mais novo pulsar, mas os astrônomos ainda
não têm certeza se há um buraco negro ou um pulsar no centro dela.