quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Observatório no Chile divulga criação do maior telescópio óptico virtual

Da France Presse - Cientistas do Observatório de Monte Paranal, no norte do Chile, anunciaram ter conseguido conectar os sinais emitidos pelos quatro telescópios mais potentes localizados nesse centro astronômico para criar o maior telescópio óptico virtual do mundo.

"No final de semana conseguimos finalizar o processo, depois de quase um ano. Pela primeira vez, pudemos fazer observações científicas através desse novo instrumento, e podemos dizer que já está pronto para ser utilizado" no futuro, disse à AFP Jean-Philippe Berger, astrônomo encarregado do processo.

No Monte Paranal, que fica 2.635 metros acima do nível do mar em pleno Deserto de Atacama, estão quatro grandes telescópios ópticos de 30 metros de altura e com espelhos de 8 metros de diâmetro cada um, que formam o Very Large Telescope (VLT).

Os astrônomos conseguiram conectar os sinais recebidos por eles por meio de uma técnica conhecida como interferometria -- conjunto de processos de medição de comprimentos e de índices de refração, ou de análise de superfícies ópticas, baseado na interferência da luz -- combinando a luz emitidas pelos quatro para obter uma imagem de maior resolução.

 Conjunto de telescópios no Observatório no Monte Paranal, no Chile. (Foto: ESO)

 
A partir de agora, os cientistas vão poder utilizar quando precisarem esta nova modalidade de observação, que, de uma forma virtual, permitirá contar com um espelho equivalente de 130 metros de diâmetro. Segundo Berger, o resultado final vai melhorar a resolução e a capacidade "zoom" dos aparelhos.

"Poderemos ver a superfície das estrelas, inclusive objetos que nunca haviam sido observados antes, como astros muito jovens ou algumas galáxias", explicou o astrônomo.

O Observatório de Paranal conta com duas redes de telescópios ópticos: os primeiros têm espelhos de 8 metros de diâmetro; e os segundos, menores, espelhos de 1,8 metro, já unidos mediante a interferometria em outubro de 2010.

A luz combinada proveniente destes sete instrumentos óticos forma o chamado VLT Interferômetro. Segundo Berger, é "muito difícil construir telescópios ópticos de tamanhos maiores" para conseguir visão melhor.
"Trabalhamos por isto durante muito tempo e estamos contentes de poder começar a fazer ciência" com ele, disse Berger.

O VLT do Observatório de Monte Paranal, a 1.100 km de Santiago, perto da cidade chilena de Antofagasta, é considerado o instrumento óptico mais avançado do mundo.

O sistema é operado pelo Observatório Europeu Austral (com sigla em inglês ESO), uma organização criada em 1962 integrada por 11 países: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Itália, Portugal, Suécia e Suíça.

A construção do Observatório de Monte Paranal começou em 1991, depois de sete anos de trabalhos de prospecção. Cerca de 350 mil metros cúbicos de rocha e terra foram removidos do cume desse monte para criar uma plataforma de 20.000 metros quadrados, onde foram instalados os telescópios e o Laboratório de Interferometria.

Por suas boas condições geográficas e climáticas, o Chile abrigará também, a partir de 2018, o E-ELT (European Extremely Large Telescope), que contará com um espelho de 42 metros de diâmetro e que levará sete anos para ser construído. Seu custo é calculado em 1 bilhão de euros.

Novo estudo explica luzes de buraco negro no centro da Via Láctea

Do G1 em  SP -Uma pesquisa publicada pela revista “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society” traz uma explicação para um fenômeno que acontece no centro da Via Láctea.

Lá fica um buraco negro supermassivo chamado Sagitário A*. A região é estudada pelo Observatório Chandra de Raios X, da Nasa, e pelo Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), que faz observações em infravermelho.

 Buraco negro Sagitário A*, no centro da Via Láctea 
(Foto: NASA/CXC/MIT/F. Baganoff, R. Shcherbakov et al. )
 
Há anos, os cientistas percebem a liberação de luzes em raios X a partir do buraco negro, mas nunca souberam explicar por que isso acontece.

O novo estudo sugere que, em volta de Sagitário A*, existe uma nuvem com trilhões de asteróides e cometas que se desprenderam de suas estrelas mães. Quando um desses corpos celestes passa perto – cerca de 150 milhões de quilômetros, mesma distância entre a Terra e o Sol – desse buraco negro, é quebrado em pequenos pedaços.

Os fragmentos seriam então vaporizados pelo atrito ao passar pela camada de gás quente. Nesse processo, segundo a teoria, são liberadas as luzes que os cientistas observavam havia anos.

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