segunda-feira, 25 de junho de 2012

Jatos fantasmas assombram buraco negro da Via Láctea

Jatos "fantasma" assombram buraco negro da Via Láctea
2012-05-30
 

Esta concepção artística mostra uma vista de perfil da Via Láctea e os recém-descobertos jactos de raios gama estendendo-se a partir do buraco negro central. A lilás, podem ver-se também as previamente descobertas bolhas de raios-gama. As bolhas e os jactos sugerem que o nosso centro galáctico terá sido muito mais activo no passado. Crédito: David A. Aguilar (CfA)
Via Láctea é uma galáxia muito tranquila quando comparada com outras. As galáxias activas apresentam núcleos muito brilhantes graças a buracos negros de grande massaque engolem grandes quantidades de matéria, lançando, muitas vezes, jactos de alta energia em direcções opostas. Mas o centro da Via Láctea mostra pouca actividade. No entanto, nem sempre foi assim. Novos indícios de jactos "fantasma" de raios gama sugerem que o buraco negro central da Via Láctea terá sido muito mais activo no passado. 

"Estes jactos fracos são jactos fantasma ou imagens residuais do que existia há um milhão de anos", explicou Su Meng, astrónomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CFA) e autor do artigo publicado no Astrophysical Journal. "Dão força à hipótese de ter existido um núcleo galáctico activo no passado relativamente recente da Via Láctea", acrescentou. 

Os dois jactos foram revelados pelo telescópio espacial Fermi, da NASA. Estendem-se a partir do centro da galáxia até à distância de 27000 anos-luz, para cima e para baixo do plano galáctico. Esta é a primeira vez que este tipo de jactos é detectado a partir do buraco negro central da Via Láctea. São os únicos com proximidade suficiente para poderem ser resolvidos pelo Fermi. 

Os jactos recém-descobertos podem estar relacionados com as misteriosas bolhas de raios-gama que o Fermi detectou em 2010. Estas bolhas também se estendiam por 27000 anos-luz a partir do centro da Via Láctea. No entanto, enquanto as bolhas eram perpendiculares ao plano galáctico, os jactos de raios gama estão inclinados num ângulo de 15 graus. Isto pode reflectir uma inclinação do disco de acreção em redor do buraco negro de grande massa. 

"O disco de acreção central pode deformar-se enquanto descreve uma espiral em direcção ao buraco negro, sob a influência da rotação do buraco negro", explicou o co-autor Douglas Finkbeiner, do CFA. "O campo magnético está inserido no disco, portanto, acelera o material do jacto ao longo do eixo de rotação do buraco negro, que pode não estar alinhado com a Via Láctea." 

As duas estruturas também se formaram de maneira diferente. Os jactos foram produzidos quando oplasma foi expelido do centro da galáxia, seguindo um campo magnético de tipo saca-rolhas que o mantinha firmemente direccionado. As bolhas de raios gama provavelmente foram criadas por um "vento" de matéria quente soprando para fora a partir do disco de acreção do buraco negro. Como consequência, são muito mais amplas que os estreitos jactos. 

Tanto os jactos como as bolhas são alimentados pelo Efeito Inverso de Compton. Neste processo, oselectrões movendo-se próximo da velocidade da luz colidem com luz de baixa energia, como fotões derádio ou do infravermelho. A colisão aumenta a energia dos fotões para a região correspondente aos raios-gama do espectro electromagnético

A descoberta deixa em aberto a questão: quando terá a Via Láctea sido activa pela última vez? A idade mínima pode ser calculada dividindo o comprimento de 27 mil anos-luz do jacto de pela sua velocidade aproximada. No entanto, pode ter persistido por muito mais tempo. 

"Estes jactos provavelmente cintilaram, acendendo e apagando-se, à medida que o buraco negro de grande massa foi engolindo alternadamente grandes ou pequenas quantidades de matéria ", disse Finkbeiner. 

Para o núcleo galáctico voltar a ficar novamente activo, seria preciso um tremendo influxo de matéria. Finkbeiner estima que seria necessária uma nuvem molecular pesando cerca de 10000 vezes mais que oSol

E conclui: "Empurrar 10000 sóis para o buraco negro de uma vez faria a festa. Os buracos negros alimentam-se desgovernadamente, de modo que algum desse material iria ser cuspido fornecendo energia aos jactos". 

Fonte da notícia: http://www.cfa.harvard.edu/news/2012/pr201216.html

Os primeiros objectos do Universo queimaram violentamente combustível cósmico

Os primeiros objectos do Universo queimaram violentamente combustível cósmico
2012-06-08
 

Estes dois painéis mostram a mesma fatia do céu na constelação de Boieiro, baptizada de Faixa Estendida de Groth. O painel superior mostra a observação inicial de infravermelho do Spitzer desta região, incluindo as estrelas de primeiro plano e uma confusão de galáxias mais ténues, num comprimento de onda de 4,5 microns. No painel inferior, todas as estrelas e galáxias resolvidas foram retiradas (manchas cinzentas), e o brilho de fundo remanescente foi esbatido e melhorado. Esta transformação revela a estrutura demasiado ténue para poder ser vista na imagem original e que corresponde exactamente ao que seria de esperar para os padrões dos aglomerados nas primeiras galáxias que se formaram no universo. Crédito: NASA / JPL-Caltech / GSFC.
brilho fraco e irregular emitido pelos primeiros objectos do Universo pode ter sido detectado com a melhor precisão de sempre pelo Telescópio Espacial Spitzer, da NASA. Estes ténues objectos podem ter sidoestrelas de grande massa ou buracos negros vorazes. Estão muito longe para poderem ser observados individualmente, mas o Spitzer captou novas e convincentes evidências do que parece ser o padrão colectivo da sua radiação infravermelha

As observações ajudam a confirmar que os primeiros objectos existiram em grande quantidade e que queimaram violentamente combustível cósmico. 

"Estes objectos eram tremendamente brilhantes", afirma Alexander "Sasha" Kashlinsky, do Goddard Space Flight Centerda NASA em Greenbelt, Maryland, principal autor de um novo artigo publicado no The Astrophysical Journal. "Não podemos ainda descartar directamente a hipótese de que esta luz provenha de fontes desconhecidas do nosso Universo próximo, mas é cada vez mais provável que estejamos a detectar um vislumbre de uma época remota. O Spitzer está a estabelecer um roteiro para o próximo telescópio da NASA, o James Webb, que nos dirá exactamente o que são e onde estavam estes primeiros objectos. " 

O Spitzer encontrou as primeiras pistas deste padrão remoto de luz, conhecido como radiação infravermelha cósmica de fundo, em 2005, e novamente, com mais precisão, em 2007. Agora, o Spitzer está na fase de prolongamento da sua missão, durante a qual realiza estudos mais aprofundados em zonas específicas do céu. 

Kashlinsky e os seus colegas usaram o Spitzer para observar duas zonas do céu, cada uma delas durante mais de 400 horas. Em seguida, a equipa subtraiu cuidadosamente nas imagens todas as estrelas e galáxiasconhecidas. Ao invés de ficarem com uma zona escura e vazia do céu, encontraram padrões fracos de radiação com várias características indicadoras da radiação cósmica infravermelha. No padrão observado, os aglomerados estão de acordo com o modo como se pensa que os objectos muito distantes estão agrupados. 

Kashlinsky compara as observações à tentativa de ver fogos de artifício em Nova Iorque a partir de Los Angeles. Primeiro, seria necessário remover todas as luzes entre as duas cidades, bem como as luzes da própria cidade de Nova Iorque. No final, ficaria um mapa distorcido da distribuição dos fogos de artifício, mas eles estariam muito distantes para poderem ser observados individualmente. 

"Podemos recolher pistas a partir da luz dos primeiros fogos de artifício do Universo", disse Kashlinsky. "o que nos dá mais informações acerca das fontes, que queimam intensamente o seu combustível nuclear." 

O universo formou-se há cerca de 13,7 mil milhões de anos com o violento e explosivo Big Bang. Com o tempo, arrefeceu, e cerca de 500 milhões de anos depois, as primeiras estrelas, galáxias e buracos negros começaram a tomar forma. Os astrónomos dizem que a "primeira luz" deve ter viajado milhares de milhões de anos até chegar ao Telescópio Spitzer. A luz terá sido originada em comprimentos de onda do visível ou mesmo do ultravioleta e devido à expansão do Universo terá adquirido comprimentos de onda mais longos, no infravermelho, observados pelo Spitzer. 

O novo estudo é um progresso em relação às observações anteriores ao medir a radiação infravermelha cósmica de fundo até escalas equivalentes a duas Luas cheias - significativamente maiores do que as detectadas anteriormente. Imagine-se a tentativa de descobrir um padrão no ruído de uma antiga televisão olhando apenas para um pequeno pedaço do ecrã. Seria difícil saber ao certo se qualquer padrão suspeito era ou não real. A observação de uma maior área do ecrã daria a possibilidade de resolver padrões tanto de pequena como de larga escala, podendo assim confirmar-se ou não a suspeita inicial. 

Da forma análoga, os astrónomos usando o Spitzer aumentaram a quantidade de céu examinado de modo a obterem provas mais definitivas do infravermelho cósmico de fundo. Os investigadores planeiam explorar mais zonas do céu no futuro com o objectivo de recolherem mais pistas escondidas na luz dessa era longínqua. 

"Esta é uma das razões pelas quais estamos a construir o Telescópio Espacial James Webb", afirmou Glenn Wahlgren, cientista do programa Spitzer na sede da NASA em Washington. "O Spitzer está a dar-nos pistas tentadoras, mas o James Webb irá mostrar-nos realmente a era das primeiras estrelas." 

Outros autores do estudo: Richard Arendt do Centro Goddard e da Universidade do Maryland, em Baltimore; Matt Ashby e Giovanni Fazio do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica em Cambridge, Massachusetts; e John Mather e Harvey Moseley também de Goddard. Fazio liderou as observações iniciais destes campos estelares. 

Fonte da notícia: http://www.nasa.gov/mission_pages/spitzer/news/spitzer20120607.html

A maioria dos quasares vive de pouco alimento


A maioria dos quasares vive de pouco alimento
2012-06-20
 

As galáxias nestas quatro imagens do Telescópio Espacial Hubble estão rodeadas por tanta poeira que a luz brilhante dos seus quasares está obscurecida. As imagens no canto superior direito, inferior esquerdo e inferior direito revelam três das galáxias do estudo com aparência normal que hospedam quasares. Apenas uma galáxia na amostra, no canto superior esquerdo, mostra evidências de uma interacção com outra galáxia. As duas bolhas brancas são os núcleos de ambas as galáxias. Observa-se uma franja de material, de cor castanha e azul, abaixo das galáxias que se fundem. As galáxias existiram cerca de 8.000 a 12.000 milhões de anos atrás, durante uma época de pico no crescimento de buracos negros. Têm massas comparáveis à da nossa Via Láctea. As manchas azuis são regiões de formação estelar. As áreas castanhas representam poeira ou estrelas velhas. Crédito: NASA, ESA, e K. Schawinski (Yale University)
Um novo estudo mostra que os buracos negros no universo primitivo precisavam apenas de um lanche, em vez de uma refeição gigantesca, para alimentar os seusquasares e ajudá-los a crescer. 



Os quasares são gigantescos objectos brilhantes sustentados por buracos negros que se alimentam de material capturado e que é aquecido no processo a milhões de graus. Os quasares mais brilhantes residem em galáxias distorcidas por colisões com outras galáxias. Estes encontros enviam grandes quantidades de gás e poeira para o redemoinho gravitacional de buracos negros famintos. 



Agora, no entanto, os astrónomos estão a desvendar uma população subjacente de quasares mais fracos que prosperam em galáxias espirais de aparência normal. São sustentados por buracos negros que petiscam pequenas rações de gás ou ocasionalmente uma pequena galáxia satélite. 

Um estudo de 30 galáxias que hospedam quasares, realizado com dois dos mais importantes observatórios da NASA, oTelescópio Espacial Hubble e o Telescópio Espacial Spitzer, descobriu que 26 das galáxias hospedeiras não apresentam sinais de colisões com as vizinhas, como, por exemplo, formas distorcidas. Apenas uma galáxia na amostra mostra evidências de uma interacção com outra galáxia. As galáxias existiram cerca de 8.000 a 12.000 milhões de anos atrás, durante uma época de pico no crescimento de buracos negros.

 

O estudo, liderado por Kevin Schawinski da Universidade de Yale, reforça a evidência de que o crescimento da maioria dos buracos negros no Universo primitivo era sustentado por pequenos eventos a longo prazo ao invés de grandes fusões dramáticas a curto prazo.

 

"Os quasares que são o produto de colisões de galáxias são muito brilhantes", afirmou Schawinski. "Os objectos que observámos neste estudo são os quasares mais comuns. São muito menos luminosos. Os quasares nascidos de fusões de galáxias recebem toda a atenção porque são muito mais brilhantes e as suas galáxias hospedeiras apresentam-se desordenadas. Mas, na verdade, os quasares típicos estão onde se processa o crescimento da maior parte dos buracos negros. São a norma, e não precisam do dramatismo de uma colisão para brilharem. " 

 
Schawinski analisou ​​galáxias observadas pelos telescópios Hubble e Spitzer no levantamento CANDELS -Cosmic Assembly Near-infrared Deep Extragalactic Legacy Survey. Escolheu 30 galáxias envoltas em poeira que pareciam extremamente brilhantes em imagens do infravermelho feitas pelo telescópio Spitzer, sinal de que os seus buracos negros residentes estão a banquetear-se com a matéria que neles cai. A poeira está a bloquear a luz dos quasares em comprimentos de onda do visível. Mas a luz infravermelha atravessa a poeira, permitindo a Schawinski estudar detalhadamente a estrutura das galáxias. As massas destas galáxias são comparáveis ​​à da nossa Via Láctea.

 

Em seguida, Schawinski estudou as galáxias em imagens no infravermelho próximo, tiradas pela Wide Field Camera 3 do Hubble. As imagens do Hubble permitiram uma análise cuidadosa das formas das galáxias, que deveriam ser significativamente distorcidas no caso de ter havido grandes fusões de galáxias que rompessem a sua estrutura. Em vez disso, em todos os exemplos, excepto um, as galáxias não apresentaram tal ruptura.

 

Qualquer que seja o processo que está a alimentar os quasares, fica para lá da capacidade de detecção, mesmo tratando-se do Hubble. "Julgo que é uma combinação de processos, tais como agitação aleatória de gás, explosões de supernovas, pequenos corpos que são engolidos, e fluxos de gás e de matéria estelar alimentando o núcleo", adianta Schawinski. 

Um buraco negro não precisa de muito gás para satisfazer o seu apetite e accionar um quasar. "Há gás mais que suficiente em poucos anos-luz
 
 a partir do centro da Via Láctea para a transformar num quasar", explicou Schawinski. "Isto apenas não acontece. Mas poderia acontecer se uma daquelas pequenas nuvens de gás corresse em direcção ao buraco negro. Movimentos aleatórios dentro da galáxia poderiam canalizar o gás para o buraco negro. Há dez mil milhões de anos, esses movimentos aleatórios eram mais comuns e havia mais gás para agitar. As pequenas galáxias também eram mais abundantes e eram engolidas pelas galáxias maiores." 


As galáxias do estudo de Schawinski são os principais alvos do Telescópio Espacial James Webb, um grande observatório de infravermelhos programado para ser lançado ainda nesta década. "Para compreender que tipo de eventos estão a alimentar os quasares nestas galáxias precisamos do telescópio Webb. O Hubble e o Spitzer foram apenas os primeiros a encontrá-los." 



A equipa de astrónomos do presente estudo é composta por: K. Schawinski, BD Simmons, C.M. Urry, e E. Glikman (Universidade de Yale), e E. Treister (Universidad de Concepción, Chile). 


Fonte da notícia: 
 

Neutrinos não são mais rápidos que a luz, confirma Cern

Neutrinos não são mais rápidos que a luz, confirma Cern

DA EFE


O Cern (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear) confirmou na última sexta-feira (8) que as partículas elementares chamadas neutrinos não se deslocam mais rápido do que a luz.
"Os neutrinos enviados do laboratório de Gran Sasso (Itália) respeitam o limite de velocidade cósmica", afirmou o diretor de pesquisa do Cern, Sergio Bertolucci, na Conferência Internacional sobre Física e Astrofísica dos Neutrinos em Kyoto, informou o órgão em nota oficial.
"Os quatro experimentos feitos em Gran Sasso (Borexino, Icarus, LVD e Opera) mediram uma velocidade dos neutrinos comparada à velocidade da luz. Isso põe em evidência que os resultados captados pelo Opera em setembro podem ser atribuídos a um erro no sistema de medição de seu sistema de fibra óptica", afirmou Bertolucci.
Esta confirmação descarta definitivamente os resultados anunciados em setembro do ano passado e que surpreenderam o mundo.
Na ocasião, foi divulgado que os neutrinos enviados do laboratório subterrâneo do Cern em Genebra ao de Gran Sasso levaram 60 nanossegundos a menos do que a luz para percorrer a distância de 732 quilômetros.
"Apesar de este resultado não ser tão interessante como alguns queriam, no fundo é o que todos esperávamos", admitiu o pesquisador.
"O fato chamou a atenção do público, e deu às pessoas a oportunidade de ver o método científico em ação, um inesperado resultado pôs o estudo sob olhar público e permitiu a colaboração de diferentes experimentos para verificar os resultados. Assim é como a ciência avança", concluiu.
Após as surpreendentes primeiras informações de que os neutrinos tinham viajado a uma velocidade superior à da luz em 20 partes por milhão, o Cern reagiu com prudência e pediu imediatamente novas medições independentes.
Em março, o Cern havia anunciado que os resultados obtidos pelos novos experimentos refutavam a ideia de que os neutrinos tinham viajado mais rápido que a luz, mas anunciou que a conclusão seria anunciada dois meses depois, o que hoje foi confirmado definitivamente.

Raios gama de Energia Ultra-Alta

Raios gama de Energia Ultra-Alta
Megapartículas podem indicar matéria escura – e muito mais
por George Musser
©ESA/NASA, projeto AVO e Paolo Padovani
Há alguns anos, em uma palestra, o astrofísico Trever Weekes comparou as partículas elementares comuns a pernilongos: são muitas e fáceis de encontrar – na verdade, elas é que nos encontram. Mas raios gama de energia ultra-alta, segundo ele, são como elefantes: bastante raros, mas estão entre as maiores das criaturas. Eles geralmente vagam por habitats espetaculares, e seu próprio peso testa os limites das leis da natureza.

Apesar de eles serem possivelmente a radiação eletromagnética mais poderosa conhecida pela ciência – fótons com energia por volta de um teraelétron-volt (TeV), a energia cinética de um pernilongo concentrada em um único quantum – uma vez usados todos os superlativos do dicionário, o que mais se pode dizer? Na época em que assisti à palestra de Weekes, astrônomos haviam encontrado o grande total de 12 fontes celestiais de raios gama com TeVs, e eram sempre os mesmos suspeitos: buracos negros gigantes e seus parentes. Os teragamas não revelaram nada a respeito da ecologia do Universo que os astrônomos já não soubessem.

Tudo isso mudou nos últimos anos. Observatórios catalogaram 136 fontes de TeVs, o suficiente para começar a fazer astronomia sistemática. Essas fontes apresentaram resultados impressionantes, questionando a sabedoria convencional sobre pulsares e trazendo informações sobre a matéria escura.

Os blazares, buracos negros gigantes que por acaso estão orientados de modo a podermos olhar para dentro do cilindro de jatos que espirram (ver imagem), são a maior categoria de fontes de teragama fora de nossa galáxia. Eles já são bem extremos, mas alguns brilham com a intensidade de mil galáxias como a Via Láctea e podem variar seu brilho por um fator de cinco em apenas uma hora – um intervalo intrigantemente curto, rápido demais para a luz ir de uma extremidade do buraco negro a outra. "Esses são alguns dos animais mais selvagens do zoológico astronômico", compara o astrofísico Chuck Dermer. "Suas luminosidades são simplesmente incríveis".

Superlativos à parte, no ano passado Christoph Pfrommer, Philip Change e Avery Broderick propuseram que teragamas de blazares têm um papel pouco apreciado no aquecimento do gás intergaláctico. A injeção de energia térmica evitaria que esse gás se transformasse em galáxias – especialmente galáxias pequenas, com campos gravitacionais fracos demais para superar sua tendência à dissipação. Isso pode resolver um dos problemas da cosmologia moderna: o fato de que a matéria escura deveria formar o núcleo de várias mini-galáxias, mas que não parece fazê-lo.

Os blazares listados no catálogo TeV são apenas uma pequena fração dos que existem por aí. Para os nossos instrumentos, todos os outros são uma única mancha, formando um brilho difuso que se espalha pelo céu. Na década de 90, o satélite Compton mediu esse fundo de raios gama a uma energia de 0,1 TeV. Mas com o sucessor do Compton, o satélite Fermi, o brilho de fundo parecia tão diferente que era como se os astrônomos o vissem pela primeira vez. O observatório anterior parecia estar mal calibrado para as energias mais altas.

O lado positivo é que os blazares não são as únicas coisas que banham nosso céu em um brilho difuso de raios gama de alta energia. Dermer explica que eles são responsáveis por apenas um sexto do fundo. O resto deve vir de pulsares, colisões de raios cósmicos produzidos por supernovas, e talvez do decaimento ou aniquilação de partículas de matéria escura. "Ainda não conseguimos explicar a intensidade do fluxo isotrópico", lamenta o físico Steve Ritz, um dos líderes do projeto Fermi. Astrofísicos se reuniram para discutir esse mistério durante uma reunião especial da American Astronomical Society em Anchorage, na semana passada.
©2007-2011 Duetto Editorial. Todos os direitos reservados.
 
Para ler a notícia por completo clique no Link: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/raios_gama_de_energia_ultra-alta.html

Registros do Passado

Registros do Passado
Pinturas rupestres podem ser obra de neandertais, não de humanos modernos
por Kate Wong
Cortesia de Pedro Saura
Estênceis de mão em caverna de El Castillo são mais velhos do que se pensava.
Em uma caverna no noroeste da Espanha, chamada El Castillo, antigos artistas decoraram parte de uma parede de calcário com representações de mãos humanas. Elas parecem ter sido feitas pressionando a mão contra a parede e em seguida jogando pigmentos vermelhos sobre ela, criando uma espécie de estêncil. Estênceis de mãos são motivos comuns nas pinturas rupestres da Espanha e da França e, como toda arte desse tipo, há muito se acredita serem feitos por humanos anatomicamente modernos como nós. Mas uma nova análise da idade das pinturas em El Castillo e outras cavernas espanholas mostra que algumas dessas pinturas são muito mais velhas do que pensávamos anteriormente – em alguns casos, velhas o suficiente para serem obra de nossos antepassados neandertais.

Determinar a idade de pinturas rupestres – das mãos doPanel de las Manos em El Castillo aos mamutes e outras feras da Era do Gelo que adornam as paredes de Chauvet, na França – é difícil. Cientistas podem avaliar confiavelmente a antiguidade de ossos humanos e animais, bem como a do carvão de fogueiras usando técnicas comprovadas como a datação por radiocarbono. Mas as finas camadas de pigmentos encontradas nas paredes das cavernas geralmente não contêm o carbono necessário para essa abordagem, deixando aos arqueólogos a tarefa de estimar a idade da arte com base em seu estilo ou aparente associação com restos datáveis.

Agora os pesquisadores que escreveram para a edição de 15 de junho da Science relatam que avanços recentes em outra técnica radiométrica, chamada urânio-tório, permitiu que eles contornassem os problemas da datação por radiocarbono e determinassem a idade mínima das pinturas. Esse método de datação, baseado no decaimento radioativo do urânio, existe há décadas. Apenas recentemente, porém, cientistas refinaram a técnica de modo que pudessem aplicá-la a amostras pequenas o bastante para conseguirem resultados suficientemente precisos.

Os arqueólogos Alistair Pike da Bristol University, na Inglaterra, João Zilhão da University of Barcelona, na Espanha, e seus colegas usaram a técnica urânio-tório para datar 50 pinturas e gravuras de 11 cavernas nas Astúrias e na Cantábria. Isso foi feito coletando-se amostras de pequenas cascas de carbonato de cálcio que se formaram sobre as imagens pelo mesmo processo que forma estalactites e estalagmites. As cascas têm pequenas quantidades de urânio que decai em tório com o passar do tempo. Analisando a quantidade de tório na amostra por meio de um espectrômetro de massa os pesquisadores conseguiram determinar quanto tempo havia se passado desde que as cascas se formaram, fornecendo assim uma idade mínima para as imagens.

Curiosamente, algumas das pinturas eram significativamente mais velhas do que se suspeitava. Especialistas acreditavam que a arte rupestre espanhola era mais jovem que a francesa. Mas os novos resultados revelam que uma das imagens em El Castillo – um grande disco vermelho no Panel de las Manos – tem pelo menos 40.800 anos de idade, tornando-a pelo menos 4 mil anos mais velha que as pinturas de Chauvet, que antes se acreditava serem as mais velhas do mundo. (Alegações de arte rupestre com essa idade na Austrália e na Índia não são muito aceitas com base nas evidências atuais). Outras pinturas espanholas surpreendentemente velhas identificadas no estudo incluem o estêncil de uma mão do Panel de las Manos que tem pelo menos 37.300 anos e um símbolo em forma de bastão da famosa caverna de Altamira com no mínimo 35.600 anos.
©2007-2011 Duetto Editorial. Todos os direitos reservados.
 
Para ler a notícia por completo clique no Link: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/registros_do_passado.html
 
 

Viajando Pelo Espaço

Viajando Pelo Espaço
Astrônomos registram asteroide "errando a Terra por pouco"
por Eric Hand
©Mopic/ Shutterstock
Representação de asteroide próximo à Terra.
Um pequeno asteroide chamado 2012 KT42chegou a uma distância de três raios terrestres de nosso planeta em 29 de maio, mas não nos atingiu. O evento foi o sexto mais próximo já registrado para qualquer asteroide.

Em um vídeo publicado on-line em 19 de junho, feito por pesquisadores usando a Instalação de Telescópio Infravermelho (IRTF, em inglês) da Nasa, no Havaí, o asteroide aparece fixo enquanto as estrelas ao fundo passam rapidamente (de fato, o asteroide está viajando a 17 km por segundo). "Você tem a impressão de estar viajando com ele", descreve Richard Binzel, cientista planetário do Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge, que comandou as observações. O asteroide chegou a 19 mil km da Terra – a distância entre a órbita da Estação Espacial Internacional (cerca de um raio terrestre) e a de um satélite geossincrônico (cerca de seis raios terrestres).

Horas após o objeto ser descoberto por um pequeno telescópio em Monte Lemmon, perto de Tucson, no Arizona, Binzel conseguiu algumas horas no IRTF. O profundo estudo resultante foi inovador para um objeto tão pequeno.

Ao determinar a composição e refletividade do 2012 KT42, Binzel foi capaz de usar o brilho do asteroide para estimar seu tamanho: cerca de 7 metros de diâmetro. Ele aponta que vários objetos com essa dimensão cruzam o caminho da Terra todos os anos. 

Agora o 2012 KT42  continua sua órbita elíptica de 1,5 anos ao redor do Sol. Mesmo se tivesse atingido a Terra, explica Binzel, ele provavelmente teria se desintegrado na atmosfera. Binzel quer descobrir um objeto que não seja grande o suficiente para apresentar riscos para a Terra, mas o suficiente para ser visto no espaço e depois encontrado no chão como meteorito, como foi o caso do asteroide 2008 TC3 que chegou à Terra no Sudão, em outubro de 2007. "Eu só quero que eles tenham o tamanho certo para virarem amostras", declara ele. 
 
Para ler a notícia por completo clique no Link: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/viajando_pelo_espaco.html

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...