Foram vistos três deles. Dois aparentemente são partes de um círculo de 2.680km de diâmetro, centralizado perto do equador. Um é parte de um círculo de mesmo diâmetro no lado oposto da lua.
Europa tem muitos canais, mas esses são incomuns por serem tão circulares e concêntricos, diz Paul M. Schenck, do Instituto Lunar e Planetário, em Houston. “Não era para a natureza funcionar assim”, afirmou.
Agora Schenck e seus colegas chegaram a uma explicação sobre a formação desses canais. Em algum momento, eles informam em um artigo na "Nature", a superfície de Europa se deslocou, fazendo com que os pólos se aproximassem do equador, e vice-versa. Levou um tempo para deduzir o que era aquilo”, disse Schenck. “Você tem que ir tentando descobrir uma solução.” Devido à grande força da gravidade de Júpiter, a crosta gelada de Europa é levemente saliente no equador e achatada nos pólos. Acredita-se também que a crosta esteja separada do centro de Europa por um oceano, que poderia causar o deslocamento da crosta em massa –- um fenômeno chamado de deriva verdadeira dos pólos ou TPW (sigla para "true polar wander", em inglês).
Segundo Schenck, a melhor explicação é que, em algum momento, por ser mais fria nos pólos, a crosta em Europa se tornou um pouco mais espessa, alterando o equilíbrio de massa. Com o tempo, toda a superfície se deslocou, para que a massa mais pesada se aproximasse do equador. Mas, devido à força da gravidade, à medida que a superfície se deslocava, teria que mudar sua forma –- o que era uma superfície achatada nos pólos teria que se esticar e se projetar ao aproximar-se do equador. Essa projeção, afirmou Schenck, seria responsável pela criação dos canais.
Do 'New York Times'