quinta-feira, 8 de abril de 2010

Exposição sobre a vida e a obra de Einstein chega ao Rio de Janeiro

Um pouco de uma mente brilhante

Elena Mandarim


Corbis/Latinstock

      
   Einstein: juventude foi a fase mais produtiva
 
Provavelmente todo mundo já viu a foto mais conhecida de Albert Einstein, com os cabelos brancos despenteados e a língua pra fora. Mas será que todos sabem quem foi, exatamente, esse grande gênio do século XX? Nos próximos dois meses, os cariocas poderão saber mais sobre a vida e a obra desse irreverente cientista, bem como conhecer sua relação com o Brasil. Com o apoio institucional da FAPERJ, o Rio de Janeiro recebe, no Museu Histórico Nacional (MHN), a mostra Einstein, que está aberta ao público desde esta quarta-feira, 7 de abril, até 6 de junho.

Nascido na Alemanha, em uma família judaica, desde criança Albert Einstein se destacou em ciências e matemática. Sua década áurea, como físico, foi dos 26 aos 36 anos de idade. Além do cientista visionário, Einstein foi um humanista apaixonado e um ativista contra as guerras. Usou sua fama para opinar sobre questões globais, como pacifismo, racismo, antissemitismo e desarmamento nuclear, entre outras. Em toda sua vida e obra, a curiosidade foi o combustível para que sua mente brilhante trabalhasse. Como ele mesmo dizia: "a curiosidade é mais importante que o conhecimento", fazendo alusão ao fato de que só há produção, quando há questionamentos.

O ano de 1905, para ele, ficou conhecido como o "Ano Miraculoso". Foi quando, aos 26 anos, Einstein publicou quatro trabalhos revolucionários. Por um deles, receberia, anos mais tarde, em 1921, o Prêmio Nobel. Em sua fase mais produtiva, destacam-se suas teorias sobre a velocidade constante da luz; a relatividade do tempo; sobre átomos; sobre energia – que deu origem à equação mais famosa do mundo: E=mc2 (Energia (E) é igual à massa (m) vezes a velocidade da luz ao quadrado (c2)). E, claro, sua obra prima, a Teoria da Relatividade Geral, pela qual ficou mundialmente famoso e que foi comprovada no Brasil, em 1919, durante um eclipse solar na cidade de Sobral, no Ceará: "A pergunta que minha mente formulou foi respondida pelo ensolarado céu do Brasil", foram suas palavras.

Para aguçar a curiosidade

A exposição foi originalmente concebida pelo American Museum of Natural History, de Nova York, e adaptada e trazida para o Brasil pelo Instituto Sangari que, tal como a FAPERJ, desenvolve e apoia projetos com o objetivo de disseminar a cultura e o conhecimento científico. A primeira versão brasileira, que foi vista em 2008, em São Paulo, ganhou agora mais duas seções – Átomos e Einstein no Brasil –, além das oito que foram vistas na mostra original: Vida e Tempo, Luz, Tempo, Energia, Gravidade, Guerra e Paz, Cidadão Global e Legado. Agora, em 2010, além do Rio de Janeiro, a mostra também irá para Vitória, no Espírito Santo.

Durante a coletiva de imprensa, realizada no próprio MHN na última segunda-feira, 5 de abril, Marcelo Knobel, coordenador científico da exposição, destacou que ao longo das dez seções, as ideias revolucionárias de Einstein serão aproximadas da realidade do visitante. "Vamos mostrar que alguns de seus conceitos serviram de base para inovações do cotidiano, como o laser, o GPS e a fibra ótica", contou o coordenador.

   Divulgação 
    

    Exemplo da interatividade: mesa high-tech explica formação dos buracos negros

Além do cientista, a mostra também apresenta a história de vida de Einstein, revelada em documentos raros, como cartas, objetos pessoais e manuscritos. "Todos saberão, por exemplo, um pouco sobre sua infância, sua turbulenta vida amorosa e seu papel na fabricação da bomba atômica", adiantou Knobel. "Muitas curiosidades estão expostas na primeira seção, Vida e Tempo, que é, sem dúvida, a seção de fofoca da exposição", brincou.

Para atender o objetivo principal, que é provocar no observador o interesse pela ciência, a mostra conta com muita interatividade. A ideia é desmistificar, em tecnologia de ponta, assuntos, muitas vezes, de difícil compreensão para o público. Entre outros, tem o cinema 3D, que leva o espectador a uma incrível viagem pelo espaço; a máquina do tempo, que exibe a variação da passagem do tempo em relação à velocidade da luz; e a mesa high-tech, que, quando tocada, abre buracos negros – conceito trabalhado por vários físicos, inclusive Einstein.

Além dessa interatividade, a IBM, uma das patrocinadoras, traz à exposição o primeiro museu virtual de ciências do mundo, o TryScience. Trata-se de um quiosque multimídia criado para auxiliar na compreensão de teorias complexas, aproximando o espectador das descobertas mais importantes da ciência, da biologia e da física.

Particularidade da versão brasileira

 

Reprodução 

      

   Óleo sobre tela do artista Gustavo Rosa  
Na mesma coletiva, Alfredo Tomasquim, diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), disse que para compor a seção Einstein no Brasil, muitos documentos de altíssima qualidade foram disponibilizados pelo Mast, como partes de seu diário de viagem, durante sua estada no país. Para exemplificar, Tomasquim contou que em uma das descrições, Einstein escreveu: "Deliciosa é a mistura étnica nas ruas. Uma indescritível abundância de impressões em poucas horas." "Essa e outras passagens poderão ser vistas na exposição", disse o diretor.

Outra peculiaridade da versão brasileira é a integração entre Arte e Ciência. Para isso, 10 renomados artistas nacionais foram convidados a representar Einstein, sob diferentes técnicas – como grafite, pintura a óleo, colagem, entre outras – com a finalidade de saber como esse gênio ficou marcado no imaginário brasileiro. A exposição abrange algumas obras de artes, inclusive, a peça nacional mais famosa: o desenho do rosto de Einstein feito num pequeno pedaço de papel, pelo pintor Cândido Portinari, em 1961.

Além disso, um programa educativo junto às escolas será desenvolvido durante os dois meses em que a exposição estiver no Rio de Janeiro. A iniciativa, que visa estimular o interesse de alunos e professores pela cultura científica, consiste em oferecer cursos gratuitos e visitas guiadas por monitores, que devem ser previamente agendadas. Todos ganham materiais educativos e participam de atividades no "Laboratório de Aprendizagem".

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original"

Albert Einstein

A visita a mostra Einstein é, sem dúvida, um excelente programa para todos os cariocas. Passear pelas 10 seções, além de entrar um pouco na mente brilhante do cientista do século XX, faz a própria mente do visitante se abrir a novos conceitos e ideias.

 

Exposição Einstein 
Museu Histórico Nacional (Pça. Marechal Âncora, s/n° - Centro, próximo à Pça. XV)
De 7 de abril a 6 de junho de 2010
Horários: De terça a sexta: das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados: das 14h às 18h. 
Ingressos: De terça a sábado: Inteira: R$ 20 e Meia: R$ 10 (estudantes, professores e idosos de 60 a 65 anos - mediante apresentação de documento ou carteirinha da instituição). Escolas agendadas: R$ 15 por aluno*. Domingos: Inteira: R$ 14 e Meia: R$ 7 (estudantes, professores e idosos de 60 a 65 anos - mediante apresentação de documento ou carteirinha da instituição). Entrada gratuita (mediante comprovação): Crianças de até cinco anos de idade; alunos e professores da rede pública federal, estadual e municipal; maiores de 65 anos; sócios do International Council of Museums – ICOM, guias de turismo e estudantes de museologia.

Os ingressos para a exposição Einstein dão direito às exposições em cartaz no MHN.

© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Asteroide passará próximo à Terra na noite desta quinta-feira

Objeto tem 22 metros de largura e não oferece perigo.
Corpo celeste chegará a uma distância próxima à da Lua.

Do G1, em São Paulo  - Um asteroide recém-descoberto, batizado de 2010 GA6, vai passar próximo à Terra às 20h06 desta quinta-feira (8). A essa hora, o corpo celeste estará a cerca de 359 mil quilômetros do nosso planeta – distância próxima à da Terra à Lua. Medindo cerca de 22 metros de largura, o asteroide não representa perigo.


Diagrama divulgado pela Nasa mostra a órbita dos planetas mais próximos do Sol e o caminho do asteroide 2010 GA6, que quase se cruza com o da Terra. (Foto: Nasa/Divulgação)

O objeto está sendo rastreado pela Nasa (Agência Espacial Americana) usando tanto telescópios terrestres quanto espaciais. A instituição tem um programa, chamado Spaceguard, para acompanhar asteroides que passam próximos à Terra. Segundo a Nasa, esse tipo de evento é relativamente comum, e ocorre várias vezes por ano.

Imagem inédita desvenda mistério de eclipse estelar

Através de telescópios, cientistas descobrem que estrela supergigante Epsilon Aurigae é coberta a cada 27 anos por disco de poeira.

Da BBC  - Pela primeira vez, uma equipe de astrônomos conseguiu imagens em alta resolução do eclipse da estrela Epsilon Aurigae, um fenômeno que acontece a cada 27 anos e era até agora considerado um mistério pelos especialistas.  

As imagens, publicadas no site da revista científica "Nature", mostram que o eclipse é provocado por um disco de um material semelhante ao encontrado quando a Terra e os outros planetas do nosso Sistema Solar se formaram, há 4,5 bilhões de anos.


Imagem em alta resolução do eclipse da estrela Epsilon Aurigae, divulgada pela Nasa. (Foto: Nasa/ JPL-Caltech)

A Epsilon Aurigae é conhecida desde 1821 como sendo uma estrela binária eclipsante, formada por uma supergigante e uma companheira menos luminosa de mesma massa.

Mas há várias décadas, os astrônomos vinham tentando decifrar as pistas para as causas desses eclipses.

Disco de poeira

"Venho estudando essa estrela desde meu pós-doutorado, nos anos 80, e é muito gratificante finalmente responder a algumas dúvidas ligadas a esse famoso astro", disse Robert Stencel, da Universidade de Denver, no Estado americano do Colorado, e um dos autores do artigo.

As imagens da Epsilon Aurigae mostram a intrusão de uma estrutura alongada sobre a estrela supergigante, encobrindo a segunda estrela companheira.

Essa estrutura é um disco de poeira tão extenso quanto a órbita de Júpiter e quase da mesma altura que a órbita da Terra, mas com uma massa pouco menor que a terrestre.    As fotos foram obtidas usando uma técnica que combina vários telescópios com associações a laser e com o controle de um computador para se conseguir um sinal equivalente ao de um telescópio gigante.

"Construímos o maior telescópio óptico da Terra, com 330 metros de diâmetro", explicou Brian Kloppenborg, outro autor do estudo.

O  atual eclipse da Epsilon Aurigae teve início no segundo semestre de 2009 e deve durar até o final deste ano.

A estrela está em uma constelação localizada a cerca de 2 mil anos-luz da Terra.

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