Corpo celeste não orbita nenhuma estrela e vaga pelo Universo.
Estudo do objeto pode dar informações sobre como os planetas se formam.
Impressão artística do planeta errante CFBDSIR
(Foto: ESO/L. Calçada/P. Delorme/Nick Risinger)
Astrônomos localizaram o que eles acreditam que seja um planeta
“errante” que pode ser o mais próximo do Sistema Solar já encontrado,
situado a cerca de cem anos-luz da Terra. Planeta “errante” é aquele que
não gira em torno de nenhuma estrela e, portanto, vaga a esmo pelo
Universo.
Os planetas errantes não chegam a ser uma novidade para a ciência.
Foram descobertos na década de 1990 e sua existência já foi descrita em
inúmeros artigos científicos. A peculiaridade do atual estudo é a
relativa proximidade do corpo celeste, que facilita o seu estudo.
Philippe Delorme, autor principal do estudo, explicou que é mais fácil
estudar um planeta quando ele está isolado, pois as estrelas acabam
ofuscando os planetas que a orbitam. Delorme liderou a pesquisa do
Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), projeto que conta
com a participação do Brasil.
Assim, a pesquisa serve como uma maneira de melhorar a compreensão
sobre como são formados os exoplanetas – como são chamados os planetas
situados fora do Sistema Solar. As características observadas nestes
planetas errantes podem estar presentes também em planetas que orbitam
estrelas, potenciais candidatos a abrigar vida fora da Terra.
O planeta recém-localizado foi chamado de CFBDSIR2149. O próximo passo é
descobrir mais informações sobre a atmosfera do planeta. Eles pretendem
ainda, com essas informações, determinar se o planeta se originou de um
grupo estelar vizinho, conhecido como AB Doradus, e quando ele se
separou desse grupo.