quinta-feira, 15 de maio de 2008

Nível de gás carbônico na Terra é o maior em 800 mil anos, diz estudo


Pesquisa achou variações em ar armazenado em cilindros de gelo obtidos na Antártida.Concentração de dióxido de carbono é quase 30% maior hoje do que no resto do período.

A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera é mais alta atualmente do que em qualquer momento dos últimos 800 mil anos, no mínimo. É o que afirma um estudo divulgado nesta quarta-feira (14) e realizado com base em amostras de gelo da Antártida. É mais uma prova de que a humanidade está alterando o clima do planeta. O dióxido de carbono e o metano presos nas pequenas bolhas de ar de camadas antigas de gelo, encontradas a 3.200 metros de profundidade abaixo da superfície da Antártida, acrescentam 150 mil anos a mais de dados aos registros que se estendiam até então a 650 mil anos atrás.

"Podemos dizer com segurança que a concentração de dióxido de carbono e de metano é hoje, respectivamente, 28% e 124% maior do que durante os últimos 800 mil anos", afirmou Thomas Stocker, pesquisador da Universidade de Berna (Suíça) e autor do estudo.

Revolução Industrial
Antes da Revolução Industrial, os níveis de concentração dos gases do efeito estufa pautavam-se principalmente pelas alterações de longo prazo na órbita da Terra ao redor do Sol, responsáveis por iniciar e finalizar oito eras glaciais nos últimos 800 mil anos. No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), responsabilizou as atividades humanas, e em especial a queima de combustíveis fósseis que libera gases do efeito estufa, pelo aquecimento global dos tempos modernos, o qual vem prejudicando o abastecimento de água e alimentos ao provocar uma intensificação de fenômenos como secas, enchentes e ondas de calor. "As forças determinantes hoje são muito diferentes das forças determinantes do passado, quando havia apenas a variação natural", afirma Stocker.

Também participaram da pesquisa outros cientistas da Suíça, da França e da Alemanha. Os especialistas, membros do Projeto Europeu de Prospecção do Gelo na Antártida, escavaram quase até o leito de pedra daquela região. Ao fazer isso, recuperaram camadas formadas por gelo comprimido e que guardam características da época em que surgiram.

Gelo mais profundo
Segundo Stocker, cientistas chineses e australianos analisam agora a possibilidade de escavar em regiões da Antártida onde há camadas de gelo ainda mais antigas, em alguns pontos a 4.500 metros de profundidade, o que poderia fornecer dados sobre o clima existente na Terra 1,5 milhão de anos atrás. O artigo científico também revelou um novo recorde mínimo para a concentração de gás carbônico na atmosfera, de 172 partes por milhão (ppm) cerca de 667 mil anos atrás, ou algo em torno de 10 ppm menor que o recorde mínimo registrado antes. Sendo assim, essa cifra variou nos tempos remotos entre 172 ppm e 300 ppm.

O estudo sugeriu ainda que o recorde negativo pode ser um sinal de que os oceanos, antigamente, absorviam mais dióxido de carbono. Hoje em dia, a concentração desse gás na atmosfera é de cerca de 380 ppm. Vistos em conjunto, os dados "nos permitem conhecer mais a respeito do ciclo de carbono e de suas respostas às mudanças climáticas". As temperaturas em uma era do gelo ficam entre 5 e 6 graus Celsius abaixo das temperaturas de hoje. As mudanças climáticas poderiam acrescentar algo entre 1,8 e 4 graus Celsius às temperaturas deste século, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).

Da Reuters

Geleiras e sítios arqueológicos mostram sinais do aquecimento na América Latina


Áreas congeladas dos Andes venezuelanos retrocederam 70% nos últimos 30 anos. Arquitetura de adobe de civilizações antigas pode ser afetada pelo fenômeno El Niño.

Geleiras derretendo cada vez mais rápido, sítios arqueológicos em perigo e espécies em extinção são as primeiras provas visíveis dos efeitos do aquecimento global na América Latina - região que, segundo especialistas, sofrerá, além disso, um aumento de doenças. No sul da Argentina, o degelo já é um fato. De acordo com a organização ambientalista Greenpeace - que revelou em março o impactante derretimento da geleira Viedma - nos últimos 20 anos as geleiras da Patagônia diminuíram sua extensão entre 10% e 20%. "Se essa tendência continuar, muitas das geleiras menores da Patagônia desaparecerão nos próximos 20 ou 30 anos", alertou a organização.

A situação é mais dramática nos Andes. O Instituto de Investigações Científicas da Venezuela calculou em abril que as geleiras dos Andes venezuelanos retrocederam cerca de 70% nos últimos 30 anos. O mais afetado é o Pico Bolívar, o monte mais alto do país, com 4.980 metros de altura. Na Cordilheira Branca, no norte do Peru, a geleira Broggi desapareceu em 2005 devido ao aquecimento global. Marco Zapata, diretor da Unidade de Glaciologia do Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena), indicou que a superfície da Cordilheira Branca, que contêm 663 geleiras, mais de 200 nevados, 296 lagoas e 44 rios importantes, é atualmente de 535 quilômetros quadrados, segundo imagens de satélites de 2002 e 2003, o que representa uma redução de 25%, comparado a 1970.

Arqueologia ameaçada
A Unesco também lançou um alerta na região, rica em tesouros arqueológicos, no ano passado, ao prever que as variações climáticas ameaçariam regiões declaradas Patrimônio Mundial. Entre eles, a zona arqueológica de Chan Chan no Peru, a antiga capital do Reino Chimu, uma das mais importantes da América e que possui uma arquitetura de adobe afetada pelas chuvas do fenômeno El Niño. O mesmo ocorre com a zona arqueológica pré-colombiana de Chavín, a 460 quilômetros de Lima e localizada dentro do Parque nacional Huascarán, paraíso de flora e fauna que contém espécies pouco comuns como o condor-andino, a perdiz-de-puna e o urso-de-óculos.

Os cientistas também prevêem que o aumento do nível do mar devido ao derretimento do gelo causará graves problemas nas regiões pantanosas e com deltas, especialmente no Equador, Colômbia e Brasil, onde o perímetro da floresta amazônica pode se converter em uma savana.Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), entre 2000 e 2005 houve 2,5 vezes mais eventos extremos climáticos na região do que entre 1970 e 2000, e essa tendência continuará. O IPCC prevê mais furacões, secas, chuvas torrenciais, granizo e desertificação na América Latina nos próximos anos.

Outra área crítica é o aumento de problemas de saúde, especialmente a massificação das doenças tropicais como a malária e a dengue, que nos últimos anos alcançou proporções de epidemia no Brasil, Honduras, El Salvador e Venezuela, de acordo com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Da France Presse

Universo é duas vezes mais brilhante do que se pensava


A galáxia NGC 4565 é uma das muitas que os astrônomos sabem que contém poeira (Foto: Russell Croman)

O Universo é na verdade duas vezes mais brilhante do que se pensava, porque a poeira cósmica bloqueia pelo menos metade da luz que o Cosmos gera. O surpreendente resultado foi apresentado por cientistas alemães e australianos na revista especializada Astrophysical Journal Letters deste mês.

O fato do Universo ser povoado por grãos de poeira era conhecido há tempos pelos astrônomos. O que ninguém imaginava era que eles seriam capazes de atrapalhar tanto -- impedindo mesmo a luz emitida por galáxias próximas de chegar em sua totalidade até aqui.

"É até poético que para descobrir toda a glória de nosso Universo nós primeiro tivemos que apreciar coisas tão pequenas", afirmou Alister Graham, da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália.

Do Globo on line

Arriva il telescopio virtuale e lo spazio si naviga al computer


Dove si trova esattamente Saturno? Quali dimensioni ha rispetto alla Terra? C'è davvero un enorme buco nero al centro della Via Lattea? Per scoprirlo e viaggiare nello spazio, ora basta un computer. La nuova guida spaziale lanciata da Microsoft si chiama World Wide Telescope: un'applicazione, per ora disponibile in beta, che mette a disposizione un enorme patrimonio di immagini dai telescopi più importanti della terra o orbitanti, e milioni di dati, creando per appassionati, curiosi o addetti ai lavori, un cielo navigabile e "zoomabile" a portata di clic.


Ci sono voluti più di sei anni a Redmond per mettere a punto l'occhione virtuale, un super browser che apre la porta sullo spazio e trasforma il desktop in un osservatorio astronomico. Per usarlo ci vuole un computer che utilizzi gli ultimi sistemi operativi Microsoft - Windows XP o Vista - e l'applicazione è disponibile gratuitamente dal sito. A differenza di altre simili, come Google Sky, l'interfaccia è stato creato in modo da essere ottimizzato per l'esplorazione spaziale. Si parte e ci si trova in una specie di film interattivo: il cielo - con stelle, pianeti e costellazioni - si può esplorare con la luce naturale, a raggi infrarossi o X. Si zooma sull'oggetto che si vuole vedere più da vicino e si possono anche scegliere le immagini che si preferiscono, tra quelle catturate da Hubble, dall'osservatorio Chandra, o della Nasa, che insieme a diverse istituzioni scientifiche ha partecipato al progetto. Si può selezionare anche la prospettiva, da diversi punti della terra, navigando nel passato di stelle e galassie o dando un'occhiata a come appariranno in futuro.

A questa enorme enciclopedia visiva si aggiungono poi astronomi ed esperti, che, attraverso percorsi guidati, spiegano ad esempio come stelle e pianeti si condensano nella Via Lattea, scortano in un giro virtuale nelle galassie di milioni e milioni di anni fa, o magari fanno vedere le lune di Giove che orbitano intorno al pianeta. Tutto in un unico posto: "La Nasa raccoglie ogni giorno immagini spettacolari da molti telescopi. Ma avere una singola applicazione che permette di averle tutte a disposizione, vedendo come si relazionano le une alle altre dà un'incredibile opportunità di indagare ed esplorare", dice l'astronomo Robert Hurt, che lavora al telescopio Spitzer della Nasa. E Bill Gates spera che il telescopio virtuale diventi un'occasione per ispirare i più giovani a esplorare astronomia e scienza, oltre che aiutare i ricercatori a comprendere meglio l'universo, guardandolo un po' più da vicino.

di Alessia Manfredi
La Repubblica

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