quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Estudo aponta indício de que impacto gigante pode ter formado a Lua

Do G1, em São Paulo

Cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e da Universidade de Bristol, no Reino Unido, divulgaram um estudo com evidências que reforçam a ideia de que a Lua pode ter sido formada após o impacto gigante de um corpo celeste contra uma versão primitiva da Terra.

A pesquisa, publicada na edição online da "Nature" desta quarta-feira (17), compara isótopos de zinco encontrados em pedras vulcânicas lunares com a composição do zinco encontrado na Terra e em Marte.

Concepção artística de uma colisão planetária mostram um impacto similar ao que teria ocorrido na Terra, levando à criação da Lua (Foto: Divulgação/Nasa/JPL-Caltech) 
Concepção artística de uma colisão planetária mostra um impacto semelhante ao que teria ocorrido na Terra e levando à criação da Lua (Foto: Divulgação/Nasa/JPL-Caltech)
 
Segundo os cientistas, os isótopos lunares são mais pesados e parecem ter sido formados em um grande processo de vaporização, mais do que em atividade vulcânica ocorrida na Lua. O zinco serve como uma "pista" para a história da formação dos planetas, diz o estudo.

A evaporação estaria ligada à origem do satélite, segundo os pesquisadores. Para eles, o estudo dá "evidências consistentes" que podem confirmar um modelo de formação da Lua pelo impacto de corpo celeste com tamanho parecido ao de Marte contra a Terra.

Segundo eles, há "fortes indícios" de condensação de zinco em escala planetária na formação da Lua. Isótopos de zinco mais pesados teriam condensado mais rápido do que átomos mais leves do mesmo elemento, e sua presença indicaria que nuvens de vapor de rocha estariam presentes no surgimento do satélite.

"Uma colisão com muita energia pode ter derretido o corpo causador do impacto, e a maioria do seu material pode ter permanecido na Terra", sugerem os cientistas no estudo. Já materiais de silicato devem ter entrado em órbita e mais tarde foram acrescidos de outras substâncias vaporizadas que originaram a Lua, segundo a pesquisa.

Cientistas acham planeta com a massa da Terra em sistema 'vizinho'

Do G1, em São Paulo

Astrônomos europeus descobriram um planeta com quase a mesma massa da Terra que orbita uma estrela no sistema mais próximo de nós, o Alpha Centauri, a apenas 4,3 anos-luz de distância. Segundo os cientistas, esse exoplaneta – nome dado a planetas fora do Sistema Solar – é o primeiro corpo celeste "leve", parecido com o nosso, encontrado ao redor de uma estrela como o Sol.

O achado aparece na edição online da revista "Nature" desta quarta-feira (17). O planeta, porém, fica fora da chamada "zona habitável" – distância da estrela principal onde a água, se estivesse presente, estaria em estado líquido –, o que significa que esse não é um "irmão gêmeo" da Terra.

Apesar disso, os autores dizem que as técnicas de observação usadas nesse estudo são capazes de atingir a precisão necessária para pesquisar outros planetas semelhantes ao nosso.

A equipe do Observatório da Universidade de Genebra, na Suíça, e do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, em Portugal, contou com a ajuda de um instrumento chamado Harps, instalado em um telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO), na localidade de La Silla, no norte do Chile.

Alpha Centauri (Foto: ESO/Divulgação) 
Sistema Alpha Centauri é o mais próximo do Sistema Solar, a 4,3 anos-luz da Terra 
(Foto: ESO/Divulgação)
 
Na concepção artística acima, o planeta está perto da estrela Alpha Centauri B – semelhante ao Sol, embora menor e não tão intensa –, e à direita da Alpha Centauri A, uma das mais brilhantes do Hemisfério Sul. Esses dois astros, junto com outro mais fraco, avermelhado e perto da Terra, chamado Proxima Centauri, formam um sistema estelar triplo na constelação do Centauro.

O planeta fica a uma distância aproximada de 6 milhões de quilômetros da Alpha Centauri B, muito mais perto do que Mercúrio está do Sol, e demora 3,2 dias para orbitar a estrela – enquanto aqui na Terra, levamos 365 dias para dar uma volta completa ao redor do Sol.

Segundo o principal autor do estudo, Xavier Dumusque, do Observatório da Universidade de Genebra, as observações foram feitas durante mais de quatro anos. Os sinais da existência do planeta são pequenos, mas reais. A equipe detectou esse corpo ao identificar desvios de movimento da estrela Alpha Centauri B, criados pela ação gravitacional do planeta em volta.

Alpha Centauri (Foto: ESO/Divulgação) 
Alpha Centauri A é vista a partir de imagens do banco de dados Digitized Sky Survey 2. O astro parece muito grande, mas é a impressão causada pela radiação dispersa na emulsão fotográfica (Foto: ESO/Divulgação)
 
De acordo com os astrônomos, essa interação faz com que a estrela se desloque para a frente e para trás a 51 centímetros por segundo, ou 1,8 km por hora, velocidade correspondente a um bebê engatinhando.

Outros exoplanetas
O primeiro exoplaneta a orbitar uma estrela como o Sol foi visto por essa mesma equipe em 1995. Desde então, já foram descobertos outros 800. Apesar disso, a maioria dos planetas são maiores que a Terra e muitos são tão grandes quanto Júpiter – o gigante do Sistema Solar. A massa mínima desse "novo" planeta foi estimada, mas a previsão geralmente se aproxima da massa real.

O grande desafio dos cientistas agora é encontrar um planeta com massa comparável à da Terra que orbite uma estrela como o Sol e esteja a uma distância dele favorável à vida. Na opinião da coautora Stéphane Udry, também de Genebra, esse pode ser um planeta em um sistema com vários deles. Isso porque, segundo achados anteriores, corpos celestes pequenos assim costumam estar em sistemas mais amplos.

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