terça-feira, 20 de maio de 2008

Nasa usa figuras gigantes de cartolina para estudar luz solar


Agência americana faz pesquisa sobre reflexão e absorção dos raios solares.Na Austrália, figura é um canguru de 32 por 18 metros.

Alunos de uma universidade de Melbourne, na Austrália, montaram na terça-feira (20) um canguru gigante de cartolina para ajudar a Nasa numa pesquisa sobre a incidência dos raios solares na Terra. Um satélite da agência espacial americana está percorrendo o mundo e fotografando figuras gigantes para medir o quanto dos raios solares o planeta absorveria se, num quadro de mudança climática, ficasse coberto por uma camana fina de nuvem. Em condições normais e atuais, o índice albedo da Terra é de 0,39, ou seja, o planeta reflete 39% de toda a luz do Sol que a ele chega. (Foto: AFP/William West)

Do Globo on line

Telescópio flagra violenta explosão de estrela vizinha


Todo mundo tem um dia ruim. Tem dias que nada dá certo, as coisas saem erradas e você eventualmente tem vontade de explodir e nessa hora é bom não ter ninguém por perto.

As estrelas também.

No dia 25 de abril, o satélite Swift detectou o que seria a mais violenta expressão de mau humor que uma estrela poderia ter. Uma explosão de alta energia detectada principalmente em raios-X. Confira!

Isso já seria surpreendente por si só, pois o Swift é um satélite projetado para detectar explosões de raios gama do universo distante e detectar uma explosão tão violenta de uma estrela nunca esteve em seus planos. Entretanto, este fato se tornou ainda mais surpreendente quando se descobriu que a estrela que estava em um dia ruim era EV Lacertae.EV Lacertae é uma anã vermelha, o tipo de estrela mais abundante no universo. Ela tem apenas um terço da massa do Sol e brilha com apenas um centésimo da luminosidade dele. Pode ser vista apenas com telescópios com um brilho de magnitude 10 no céu. EV Lac é um dos nossos vizinhos mais próximos, a apenas 16 anos luz de distância. Com isso tudo, não haveria muito a se dizer desta estrela — ela é relativamente jovem, com algumas centenas de milhões de anos e gira uma vez a cada quatro dias. Comparativamente, nosso Sol gira uma vez a cada quatro semanas.

A explosão foi detectada primeiramente pelo instrumento russo Konus a bordo do satélite Wind da NASA. Dois minutos depois o Swift já apontava seu telescópio de luz ultravioleta e óptica para observá-la. Só que a explosão foi tão intensa que o telescópio automaticamente se desligou por motivos de segurança. A explosão permaneceu intensa durante mais de 8 horas! Durante este período, a estrela aumentou tanto de brilho que se tornou visível a olho nu.

Mas o que teria causado tanto mau humor a esta criança? Muito provavelmente esta explosão está ligada ao seu rápido período de rotação e seu campo magnético. O Sol passa por momentos assim de vez em quando, mas nada tão violento, ainda bem. Uma explosão como esta é capaz de esterilizar qualquer ambiente com vida. A rápida rotação da estrela deve gerar campos magnéticos muito fortes em pontos bem localizados. Nestes pontos o valor do campo deve ser 100 vezes mais intenso que o campo magnético do Sol. A energia armazenada no campo magnético é que dá origem a explosões como estas.

A teoria a respeito do surgimento destas explosões ainda tem detalhes controversos e sempre se baseou nas explosões que observamos no Sol. EV Lacertae agora nos dá a oportunidade não só de aprimorar esta teoria, bem como nos abre uma janela para o passado. Como ela é uma estrela 15 vezes mais jovem que o Sol, o estudo do seu dia de mau humor nos dá dados a respeito do comportamento do Sol em seus dias de juventude. Em seus primeiros bilhões de anos de vida ele deve ter passado por momentos assim, explodindo milhões de vezes, cauterizando o material que um dia iria se tornar na Terra e os outros planetas.

Ainda bem que a idade trouxe um pouco de tranqüilidade ao Sol!

Este post foi publicado em Observatório, Terça-feira, (20/05/2008), Globo on line

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