Do G1 em SP - A agência espacial norte-americana anunciou a descoberta dos três menores planetas fora do Sistema Solar detectados até o momento. Os astros foram descobertos pela missão Kepler, sonda voltada para a pesquisa de exoplanetas. A descrição dos astros foi feita na revista científica "Nature" em um estudo coordenado por Phil Muirhead, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
O trio gira ao redor de uma estrela chamada KOI-961. São todos rochosos como a Terra, mas possuem menos de 80% o raio do nosso planeta -- aproximadamente 6.370 quilômetros. O menor deles é do tamanho de Marte. A estrela também não é muito grande, sendo vermelha e sendo apenas 70% maior que Júpiter. Ela está a "apenas" 130 anos-luz da Terra -- aproximadamente 1,2 quatrilhão de quilômetros.
Eles orbitam muito perto da estrela para poderem ter superfícies habitáveis, já que a temperatura é elevada e a água líquida não deve existir em nenhum dos três astros. Cada giro dos três exoplanetas ao redor de KOI-961 demora apenas dois dias. Estrelas vermelhas essa são conhecidas como anãs-vermelhas e são as mais comuns na Via Láctea.
Ilustração mostra como seria o pequeno sistema planetário ao redor de KOI-961. (Foto: JPL - Caltech / Nasa)
O conjunto forma o menor sistema planetário que se tem notícia até o momento. Para John Johnson, pesquisador do Caltech, o quarteto mais se parece em extensão com Júpiter e seus satélites. Mas como anãs-vermelhas são comuns na nossa galáxia, os cientistas acreditam que possam existir muitos outros planetas rochosos a serem desvendados.
Até janeiro de 2012, mais de 700 exoplanetas são conhecidos, após 16 anos de descobertas de planetas fora do Sistema Solar. O site da missão Kepler traz uma contagem de até 2.326 candidatos a exoplanetas. Novas observações são necessárias para dizer se eles são ou não planetas. Apenas 35 astros foram confirmados como exoplanetas pela missão -- dois deles orbitando duplas de estrelas, revelados na quarta-feira (11).
A sonda Kepler foi lançada ao espaço em março de 2009 para investigar 150 mil estrelas em uma região no céu entre as constelações da Lira e do Cisne em busca de exoplanetas que possam reunir as condições para o desenvolvimento da vida. Isso é possível pela mudança no brilho das estrelas observadas, que podem indicar a presença de um planeta próximo.
Cada suspeita de exoplanetas deve ser confirmada por observações complementares feitas por grandes observatórios na Terra. No caso do estudo sobre os 3 menores exoplanetas já detectados, foram utilizados os observatórios de Palomar e o W.M Keck, ambos em territórios norte-americanos.