Cálculo foi feito a partir de dados de raios gama obtidos pela Nasa.
Estudo foi publicado pela revista 'Science'.
Cientistas conseguiram estimar com precisão inédita a soma de toda a
luz já produzida pelas estrelas no Universo. O cálculo foi feito com
base em dados obtidos pelo Telescópio Espacial Fermi, que detecta raios
gama.
Os raios gama são a forma mais energética de luz que o ser humano
conhece. Desde 2008, quando a Nasa lançou o Fermi, esse telescópio
observa os céus em busca desses raios, o que levou à criação de um mapa
detalhado desse tipo de energia.
Mapa usado pelos astrônomos na medição dos raios gama; os pontos verdes são os blazares (Foto: NASA/DOE/Fermi LAT Collaboration)
“A luz ótica e a ultravioleta das estrelas continua viajando pelo
Universo mesmo depois que as estrelas param de brilhar, e isso cria um
campo de radiação fóssil que podemos explorar usando raios gama de
fontes distantes”, explicou o autor Marco Ajello.
Ajello, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, liderou o
estudo publicado nesta quinta-feira (1º) pela revista “Science”.
O cálculo foi feito a partir de um tipo de galáxia conhecido como
blazar, cuja energia é proveniente de um buraco negro. Essas galáxias
emitem raios gama, mas esses raios interagem com a luz das estrelas e se
perdem, em um processo que os cientistas comparam a uma “neblina
cósmica”.
Os pesquisadores observaram então o fenômeno em pontos mais próximos à
Terra, e conseguiram determinar quantos raios seriam emitidos em
diferentes quantidades de energia. A partir daí, eles analisaram a
energia de vários blazares e conseguiram medir a espessura da “neblina”,
que representa a quantidade de luz produzida pelas estrelas.