sábado, 6 de outubro de 2012

Austrália inaugura maior telescópio do planeta

Da EFE

O radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (Askap), o maior e mais avançado do planeta, foi inaugurado nesta sexta-feira (5) em uma área desértica da Austrália com o objetivo de investigar a origem das estrelas, quasares e pulsares, e fazer um censo de todas as galáxias.

Com um custo de mais de 1,5 bilhão de euros, o Askap também contará com antenas e instalações na Nova Zelândia e África do Sul.

No ato inaugural, o ministro australiano de Ciência, Chris Evans, afirmou que o aparelho será "o mais poderoso do mundo e sua capacidade deverá superar amplamente as atuais", segundo a emissora "ABC". "A primeira parte do projeto começará a operar no ano 2020", acrescentou o ministro australiano.

O Askap está situado no deserto do estado da Austrália Ocidental, em uma área de 126 quilômetros quadrados que conta com o Observatório Radioastronómico de Murchison e 36 antenas SKA (Square Kilometre Array), de 12 metros de diâmetro cada uma.

Embora ainda não esteja completo, o Askap começará a enviar dados hoje mesmo ao observatório, onde está previsto que se maneje diariamente uma informação equivalente a 124 milhões de discos Blu-ray.

Para que as ondas das cidades não causem interferências, o radiotelescópio foi instalado um lugar remoto e desértico da Austrália. "Eu acho que é o começo de uma nova era", declarou John O'Sullivan, da Organização de Ciência e Investigação Industrial da Commonwealth Australiana.

Antenas do radiotelescópio implantado na Austrália (Foto: Dragonfly Media/Csiro/AFP) 
Antenas do radiotelescópio implantado na Austrália
 (Foto: Dragonfly Media/Csiro/AFP)
 
Os especialistas calculam que o supertelescópio, quando estiver concluído e em pleno funcionamento, receberá mais dados do que os armazenados na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em um único dia de trabalho.

"De fato, isso representa mais informação que a recopilada nos arquivos radioastronômicos de todo o mundo", completou o ministro australiano.

O avançado aparelho também fornecerá imagens detalhadas sobre o Universo em suas origens, adentrando com velocidade e precisão em muitas áreas do espaço que ainda são desconhecidas para os astrônomos.

O diretor do projeto na Austrália, Brian Boyle, detalhou que "o estudo das ondas de rádio oferecerá informações sobre o gás que formam as estrelas e corpos exóticos como os quasares e os pulsares, que estão nos limites do conhecimento sobre as leis físicas no universo".

Enquanto se completam as obras na Austrália, o Askap trabalhará em uma dezena de projetos de pesquisa nos quais participarão 350 cientistas de 130 organizações nos próximos cinco anos.

Antenas do radiotelescópio implantado na Austrália (Foto: Dragonfly Media/Csiro/AFP) 
Antenas do radiotelescópio implantado na Austrália
 (Foto: Dragonfly Media/Csiro/AFP)
 
Segundo Boyle, entre os programas selecionados está o censo de todas as galáxias existentes há trilhões de anos da Terra, o estudo da formação da Via Láctea, assim como os campos magnéticos do Universo e seu papel na formação das estrelas e galáxias.

"Outro dos projetos se centrará nos buracos negros do Universo e, como objetivo secundário, a existência da vida extraterrestre", acrescentou o cientista.

A organização internacional SKA (Square Kilometre Array) anunciou no último dia 25 de maio, na cidade britânica de Manchester, que Austrália, Nova Zelândia e África do Sul acolheriam o supertelescópio. Neste caso, o plano é construir 3 mil rádios-antena conectadas por uma fibra óptica de banda larga alta.

Segundo a Organização Científica e de Investigação Industrial da Austrália, as antenas trabalharão conjuntamente com o telescópio e tomarão dados em uma área de um quilômetro quadrado, sendo que suas imagens serão 50 vezes mais sensíveis que as dos telescópios atuais.

Estrela que está morrendo é observada por telescópios nos EUA

Nebulosa da Hélice expele material cósmico enquanto sua vida termina.
Objeto está localizado a 650 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário.

Do G1, em São Paulo

Uma estrela anã branca que está morrendo foi detectada em uma imagem combinada dos telescópios Spitzer e Wise, da agência espacial americana (Nasa), e Galaxy Evolution Explorer (Galex), do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena.

O astro, chamado Nebulosa da Hélice ou NGC 7293, expele material cósmico e, em enquanto sua vida termina, tem um brilho potencializado pela intensa radiação ultravioleta do núcleo. O objeto fica a 650 anos-luz da Terra, na Constelação de Aquário.

Os dados infravermelhos do Spitzer aparecem, na foto abaixo, em verde e vermelho na parte central; os do Wise estão em verde e vermelho nas áreas externas; e as informações ultravioleta do Galex são observadas em azul.
Nebulosa da Hélice  (Foto: Nasa/JPL-Caltech) 
Nebulosa da Hélice é uma estrela que atravessa o último estágio de sua vida
 (Foto: Nasa/JPL-Caltech)
 
O brilhante círculo roxo no centro da imagem é uma combinação de registros do disco de poeira que circula a anã branca. Esse pó foi provavelmente lançado por cometas que sobreviveram à morte de sua estrela original.

A Nebulosa da Hélice é um exemplo típico de nebulosas planetárias, que foram descobertas no século 18 e batizadas assim de forma incorreta, por sua semelhança com planetas gasosos gigantes. Esses corpos celestes são, na verdade, restos de estrelas que um dia se pareceram com o nosso Sol.

Ao longo da vida, astros como esse transformam gás hidrogênio em hélio, em reações de fusão nuclear dentro deles. Esse processo é o mesmo que nos fornece a luz e o calor necessários para a vida na Terra, por exemplo. Assim como a Nebulosa da Hélice, o Sol também deve "agonizar" como uma nebulosa planetária, quando morrer após 5 bilhões de anos.

Assim que o combustível de hidrogênio necessário para a reação se esgota, a estrela usa apenas o hélio como fonte de combustível, queimando-o em uma mistura de carbono, nitrogênio e oxigênio.

Finalmente, o hélio também se esgota e a estrela morre, desprendendo suas camadas gasosas externas. Sobra apenas o núcleo pequeno, denso e quente, chamado de anã branca, que tem mais ou menos o tamanho da Terra, mas uma massa próxima ao da estrela original.

Antes de essa estrela morrer, seus cometas e possivelmente planetas teriam estado em sua órbita de forma ordenada. Quando ela deixou de queimar hidrogênio e explodiu suas camadas exteriores, corpos celestes gelados e planetas externos teriam sido jogados uns contra os outros, levantando uma tempestade de poeira cósmica. Qualquer outro planeta dentro do sistema também teria sido queimado ou engolido durante a evolução do astro.

Nebulosa Elmo de Thor é observada por supertelescópio no norte do Chile

Objeto fica a 15 mil anos-luz da Terra, na constelação do Cão Maior.
Divulgação marca os 50 anos do Observatório Europeu do Sul (ESO).

Do G1, em São Paulo

A Nebulosa Elmo de Thor foi observada nesta quinta-feira (5) pelo supertelescópio óptico mais avançado do mundo, o Very Large Telescope (VLT), que fica em Cerro Paranal, no norte do Chile. O objeto, também conhecido pela sigla NGC 2359, está a 15 mil anos-luz da Terra, na constelação do Cão Maior.

Essa grande bolha de poeira cósmica em forma de capacete se desloca à medida que sopra o vento em volta da estrela brilhante no centro da imagem. O gás contido na nebulosa também é aquecido pela radiação emitida por esse astro. Cada cor simboliza um elemento diferente do gás.

Nebulosa Elmo de Thor (Foto: ESO/Divulgação) 
 
Nebulosa Elmo de Thor é captada pelo telescópio terrestre mais avançado do mundo
 (Foto: ESO/Divulgação)
 
As fotos da NGC 2359 foram divulgadas no dia do aniversário de 50 anos do Observatório Europeu do Sul (ESO), que opera o VLT e é considerado o observatório astronômico terrestre mais produtivo do mundo, do qual fazem parte 15 estados-membros.

Na manhã desta quinta, foram feitas observações a pedido do público, que olhou o céu pelo espelho principal de 8,2 metros de diâmetro do telescópio. A vencedora de um concurso de aniversário do ESO, Brigitte Bailleul, escolheu admirar a Nebulosa Elmo de Thor, e as imagens foram transmitidas ao vivo pela internet.
Nebulosa (Foto: ESO/Divulgação) 
Vista de um campo amplo do céu em torno da nebulosa, que fica a 15 mil anos-luz 
(Foto: ESO/Divulgação)
 
Além da unidade em Cerro Paranal, o ESO opera nas localidades de La Silla e no Planalto de Chajnantor, também na região do deserto do Atacama. Nesse último lugar, está sendo construído um telescópio que promete revolucionar a astronomia, chamado Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (Alma).

Esse novo projeto é uma parceria entre a Europa, a América do Norte e o Leste Asiático, em cooperação com o Chile. O Alma deve ter 66 antenas de alta precisão, e a construção deve terminar em 2013.

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