
 O radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (Askap),
 o maior e mais avançado do planeta, foi inaugurado nesta sexta-feira 
(5) em uma área desértica da Austrália com o objetivo de investigar a 
origem das estrelas, quasares e pulsares, e fazer um censo de todas as 
galáxias. 
 Com um custo de mais de 1,5 bilhão de euros, o Askap também contará com antenas e instalações na Nova Zelândia e África do Sul.
 No ato inaugural, o ministro australiano de Ciência, Chris Evans, 
afirmou que o aparelho será "o mais poderoso do mundo e sua capacidade 
deverá superar amplamente as atuais", segundo a emissora "ABC". "A 
primeira parte do projeto começará a operar no ano 2020", acrescentou o 
ministro australiano.
 O Askap está situado no deserto do estado da Austrália Ocidental, em 
uma área de 126 quilômetros quadrados que conta com o Observatório 
Radioastronómico de Murchison e 36 antenas SKA (Square Kilometre Array),
 de 12 metros de diâmetro cada uma.
 Embora ainda não esteja completo, o Askap começará a enviar dados hoje 
mesmo ao observatório, onde está previsto que se maneje diariamente uma 
informação equivalente a 124 milhões de discos Blu-ray.
 Para que as ondas das cidades não causem interferências, o 
radiotelescópio foi instalado um lugar remoto e desértico da Austrália. 
"Eu acho que é o começo de uma nova era", declarou John O'Sullivan, da 
Organização de Ciência e Investigação Industrial da Commonwealth 
Australiana.
 
 
Antenas do radiotelescópio implantado na Austrália
 (Foto: Dragonfly Media/Csiro/AFP)
 Os especialistas calculam que o supertelescópio, quando estiver 
concluído e em pleno funcionamento, receberá mais dados do que os 
armazenados na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em um único 
dia de trabalho.
 "De fato, isso representa mais informação que a recopilada nos arquivos
 radioastronômicos de todo o mundo", completou o ministro australiano.
 O avançado aparelho também fornecerá imagens detalhadas sobre o 
Universo em suas origens, adentrando com velocidade e precisão em muitas
 áreas do espaço que ainda são desconhecidas para os astrônomos.
 O diretor do projeto na Austrália, Brian Boyle, detalhou que "o estudo 
das ondas de rádio oferecerá informações sobre o gás que formam as 
estrelas e corpos exóticos como os quasares e os pulsares, que estão nos
 limites do conhecimento sobre as leis físicas no universo".
 Enquanto se completam as obras na Austrália, o Askap trabalhará em uma 
dezena de projetos de pesquisa nos quais participarão 350 cientistas de 
130 organizações nos próximos cinco anos.
 
 
Antenas do radiotelescópio implantado na Austrália
 (Foto: Dragonfly Media/Csiro/AFP)
 Segundo Boyle, entre os programas selecionados está o censo de todas as
 galáxias existentes há trilhões de anos da Terra, o estudo da formação 
da Via Láctea, assim como os campos magnéticos do Universo e seu papel 
na formação das estrelas e galáxias.
 "Outro dos projetos se centrará nos buracos negros do Universo e, como 
objetivo secundário, a existência da vida extraterrestre", acrescentou o
 cientista.
 A organização internacional SKA (Square Kilometre Array) anunciou no 
último dia 25 de maio, na cidade britânica de Manchester, que Austrália,
 Nova Zelândia e África do Sul acolheriam o supertelescópio. Neste caso,
 o plano é construir 3 mil rádios-antena conectadas por uma fibra óptica
 de banda larga alta.
 Segundo a Organização Científica e de Investigação Industrial da 
Austrália, as antenas trabalharão conjuntamente com o telescópio e 
tomarão dados em uma área de um quilômetro quadrado, sendo que suas 
imagens serão 50 vezes mais sensíveis que as dos telescópios atuais.
 
 
 
 
  
  
 